Cap. 21 - Descanso

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Pov. Monel

Depois de passar no meu apartamento pra pegar algumas roupas, nossos carros de encontraram e iniciamos a viagem para Midvale.

- Kara, tem certeza de que não quer que eu dirija? - pergunto preocupado.
- Claro que não, hoje eu dirijo. Estou sem poderes, então pelo menos me deixa dirigir amor.
- Tudo bem, mas se você se sentir cansada eu vou assumir o volante.
- Combinado.

Trocamos um selinho, é tão bom poder vê-la saudável, ativa, oh céus, como tive medo de perde-la. As últimas semanas foram terríveis, a cena de Kara sendo esmurrada por Akon e eu preso sem poder fazer nada ainda me assombrava. Sonhei várias vezes com a mesma cena, Kara morrendo sem que eu pudesse fazer nada, não sei o que teria acontecido se tivesse a perdido. De repente sou tirado de meus pensamentos e Kara deposita sua mão em minha perna.

- Hey, tudo bem?
- Tudo, só estava pensando.
- Em que?
- Em como as últimas semanas foram difíceis, no medo que senti em te perder, em tudo o que aconteceu.
- Hey, eu estou bem, eu ainda sinto dor nas costelas mas eu estou bem meu amor, eu não vou a lugar nenhum, eu prometo e eu sempre vou voltar pra você, ok? - diz segurando minha mão.

A viagem continua e logo chegamos a Midvale, é uma cidadezinha pequena, encantadora, bem diferente da agitação de National City.

- Ok, ok, Kelly e Monel, sejam bem vindos.

Vamos entrando e eu ajudo Kara que ainda tem um pouco de dificuldade para andar.

- Alex, Kara, fiquem aqui enquanto Kelly e eu subimos e arrumamos os quartos, ok?
- Kara, porque não sentamos na varanda enquanto eles arrumam tudo? - Alex convida Kara e as duas teimosas sobem e vão para a varanda.

Elisa disse que vai preparar o jantar, Kara e eu vamos dormir no quarto que foi das meninas, Kelly e Alex vão dormir no quarto de hóspedes por conta da cama infantil para Esme. Subimos e deixamos as irmãs na varanda. Sinto que Kara está me escondendo algo, mas não quero tocar no tema, ela já passou por muita coisa.

Pov. Alex

- Com cuidado, Kara. - ajudo Kara a se sentar.
- Obrigada. Como você tá, Alex? - pergunta amarrando os cabelos e de repente geme de dor.
- Eu tô bem, mas e você?
- Ainda dói, mas pelo menos estou viva. - ambas rimos - Aliás, sobre isso quero te perguntar uma coisa?
- Fala.
- O que tava pensando quando se jogou na minha frente Alex? Você poderia ter morrido.

Fico em silêncio por alguns segundos, nós passamos por muita coisa nas últimas semanas e essa conversa traz tudo de volta a minha mente.

- Kara, lembra quando aquela mulher do FBI apareceu na nossa casa e falou com você depois que o xerife Collins nós jogou estrada a fora?
- Como não lembrar, primeiro Elisa ficou aliviada, depois eu tomei a maior bronca, sem falar que aquela agente se parecia muito com a minha mãe.
- Então, - digo segurando sua mão - naquela noite, mamãe disse que se você continuasse usando seus poderes, que eles poderiam levá-la para longe de nós. Por muito tempo eu não admito nem pra mim mesma, mas aquilo me deixou com medo.
- Medo? Mas nós vivíamos brigando Alex e ....
- Me deixa continuar, Kara. A verdade é que eu ainda não sabia o que era ter uma irmã, mas naquele dia em especial, com toda aquela história de investigarmos a morte do Kenny, eu tive medo de que levassem você embora. Foi como se uma pequena parte de mim, estivesse para sumir, eu ainda não sabia mas eu estava me acostumando a ser sua irmã.
- Eu não sabia que se sentia assim. Mas o que isso tudo tem a ver?
- Calma apressadinha, - digo com um sorriso - desde aquele dia em que a escola inteira parou de falar comigo e eu jurei pra você que eu aprenderia a ser uma irmã mais velha, eu aprendi a amar você. Há muito tempo eu não te vejo como a menina adotada que foi entregue a nossa família, desde lá é como se eu tivesse encontrado a parte que faltava em mim Kara. Eu amo você, mais do que tudo, mais do que qualquer coisa na minha vida e eu não consigo nem acreditar que já pensei que você tinha sido a pior coisa que me aconteceu.
- Mas Alex, eu...
- Me deixa terminar caramba! Quando eu vi você lutando contra aquele monstro, tudo o que eu pude pensar é que estava perdendo a minha irmãzinha, tudo o que eu mais amo e eu não poderia deixar você morrer. Kara, você precisava viver, merecia viver, e eu faria a mesma coisa quantas vezes fosse necessário.

Kara deixa as lágrimas correrem, é doloroso lembrar o que aconteceu.

