JANELA

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NIKOLAI PAVLOVA

Se ela consegue sair, eu também consigo entrar.

Penso vendo esse enorme muro da mansão dos Vacchiano.

Eu não vou deixar Nina ficar com esse tal de Adam, eu gosto dela, ela gosta de mim, teremos um filho e isso é o suficiente.

Ajeito meu moletom preto no máximo possível em meu corpo, e olho o quanto alto esse muro é, esse é o único ponto cego das câmeras.

Nina passou tranquilamente pelos arbustos, só que sou quase o dobro do tamanho dela.

Respiro fundo e seguro o primeiro galho.

- vamos lá Nikolai, você consegue degolar uma pessoa sem remorso, então vai conseguir subir em um muro desse.

Suspiro pegando os galhos e começo a subir, vou agarrando confiante, subindo cada vez um pouco mas, isso tá mais fácil que achei que estaria, sorrio quando já estou a uns dois metros do chão.

- isso! - comemoro baixo para mim-  falei que era fácil...- quando eu ia termina a fala escuto um barulho do galho cedendo - merdaaaa! - meu sussurro de estender conforme o tempo da minha queda.

Me espatifo no chão e resmungo alto de dor, merda!.

Escuto os guardas falando, caralho devem ter escutado, me escondo em meio dos galhos da beirada e eles passam por mim procurando a fonte do barulho.

Suspiro, com medo de ser pego, e vou devagar até o portão olho encima da bancada de dentro um uniforme, um deles deve ter deixado as pressas, olho sorrindo, essa é minha oportunidade.

- burros - começo a rir, mais meu sorriso vai se desmanchando aos poucos, porra como vou alcançar.

Estou abaixado de uma forma humilhante, com os braços por dentro das grades me esticando ao máximo, respiro fundo forçando, quando sinto os tecidos por meus dedos.

O puxo com rapidez e consigo pegar o uniforme, quase morrendo, porém consigo.

Tiro minha roupa ficando de cueca e me trocando rapidamente, só Nina para me fazer passar por isso mesmo, o que eu não faço por essa menina.

Me troco e levanto rapidamente, passo pelos portões e me escondo em um canto qualquer.

Os vejo voltar e ficarem na posição que estavam, agora eu me ferro para sair, mas eu penso nisso depois, o foco é encontrar o quarto dela.

Ando pelo pátio  e sinto minhas costas doerem, o tombo foi feio, continuo andando com as mãos sobre as costas e não vejo ninguém entra na casa, os guardas que me vêem apenas me cumprimenta com um balança de cabeça e voltam a sua posição original.

Pelo que vi eles não tem permissão para entrar na casa, ou seja escalar novamente, penso bufando.

Vou olhando as janelas até avistar uma que ainda está com a luz acesa, por favor seja a dela, que não seja a de Ettore e eu o veja de cueca com as mulher porque se não terei que enfiar uma faca em meus olhos, digo bufando.

Vou subindo disfarçadamente com o apoio da própria estrutura.

Até chegar finalmente na sacada.

Paro e respiro, buscando o ar que perdi, e olho em direção da porta de vidro.

A cena que vejo é a mais linda que já vi, Nina está linda, de calcinha e sutiã em frente ao espelho, mas o que mais me chama atenção é ela deslizando as suas mãos  carinhosamente sobre a pequena bolinha que está formando em sua barriga.

Fico apenas a olhando sem reação, e pensar que eu estou quase perdendo isso me mata.

Me aproximo devagar e dou duas batidas na porta, ela se vira assustada e fica com uma reação perplexa ao me ver.

Ficamos uns minutos parados até ela finalmente decidi se aproxima.

Ela chegar e abre a porta como se não acreditasse que eu estava alí.

- o que pensa que está fazendo aqui ?-  diz olhando para os lados e me puxa pelo braço rapidamente, fechando a porta e deslizando a cortina sobre ela. - está louco ?

Ela me pergunta brava, mas só consigo sorrir a vendo assim.

- NIKOLAI - me chama tendo em fim minha atenção - o que está fazendo aqui ? - fala e eu a encaro.

Ela suspira e eu a olho intensamente, dou um passo para frente e ela recua bem devagar, olho para o chão e depois para ela então decido fazer o que deveria ter feito a muito tempo.

Me ajoelho de frente a ela que tem sua expressão pasma, estico minhas mãos para ela que reluta no início mais depois acaba aceitando.

- Nina - falo e vejo que tenho totalmente sua atenção. - me perdoa, por tudo que te fiz, por como agir com você - ela ainda me encara não acreditando - por todas as vezes que chorou, por minha culpa e por todas as vezes que se sentiu mal pelas coisas que eu disse - digo com a expressão triste e a vejo piscar várias vezes- eu errei, e estou pagando caro com meu erro, eu queria me vingar de Ettore admito, pensei em te usar e no começo te usei eu confesso, mas o meu maior problema foi não ter pensado na possibilidade de me apaixonar por você no caminho, como aconteceu.

Vejo seu peito acelerado e seu olhar vidrado em mim, como se quisesse não chorar em minha frente.

- no início eu realmente não tinha afeto, mais depois de te conhecer melhor, depois de sentir Seus beijos, depois de sentir seu toque, eu não consigo um minuto sequer tirar você da minha cabeça.

- Nikolai...

Ela tenta dizer e eu a corto.

- por favor serei breve - falo e ela volta a me escuta. - Nina eu quero você, mesmo antes de saber que tá carregando o fruto do nosso amor, eu te quero - digo e vejo sua lágrima escorrer - eu quero ele - digo levando um mão até sua barriga e ela a segura la, sem recuar - eu quero nós dois juntos, criando nossa família.

As lágrimas delas escorrem, e por mais duro e frio que eu tente ser, não consigo me controlar também, tanto mal que a fiz, irei me redimir todos os dias se ela quiser ficar comigo.

- Nina - a chamo e ela limpa uma lágrima e me responde.

- sim - Fala ainda me encarando.

- Eu te amo, fica comigo!

O DESEJO DO MAFIOSO - Livro 2 "IRMÃOS VACCHIANO" Onde histórias criam vida. Descubra agora