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NINA VACCHIANO

Estou pronta para o anúncio do novo herdeiro da máfia.

Me olho no espelho vendo se tudo está certo, respiro fundo e vou até a gaveta pegando os testes que estavam lá escondidos bem no fundo.

Coloco em minha pequena bolsa de mão, e suspiro, tenho que aproveitar esse momento para fazer o teste nesse ambiente, se fizer aqui as pessoas da limpeza ficaram curiosas querendo saber de quem é e tudo vai por água a baixo.

Me retiro do cômodo descendo onde todos já me aguardam, os acompanho no carro em pensamentos longes, o que farei se tiver grávida?

O que vai ser de mim?

Ettore me observa e se aproxima mais.

- tudo bem minha pequena ? - pergunta me abraçando e sorrio de lado.

- estou bem só não gosto muito de festas - bom não é uma mentira.

Ele sorri e da um beijo no topo da minha cabeça e sussurra somente para mim.

- eu também não ! - sorrio e ele volta ao lado de sua esposa, pegando em sua mãos e dando um beijo casto.

Será que eu teria isso com Nikolai, será que ele me assumiria?

Não, não acho que iria, principalmente por nunca ter ligado para mim.

O carro para e sou obrigada a voltar minha mente no presente.

Descemos e seguimos para o interior do salão.

Depois de horas cumprindo meu papel perfeitamente, essa é a hora que eu esperava.

Disfarço e vou em direção do banheiro, entro encosto a porta e vou em uma das cabines.

- por favor, não meu Deus - sussurro enquanto abro a embalagem e me acomodo urinando sobre eles, faço em um e levanto esperando o tempo necessário.

Respiro fundo e luto com toda minha força para conseguir olhar, olho e vejo então aquela duas listras estampadas alí.

Positivo.

Tento segurar minhas lágrimas mais eu não sei o que fazer, busco o ar que perdi com o desespero que esta me assumindo.

Penso no que vou fazer, como vou falar mais simplesmente não me vêem nada na cabeça, quando tento me organizar mentalmente, escuto uma voz chamando.

É ela, a Isabela.

- meu Deus o que eu faço - sussurro chorando ainda com o teste em minhas mãos, respiro fundo e abro a porta, seus olhos passam por mim até parar no teste que seguro firme.

- Ettore vai me matar.

***

NIKOLAI PAVLOVA

- como está se sentindo meu filho ? - minha mãe pergunta e arrumo meu terno melhor, franzo a sombrancelha com a dor no tiro de raspão que tive.

- bem melhor - forço um sorriso e ela me encara.

- meu filho sei que não é assunto para hora - diz ainda parada na porta de meu escritório - mas eu queria falar com você sobre a aliança que o capô japonês quer fazer conosco.

Já esperava um hora ou outra ela vir com essa conversa, mas eu não me casarei com nenhuma Saito.

- eu sei que a aliança seria boa mãe - falo e seu sorriso começa a crescer - porém não irei fazer - falo e ela me encara.

- você sabe que tem que se casar e gerar um herdeiro não sabe - ela diz e sorrio.

- você está preocupado com um herdeiro ?- falo e ela fica empurrada.

- reformulando a frase, você sabe que tem que me dá um neto não sabe - ela diz e sorrio me aproximando.

- ah, mamãe isso vai demorar muito ainda - falo dando um beijo em sua testa, e posso a escutar bufando.

- você não facilita para mim - diz e eu a observo - até a irmã mais nova dos italianos está prometida - fala e eu paro, como assim prometida.

- o que ? - falo sem tempo para disfarça minha reação e minha mãe olha desconfiada.

- sim eles a prometeram ao capô alemão - diz sorrateiramente - sabe aquele alto, loiro de olhos azuis - ela fala e bufo concentrado na parte de ela estar comprometida.

- quando foi isso ? - pergunto ainda nervoso, e ela me olha de maneira que havia desvendando o mistério.

- ontem a tarde - diz e a vejo com os braços cruzados.

Eu poderia ter disfarçado melhor, mais uma porra que vou ficar disfarçando enquanto está sendo prometida a outro.

Ando e passo pela minha mãe que tem um sorriso mínimo em seu rosto.

Quando chego na porta ela me chama e paro.

- meu filho - ela diz se virando para mim calma demais.

- sim mãe - falo e ela me encara.

- o que acha de eu fazer uma reforma no seu quarto, ampliando umas paredes e o quarto ao lado também com um tom neutro amarelo.

- ham porque essa pergunta, faça, não entendo nada disso - falo confuso e ela sorri.

- bom acho que a italiana não irá gostar dos tons sombrios e nem meu futuro netinho de um ambiente assim - ela diz e levanto a sombrancelha.

- o que...

- ah NIKOLAI - diz revirando os olhos - só um cego não vê que está apaixonado por essa garota, quase saiu correndo quando falei que ela tava prometida.

Eu a encaro e porra tinha que te disfarçado melhor.

Ela se aproxima e afaga meu rosto dando um beijo na bochecha.

- meu filho estar prometida não significa que já esteja perdido para você - sorri - eu também estava, com um louco, mais seu pai não desistiu de mim - sorri - não desista dela.

Ela anda para fora e eu fico parado pensando por onde devo começar.

O DESEJO DO MAFIOSO - Livro 2 "IRMÃOS VACCHIANO" Onde histórias criam vida. Descubra agora