DECISÃO

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NINA VACCHIANO

Inventei uma desculpa dizendo que queria muito ir tomar um capuccino essas horas da noite.

Ettore está com um bom humor que me liberou para ir.

Estava animada pois pela primeira vez conseguiria ver Nikolai essas horas.

Desci em frente da cafeteira e sai pelo fundo indo em direção do prédio bem próximo a biblioteca que nós nos encontravamos.

Entro na sala que sempre nos víamos, entro pela porta deixando meu casaco encima da poltrona, sorrio e me aproximo,  o vejo ali sentado sem o terno de sempre, de costa para mim.

Me aproximo devagar o vendo melhor, não queria admitir mais ele ocupou um espaço no meu coração que eu não imaginei.

Sorrio mais ao me aproximar dele e o abraço por trás.

- Oi - digo animada o abraçando e dando um beijo em sua bochecha - como passou de ontem para hoje.

O escuto suspirar e seus ombros ficarem tenso.

Quando estou relaxada o abraçando sinto suas mãos desfazendo o abraço.

O olho confusa não sabendo o que está acontecendo.

- você está bem ? - pergunto me aproximando a ele que já está em pé bem na minha frente.

- temos que conversar - diz e me encara sério.

Meu coração aperta, o que aconteceu.

- aconteceu algo ? - pergunto me aproximando e ele me encara como se não quisesse falar. - Nikolai - falo relando nele e ele se afasta.

- eu... - ele tenta confessar algo e não consegue.

- Você ? - digo me aproximando e ele me encara.

- não dá mais ! - ele diz e paro - eu e você não dá mais, na verdade nem tínhamos que ter começado - ele diz com uma expressão como se não quisesse falar aquilo.

Não consigo emitir som nenhum apenas o olhar, sinto como se meu coração tivesse sido despedaçado em milhares de pedaços.

- porque ? - pergunto engolindo o choro, não quero que ele me.veja chorar.

- foi um erro, nós - diz e sinto como se tivesse sido esbofeteiada - você não faz meu perfil, achei que nos dariamos bem, mas só me enganei.

Engulir o choro está cada vez mais difícil.

- é mentira, você gosta de mim, assim como eu gosto de você - me aproximo e ele continua parado - acha que não percebo o jeito que me olha, que me toca - relo em seu braço - não adianta me afastar Nikolai, eu sei que me quer por perto - falo e tento segurar suas mãos.

Ele não as soltas mais também não olha em meus olhos.

- Seu irmão não nós quer juntos - fala e para - e eu também não a quero - diz e me encara.

Me olha tão sério, que me sinto uma idiota por acreditar esse tempo todo, na mínima possibilidade de ele me querer.

- Nikolai - digo tentando ficar calma - você e eu tivemos algo, eu não sou mais...

- e qualquer um vai querer você mesmo que não seja mais virgem, isso não será problema - joga as palavras em minha cara e não consigo mais me segurar.

Minhas lágrimas caem em uma velocidade que vejo meu rosto molhado em pouco tempo.

- mas você disse ... - soluço - a gente juntos, que gostava de mim - minha voz falha e olho em seus olhos.

A expressão dele se ameniza um pouco, ao perceber meu estado.

- você mentiu para mim - digo andando de costa desolada, balanço minha cabeça organizando meus pensamentos e ele me olha preocupado - você me usou - grito e ele vem em minha direção.

- Nina - ele vem em minha direção com uma expressão de arrependimento e preocupação e desvio - meu bem - ele para e percebe o que falou e corrige - Nina espera.

- não, não !- grito - você só queria me usar, você não gosta de meu irmão e me usou - grito desolada e ele se aproxima mais rápido.

- Nina espera...

Ele fala quando começo a correr da sala.

Corro com as vistas embaçadas pelas lágrimas, olho para meu pés estou descalça, mais continuo correndo.

- Nina espera - ele grita e percebo que está vindo atrás de mim.

Desço as escadas de forma rapida, seguro meu vestido para pegar mais velocidade.

Vejo a porta aberta dos fundos e passo.

Sinto as gotas me molharem ao sair na rua e vejo que se meu dia poderia piorar, pois bem conseguiu.

Vou mais rápido, as pedras do afasto machucam meu pé, estou toda molhada pela chuva que está mais intensa, nem sei a direção que estou tomando e com certeza ficarei dias sem poder sair por não ter ido direto aos meus guardas mais nessa situação quero ficar sozinha.

Olho para trás e vejo apenas sua fisionomia longe de mim, sem saber ao certo para onde eu fui, ele está na rua molhando também, mais conforme eu corro mais difícil fica distinguir onde ele está.

Continuo seguindo um caminho que nem eu sei onde é, mais que no momento é tudo que eu preciso fazer.

As minhas lágrimas já se misturaram com as gotas da chuva.

Meu vestido está colado ao meu corpo e minha pele arrepiada pelo frio da noite.

Diminuo meu ritmo e vou parando aos poucos embaixo de uma árvore em uma praça, geralmente ela está bem movimentada mais agora está tranquila por conta da chuva.

Sinto um aberto no peito uma agonia grande e as lágrimas vem com força.

Choro jogando toda a minha tristeza para fora, coloco a mão em minha barriga e outra em meu peito como se assim controlasse a dor e angustia que sinto no momento, e o meu choro aumenta.

- como eu fui idiota - minhas lágrimas caem mais forte - ele nunca gostou de mim - meu choro aumenta.

Agacho e jogo toda a tristeza que estava em meu peito para fora, eu só não quero mais existir.

- oi moça - chega uma menina mais ou menos da minha idade - você está bem ? - pergunta preocupada.

- eu... - tento falar e não consigo - eu ...

- espera - diz calma pegando minhas mãos - só respira e me olha - a encaro vejo seus olhos castanhos e calmos e sua feição doce, - venha comigo até aquela cafeteria, eu trabalho la - ela diz calma - acabei de fechar, mais posso fazer um último café para você se aquecer e se acalmar - me incentiva a levantar e assim faço - não precisa me falar o que foi ok - diz doce - só melhore.

Ela sorri para mim e retribuo, vou tentar me acalmar e me controlar, não quero que meus irmãos me vejam assim, não quero que ninguém me veja assim.

Ele não merece minhas lágrimas.

O DESEJO DO MAFIOSO - Livro 2 "IRMÃOS VACCHIANO" Onde histórias criam vida. Descubra agora