- Oh, Alex, você poderia ter morrido.
- E eu faria tudo de novo irmãzinha. - aproximo minha cadeira e nos abraçamos.
- Kara, mas e quando a você? Como você está? Você , meio que matou o vilão pela primeira vez.
- Eu tenho tido pesadelos, eu não vi outra saída, eu senti que estava morrendo e vi você sangrando na minha frente, eu acabei fazendo o que precisava ser feito, mas isso ainda me incomoda.
- Eu sei, mas vamos passar por isso juntas.

Nos abraçamos mais uma vez e ficamos conversando, matando a saudade uma da outra. O fim da tarde passa, nós jantamos e finalmente cada um vai descansar.

Pov. Kara

Acabamos de jantar, eu subo e tomo um banho, sentada em um banco embaixo do chuveiro, oh, como doem as minhas costelas, acabo gemendo baixinho mas logo há uma presença no box.

- Calma amor, eu estou aqui.

Monel delicadamente coloca shampoo nos meus cabelos, massageando os fios com o maior cuidado. Monel pede minha permissão para me ajudar a lavar meu corpo e ensaboa gentilmente minhas costas, sem tentar nada a mais, apenas repetindo apara mim que estava chorando baixinho pela dor "calma meu amor, você está bem e está segura". Depois de me enxaguar, Monel pega uma toalha e coloca no meu cabelo, e enrola outra em meu corpo. Olho no espelho e tenho uma cicatriz considerável no abdômen, fora isso, a área das costelas continua roxa.

- Aqui Kara, - Monel me entrega um comprimido para dor - se sente melhor?
- Agora sim, Monel, muito...
- Não precisa dizer nada, eu te amo e vou cuidar de você, ok?

Monel pega a folha e enxuga meu corpo, pegou na gaveta um conjunto de calcinha e sutiã que são extremamente confortáveis. A noite está um pouco quente, então Monel escolheu um conjunto short e camiseta de rosquinhas que eu adoro. Ele me ajuda a vestir e depois me sento na cama cansada. Monel vem com meu condicionador e espalha fio a fio, depois calmamente escova meus cabelos e me ajuda a deitar.

- Quer mais um travesseiro?
- Não, obrigada.
- Vou tomar um banho se não se importa, se precisar de alguma coisa, eu vou deixar o celular no banheiro comigo é só mandar uma mensagem.

Monel vai para o banheiro que fica no fim do corredor, logo ouço batidas na porta.

- Kara, posso entrar querida?
- Claro mãe.
- Como você... Querida, porque não me chamou, eu ajudaria você com o banho.
- Ah, mãe, Monel me ajudou - depois que cuspi as palavras notei o que havia falado - mas ele só me ajudou mãe, foi só isso.
- Calma querida, eu sei o que Monel quer ajudar, nos estivemos conversando, e se me permite um conselho, fique tranquila porque ele te ama.
- Eu sei.
- Oh, querida, você não tem nem ideia, a aflição dele durante as últimas semanas, o jeito como eu vejo ele olhar pra você, e o brilho nos olhos dele, ele te ama.
- Eu também o amo, com todo o meu coração.

De repente ouvimos as risadas de Esme e Monel no corredor, Esme chama ele de tio Monel.

- Bem querida, eu vou deixa-los a sós, durma bem querida, e nunca se esqueça que eu te amo.
- Eu também te amo mãe!

Monel entra no quarto e deseja boa noite a Elisa que passa sua mão no rosto dele. A porta se fecha e Monel se senta na cama da Alex.

- O que está fazendo?
- Vou deitar Kara?
- Não vai dormir comigo? - pergunto desapontada.
- Kara, você precisa de espaço e não quero te machucar.
- Você não vai, dorme aqui comigo, por favor.
- Tudo bem meu amor.

Monel deita ao meu lado, eu não contei a ele sobre os pesadelos, mas não quero dormir sozinha. Ele deita ao meu lado colocando um travesseiro entre nós para que eu pudesse dormir um pouco de lado sem que minhas costelas doam. Eu deito a cabeça em seu peito e ele acaricia meus cabelos, depositando beijos em minha cabeça.

- Está bom assim?
- Está. E Monel, muito obrigada pelo banho, por me vestir, por ficar ao meu lado e me fazer feliz.
- Já disse que não precisa agradecer meu amor, mas obrigada por ter voltado para mim. Eu te amo minha Kriptoniana.
- Eu te amo meu daxamita.

E assim, seguimos deitados lado a lado, somente ouvindo a respiração um do outro até dormirmos.


Bom galerinha, espero que tenham gostado, eu amei a conversa entre as Danvers sisters e Monel ajudando Kara sem nenhuma intenção, afinal em um relacionamento nem tudo é só sexo. Espero que tenham gostado tanto quanto eu, não percam os próximos capítulos ♥️

𝐶𝑜𝑚𝑒𝑡𝑎𝑠 - 𝑈𝑚𝑎 ℎ𝑖𝑠𝑡ó𝑟𝑖𝑎 𝐾𝑎𝑟𝑎𝑚𝑒𝑙Onde histórias criam vida. Descubra agora