TRABALHO

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NIKOLAI PAVLOVA

Respiro fundo assino mais uma papelada, termino de preencher todos os documentos que necessito para a abertura demais uma empresa.

Pego meu copo de bebida e viro para me aquecer, essa época a Rússia está mais fria que o normal.

Abro meu notebook e olho as últimas notícias da Itália, a um bom tempo não a vejo, apenas por publicações ao seu respeito.

Olho a última foto tirada por um paparazzi e ela está lá linda como sempre esteve.

- merda- sussurro e fecho a tampa do notebook - já passou semanas, já era para ter esquecido ela.

Passo as mãos pelos cabelos e respiro fundo.

- eu tenho que sair daqui - digo frustado me levantando e pegando meu casaco.

Já agasalhado saiu da empresa e ando pelas ruas cobertas de gelo, até meu carro mais próximo.

Caminho e me recordo do nosso último encontro, ela me deu um belo pé na bunda, nunca tinha acontecido isso comigo, mais eu bem que mereci.

Chego ao lado e o motorista abre a porta para mim, entro na parte de trás e deposito uma pasta minha ao lado do meu banco.

- para onde vai senhor ? - pergunta assim que entra no carro o ligando.

- para o galpão - digo e ele inicia a viagem, percorremos as estradas escorregadias por alguns minutos, quando estamos afastados da cidade se aproximando do local onde mantenho parte de meus negócios ilícitos, escuto um barulho se aproximando.

Olho para trás e vejo um 4x4 se aproximando, ele vem muito rápido para um veículo que tem que se manter instável pela neve.

Meu motorista olha pelo retrovisor, receioso, pegando sua pistola e colocando sobre o colo, quando vejo sua ação, imediatamente pego a minha dentro do meu casaco e a engatilho.

- senhor tem um carro suspeito se aproximando - diz ainda olhando pelo retrovisor.

- já vi - digo sério e olho as possibilidades de um escape.

- o que sugere em fazermos - pergunta, já que pela primeira vez na vida sai apenas com um soldado, no caso o meu motorista.

Suspiro e tento clarear a mente, preciso pensar em algo rápido.

Meus pensamentos mudam assim que sinto algo se chocar contra o carro, o motorista tenta estabilizar, mais o carro desliza e fica em Zig e Zag na pista.

- porra- digo sentindo o cinto de segurança segurar o impacto que teria para frente.

- senhor - meu guarda fala alto - estamos sendo atacados.

- nem percebi - resmungo e seguro na alça de segurança do carro com uma mão,  deixando a outra segurando firme a pistola.

- tenta se afastar mais dele para a direita - grito e assim ele faz e o carro evita se. Lançado para mais longe.

Caralho o que vou fazer.

Abro um pouco da janela colocando a pistola para fora acertando o vidro.

- merda- xingo e meu motorista bufa compartilhando a mesma raiva - são blindados.

Outra batida, e meu corpo é lançado novamente para frente tendo o cinto como meio de me parar, o motorista xinga enquanto tenta estabilizar o carro que derrapa pelo asfalto coberto de gelo.

- porra nos estamos totalmente destabilizados - ele grita - não vou conseguir segurar por muito tempo senhor. Fala

- senhor - meu guarda grita novamente - o que faremos.

- porra estou pensando - grito de volta vendo o carro dançando na pista.

Vejo que o outro carro vai novamente bater na gente e eu grito para meu soldado.

- lança o carro para a esquerda - grito e ele me olha assustado pelo retrovisor.

- mais senhor - ele tenta falar e eu o corto.

- só me obedece caralho - grito e assim ele faz.

Ele vira o carro com tudo para a esquerda e estamos nos, desviando do carro inimigo, mas nos lançando para um campo de neve.

O carro derrapa e gira na pista antes de ter o primeiro contato com o campo.

Quando saímos da pista, o carro capota rodopiando três vezes seguida.

Sinto como se minha vida estivesse acabando ali, e por incrível que pareça a única coisa que me vem na cabeça é ela.

Nina.

Me sinto balançar e um flash vem em minha cabeça todos nossos momentos bons e ruins.

Quando finalmente o carro para, percebo que estamos de ponta cabeça.

Olho para lateral e vejo um vidro quebrado, respiro fundo e sinto uma dor na costela enorme.

- porra - coloco a mãos sobre ela.

- Bryank - grito e ninguém me responde - Bryank torno a gritar até ver que motorista está morto. - Porra!

Olho para o lado da estrada vendo que o carro está retornando para onde estamos.

Tento abrir o cinto que está emperrado.

- porra, abre logo merda ! - falo e olho novamente vendo 4 homens encapuzados descer.

Sem saída, miro a minha pistola no cinto disparando a rompendo.

Meu corpo choca o chão com violência e resmungo de dor.

- merda - olho eles vindo mais rápido e abro a porta lateral do lado oposto deles.

Recarrego a arma e tento me afundar um pouco na neve.

Suspiro sentindo um frio terrível, e uma dor imensa, será que é agora que irei morrer?

Os quatro se aproxima e disparo no primeiro o derrubando e deixando imóvel, o segundo que estava ao lado dele procura de onde o tiro veio e eu o acerto.

Saiu da neve correndo em outro lado e os dois que estavam lá dispara na minha direção.

Parece que sinto as balas passarem ao meu lado, até me aproximar de uma árvore grande me escondendo atrás, quando finalmente me escondo sinto algo doer, me molhar e olho para meu ombro com o tecido com sangue.

- porra! - suspiro tentando controlar a dor que parece ter aumento, assim que percebi.

Escuto as pisadas na neve pesada e me escondo melhor, ele estão vindo cada um no meu lado como se tentasse ver onde eu estava.

Quando o primeiro aparece, dou uma cotovelada em seu peito o fazendo agachar.

O outro vem e minha direção mais como estamos muito perto consigo tirar sua arma o golpeando no queixo.

O segundo vem com um soco na minha direção, agacho e o acerto no estômago fazendo ele gritar de dor.

Quando vejo que o outro vai vir pego a arma dele que havia derrubado ao desarma-lo  e aponto fixamente em sua testa disparando.

Sinto um soco próximo a minha nuca que me faz cair de joelhos na neve macia.

Ele me vira e soca meu rosto me deixando zonzo, quando estou quase entregue, novamente acontece, ela vem em minha mente, não posso me deixar vencer, não posso!

Acerto seu queixo o deixando um pouco zonzo, com minha perna flexionada o empurro para trás o fazendo cair de costa.

Subo encima dele com as mãos em seu pescoço o sufocando.

Começo o esganar e o vejo arregalar os olhos, ele arranha meu pescoço e mãos o que vê descoberto, continuo firme, parecendo que nem sinto a dor que estou tendo no momento, depois de uns minutos finalmente sua mãos cai e ele para de respirar.

Me levanto cambaleando segurando firme meu ombro que foi baleado e está sangrando, tento voltar para estrada cansado pela distância que estou dela, eu preciso de ajuda, olho novamente para o sangue que está jorrando, e logo.

O DESEJO DO MAFIOSO - Livro 2 "IRMÃOS VACCHIANO" Onde histórias criam vida. Descubra agora