DESENTENDIMENTO

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NINA VACCHIANO

Estou deitada ao lado da maca de Lucca, faria tudo que fosse possível para ele abrir esses olhos e vir me irritar novamente.

Me levanto e olho meu irmão imóvel naquela cama.

Seco uma lágrima e vou em sua direção.

- você vai melhorar logo maninho, e ficar aqui comigo novamente - digo e dou um beijo em sua testa.

Me aconchego melhor em meu moletom e vou em direção da porta, a abro lentamente e fecho devagar, analisando o corredor que nesse horário tá um pouco agitado.

Sigo o caminho dando passos lentos em direção da cafeteira, preciso urgente de um café para recarregar minhas energias.

Continuo andando simples, vejo que conforme sigo os corredores a quantidade de pessoas vão diminuindo.

Dou mais alguns passos passando pelos armários de almoxarifados, até escutar uma porta se abrindo bruscamente e alguém me puxando para dentro.

Fecho os olhos assustada, e uma mão tampa a minha impedindo um grito.

Sinto meu peito bater contra o seu, e a porta se fechar novamente nos deixando em um ambiente com a luz um pouco escassa.

Não consigo abrir os olhos pelo medo, principalmente por suas mãos estarem segurando meu antebraço próximo a ele.

Quando penso em tentar gritar novamente, sinto o cheiro, esse aroma, nunca deixaria de conhecer, em questões de segundo abro os olhos sabendo quem está alí.

- Nikolai - sussurro não acreditando.

Ele está em minha frente vestido de uma maneira que nunca vi.

Tinha um tênis em seu pé e um conjunto moletom preto que mantia o capuz sobre sua cabeça.

- Nina - ele diz sorrindo com uma expressão que era de alívio. - você não sabe o quanto tô feliz em te ver bem - começa a falar e eu continuo apenas o encarando - ninguém falava qual dos irmãos estava em coma e eu tinha que vir saber...

Esbofeteio seu rosto que gira de lado, e sua fala cessa, ele me olha assustado e saiu de seu abraço.

Seco uma lágrima e ele tenta se aproxima e eu não deixo.

- não ! - digo firme e ele para confuso me olhando. - o que você acha que eu sou Nikolai - digo e vejo seu olhar triste novamente.

- você primeiro me engana, me descarta e acha que eu voltarei correndo para você no primeiro oi que disser. - digo firme e ele abaixa a cabeça.

- Nina, eu sei que errei mas...

- mais nada Nikolai - digo firme apesar de meu coração estar esmigalhado de dor - você me usou, me descartou, não se importou como eu estava, e nem da forma que me deixou - falo e vejo uma lágrima escorrer na sua face.

Não sei se acredito se está realmente arrependido, nem sei se acredito nele ainda.

- nina - tento sair de seus abraço mais ele me segura mais firme - você acha que se eu não gostasse de você eu arriscaria tudo vindo ver se está bem - mexo tentando sair mais não consigo, ele leva uma de suas mãos até meu rosto enquanto a outra se mantém firme em minha cintura - caralho eu te procurei por horas na chuva - falo e engulo seco com essa aproximação - quando soube que uns dos irmãos de Ettore estava em coma, eu pirei - diz encarando meus olhos - depois de semanas sem saber quem era, eu tinha que vir, tinha que ver se estava bem.

Abaixo meu olhar e me recordo de tudo, os dias chorando os dias acordadas, apenas sofrendo pela forma que ele me descartou.

Sinto lágrimas descer e o empurro.

Ele me olha de maneira arrependida ainda mais não deixarei que me engane de novo.

- nina me perdoa...

- Não ! - digo ele me encara triste. - você já está grande para saber o que quer, e no momento que me descartou deixou claro o que queria.

- mas...

- Nikolai eu não quero saber - falo seria, apesar de querer desmoronar esse momento chorando e correr para seus braços. - você fez sua escolha agora arque com as consequências, você escolheu me deixar, você escolheu nunca pensar na possibilidade de nós dois ficarmos juntos, você decidiu me usar como objeto de uma vingança infantil.

Eu o encaro com a expressão triste e cansada, levanto minha cabeça e tento me manter firme.

- eu te escolhi desde o início, mas você não me escolheu - falo firme - eu não sou objeto para pegar e descartar quando quiser, ao contrário, sou alguém bem decidida do que quer.

- meu bem...

- não me chame assim - o interrompo e abro a porta o vendo com os ombros largados - a um tempo você me recusou, você me descartou e hoje quem te recusa sou eu.

Sinto lágrimas caírem e ele me olha como se si sentisse culpado por tudo que sofri.

- meu bem- diz tentando se aproxima - me desculpa...

- e mais uma coisa -. Digo não o deixando terminar, tendo sua atenção cem por cento em mim - não me chame assim, a partir de hoje eu sou Nina Vacchiano para você, a irmã mais nova de Ettore e Lucca Vacchiano e a herdeira da máfia Vacchiano, apenas assim você se dirigirá a mim.

Saiu e fecho a porta, sentindo meu coração sangrar, eu o amo tanto, mais não serei idiota de deixar brincar comigo e me ter quando quiser, não sou qualquer pessoa, eu sou uma Vacchiano e uma Vacchiano não se deixa usar por ninguém.

O DESEJO DO MAFIOSO - Livro 2 "IRMÃOS VACCHIANO" Onde histórias criam vida. Descubra agora