PENSAR

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NIKOLAI PAVLOVA

Deixo lá halteres no chão e sinto meu cabelo molhado.

O suor pinga sobre meus ombros e me sento descansando após tanto treinar.

Passo a mãos pelos cabelos molhados o jogando para trás e solto um suspiro de frustração.

- que merda ! - falo rindo de mim mesmo.

Levanto novamente em direção ao saco de box o golpeando forte, sem as luvas.

- vai lá e engana a garota - golpeio mais uma vez soltando um suspiro de raiva - eu vou engana-la e depois descartar - digo fazendo uma vozinha, me remendando em uma imensa frustração - só vou ficar com ela mais uma vez - me imito de novo e dou vários golpes me recordando de como fui idiota, não paro tentando afastar os pensamentos que ficam em minha mente, deixando Nina a todo tempo em minha cabeça.

Tentei fazer tudo que fazia, nos dias que minha mente estava perturbada, mais Nina a comanda de uma forma, que nada deu certo até hoje.

Respirei fundo, me movimentei, contei mentalmente e não adiantou em nada, tudo me levava ao pensamento de outro tendo Nina para ele.

- Porra!- falo mais alto e continuo a golpear - porque eu tive a merda desse plano - falo pausadamente a cada murro em direção ao saco. - o pior de tudo é que eu mereço - sinto dores na mãos mais não paro.

Estou golpeando desnorteado até sentir algo pingar, olho para minhas mãos estão banhadas em sangue e machucadas pelo o atrito da pele com o tecido do saco de box.

- merda - sussurro, indo em direção da pia na academia que possuo em minha mansão, abro a torneira com dificuldade e fecho os olhos de dor com o contato da água e os ferimentos.

Começo a lavar minhas mãos, incomodado pela dor e penso no rumo drástico que minha vida tomou, um cara desprendido que via sexo apenas como uma ligação carnal, estava de quatro por uma garota  Virgem que ele queria enganar.

- bem feito para você - sorrio frustado, dizendo para mim mesmo, com o bruto rumo que mudou tudo. - levou um belo pé na bunda. - falo enxugando as mãos.

O que ela se transformou minha cabeça não é brincadeira, a capacidade de me fazer ir atrás dela na Itália, mesmo não podendo mais entrar no país e me humilhar para a ter de volta está me deixando preocupado.

Olho minhas mãos novamente que possui só pequenos corte encima da mão, tento a esticar e sinto pequeno repuxos de dor.

- Eu preciso falar com ela de novo - falo baixo - mas se ela me recusar novamente?

Escuto barulho entrando na academia e levanto a cabeça vendo Ygor entrando.

- falando sozinho meu amigo ? - pergunta rindo e me encara.

- apenas organizando minha mente - digo e ele olha minha mão.

- você está bem ?- pergunta receioso e apenas o olho acenando a cabeça.

- o que devo sua ilustre presença aqui ? - pergunto sem muito ânimo e vejo seus ombros pesarem.

- os capos estão pedindo mais drogas, já que iremos receber uma remessa grande de cocaína e maconha ! - fala e eu o encaro firme.

- qual a que eles querem mais - pergunto tirando minha blusa e jogando uma toalha em volta dos ombros.

- cocaína - disseram que anda saindo muito nas ruas porém a polícia anda batendo muito encima.

- achei que já tinha sido resolvido isso com os polícia - falo e entro no banheiro fechando a porta e entrando no box para me lavar rápido.

- tinha mais parece que tem uns bons samaritanos no meio deles - resmunga no outro lado da porta.

- quanto temos de estoque de cocaína e quanto teremos assim que a carga chegar? - pergunto jogando água pelo corpo e me lavando de maneira rápida.

- apenas o suficiente senhor - diz - não o bastante para mandarmos a quantia que cada um quer !

- entendi - falo e enrolo a toalha na cintura, abro a  porta e o vejo sentado em uma cadeira extensora com cara desanimo.

- então o que faremos ? - pergunta quando vê que sai, e jogo cabelo para trás passando a mão.

- faremos o seguinte, solicitaremos uma remessa antecipada para vermos que é o suficiente para ele, os policiais na rua os suborne, se não aceitarem, os execute.

Ele me olha assustado e passo pela academia pegando outra toalha, além da que tenho já envolta da cintura e jogando pelos ombros.

- Nikolai as pessoas vão desconfiar se trinta polícias morrerem - diz simples e apenas mexo meus ombros.

- problema deles, eu não quero nenhum x9 em meu território e outra já teremos isso como aviso aos que pensarem em me trair - falo dando passos até a porta e ele continua no mesmo lugar me olhando.

- Ygor, isso aqui não é a Disney e você sabe, se eles não virem para nosso lado, os quero mortos, e fodasse a manchete que sair, a polícia inventa outra coisa, para dizer que foi o culpado pelas mortes.

Falo pegando a maçaneta da porta a abrindo e olhando para ele uma última vez antes de sair.

- eles estão sendo pagos. Para fazer exatamente isso - digo frio e o encaro - assim como os meus homens para fazerem as minhas ordens - falo e ele acena a cabeça levantando.

- então a ordem é essa - pergunta por uma última vez e confirmo.

- sim, ou entra para nossa lista de pagamento ou morte - dou uma pausa e suspiro - bom eles que escolhem.

O DESEJO DO MAFIOSO - Livro 2 "IRMÃOS VACCHIANO" Onde histórias criam vida. Descubra agora