JANTAR

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NINA VACCHIANO

Mexo meus talheres e olho em volta, o salão do restaurante de meu irmão mais novo está cheio como sempre.

Desde o noivado de Ettore ele sempre buscou nos reunir mais, não sendo apenas em nossa mansão, mais sempre revezando entre os restaurantes que eles possuem. Em parte creio que seja pelo fato que seu casamento está aproximando e ele não queira que eu me sinta deixada de lado.

Apesar de não pensar assim e estar feliz por ele, imagino que ele pense que irei sofrer um pouco já que sua atenção era voltada apenas a mim e meu irmão e agora terá Isabela também.

Por outro lado estou animada, já vejo esse entrelace por outro olhar, não como algo que me incomoda, mas como algo fantástico, finalmente terei uma menina entre nós, e alguém que eu possa desabafar cem por cento, como uma amiga.

Bom eu gostaria que fosse assim.

Espeto minha carne e levo até a boca delicadamente, paro e tenho uma sensação estranha como se estivesse sendo observada.

Busco varrer meus olhos sobre o ambiente de uma forma que meus irmãos não percebam e se preocupem atoa, quando finalmente vejo alguém me olhar de longe, sinto meu corpo arrepiar, pela distância não consigo distinguir e nem forma uma fisionomia completa seja de quem for, mais parece que sinto essa pessoa me observa além do essencial, com uma intensidade fora do normal.

Tento encarar mais para ver se o reconheço mais não, o pouco que vejo não é similar a ninguém que tenha passado por mim antes.

Respiro fundo e olho para outro lado buscando ver se tem mais alguém no salão a me olhar dessa maneira, e não vejo.

Deposito meus talheres sobre a mesa, abaixo meu olhar pegando o guardanapo e limpando os cantos da minha boca delicadamente para disfarça e não ficar focada em um lugar por muito tempo, chamando a devida atenção, levanto o olhar novamente e não vejo mais, seja quem for que estava alí se foi, franzo meu semblante procurando e escuto alguém tossir baixo.

- aconteceu algo Nina? - Ettore me pergunta e levo um pequeno susto, pois estava perdida em pensamentos, e só apenas nego com a cabeça- vocês está olhando muito naquela região - diz virando seu rosto para onde eu olhava e aponta com a cabeça para Luca olhar também, ambos focam e procuram seja o que for.

- alguém te encarou? - dessa vez é Luca que questiona preocupado - viu algo fora do normal...

- calma - o corto - apenas estava olhando a decoração - suspiro e eles se encaram pensando se acreditam - só isso - bufo e eles suspiram.

- as vezes vocês exageram sabiam - falo me levanto e eles me seguem com o olhar - vou a toalete - digo e.deposito o guardanapo sobre a mesa - com licença.

Sigo andando o mais formal possível em direção ao banheiro, viro o rosto lentamente e os vejo voltar a comer - se eu contar que vi algo diferente eles seriam capazes de levantar e fazer irmos embora agora mesmo, eu nunca saiu e não vai ser uma pequena neura que vai me impedir de sair.

Entro no banheiro e vou em direção da pia, abro a torneira abrindo e lavando minhas mãos, olho no espelho e observo se estou ainda arrumada, já que a aparência em nosso mundo é algo crucial.

Vou em direção a cabine entrando e a trancando logo em seguida, consigo arrumar meus vestidos para fazer minha necessidade quando escuto algo lá fora, me arrumo novamente rápido e espero esse barulho cessar, não sei o que pode estar acontecendo do outro lado.

Quando o barulho diminui abro a porta da cabine lentamente e olho para os lados, vendo se tem alguém ainda ali.

Meus olhos passeiam até pousar na pia onde tem sobre ela um papel escrito parecendo um bilhete,

- ele não estava aqui quando cheguei - disse para mim mesma.

me aproximo e pego aquele pequeno papel o lendo.

" Você estava divina hoje, mais que os outros dias que eu a vi".

Solto aquele bilhete com medo, torno a olhar para os cantos e nada vejo.

Será que tem alguém me perseguindo?

O pego novamente que agora está caído sobre o chão e amasso rápido jogando dentro do cesto de lixo.

Olho para os lados vendo novamente se pode ter alguém nas estreitas me Observando e começo a andar pelo banheiro, olho todas as cabines e todas  estão com as portas abertas, apenas eu estou aqui, vou de novo em direção da pia e lavo minhas mãos o mais rápido que consigo, as secando logo em seguida, respiro fundo e apresso meus passos saindo em direção da porta.

Volto para a mesa, sinto meu coração palpitar mais rápido que o normal, será que quem deixou o bilhete ainda está aqui querendo ver minha reação,

Estou com meus irmãos e fixo minha atenção apenas sobre os objetivos encima da mesa, pego a taça de água, começo a bebericar um pouco tentando assimilar tudo e entender melhor.

O certo seria eu contar, mais se eu contar, um pouco da liberdade que tenho irei perder.

se ele deixou um bilhete não quer dizer que vira atrás de mim né?

Ou vira?

Começo a me questionar, e pensar em todas as possibilidades de uma pessoas ficar me seguindo, meus pensamentos embrulharam e eu não consegui pensar em mais nada, até escutar um guarda se aproximando.

- senhor tenho uma ligação para você - diz direcionando apenas a Ettore.

- com licença - fala para eu e Luca e se retira indo atender.

- coma mais rápido Nina temos que ir - Luca diz já terminando sua bebida e vejo que só eu na mesa estou comendo ainda.

Tento finalizar o mais rápido possível, e ficar já preparada para ir.

Mais antes de sair olho novamente pelo salão, será que está pessoa tentará aproximar de mim novamente, ou foi apenas uma brincadeira sem graça de alguém.

Acho que não aliais quem seria doido de mexer com a irmã mais nova dos Vacchiano.

O DESEJO DO MAFIOSO - Livro 2 "IRMÃOS VACCHIANO" Onde histórias criam vida. Descubra agora