—|CORTE NOTURNA|—
•••
•Azriel.
—|O chamado o importunava dia após dia. Funcionava como um eco em sua mente que, como espião, deveria manter-se concentrada em seus deveres — em espionar, em ouvir e desvendar os sussurros de suas sombras e, principalmente, na guerra que começara e acabara através de sangue e ruínas.
Fazia três meses desde que ouvira o chamado da Desconhecida com tanta certeza urgência que, nas primeiras duas semanas, sua mente e esforços estavam voltados unicamente para a missão de encontrar a dona daquela voz misteriosa. Ele mandara mais de vinte espiões, das partes mais remotas do mundo até as mais conhecidas, para encontrar qualquer vestígio de daquela voz; de alguém que o conhecia e podia precisar de ajuda.
Por que aquele era um chamado por ajuda, ele sabia. Era uma fêmea, e chamava por ajuda.
Quem? Ele não fazia ideia, as únicas fêmeas que conhecia que podiam pedir ajuda estavam em Velaris; Morrigan, Feyre, Nestha, Elain e Amren.
Todas possuíam motivos para pedir por ajuda, afinal, quando ouviu o chamado, estavam prestes a iniciar uma guerra. Mas todas as fêmeas que conhecia estavam bem, sempre estiveram. Mas há uma que não conheço, que me chamou, e eu não atendi. Há uma que não está bem.
Havia apenas alguns meses desde que a guerra contra o Rei de Hyrben e seus aliados acabara, e as Cortes e a maior parte do território humano ainda precisava ser organizado. Com destaque para a ilha de Hyrben que, após perder, fora saqueada por qualquer um com disposição e poder suficiente; os líderes militares de Rask e Vallahan culparam o Rei por perderem a guerra e saquearam a Ilha, matando, mutilando, roubando e violando a população que ficara para trás. E os piratas se divertiram com os portos e as pequenas cidades envolta deles.
Azriel, o Encantador de Sombras, suspirou, recordando-se nas memórias da guerra. Possuía quinhentos e trinta e sete anos de idade e, ainda assim, parecia nunca se acostumar com tanta crueldade a troco de nada. Azriel sabia ser cruel, sabia machucar, manipular e espionar; com a Reveladora da Verdade, arrancara a força a verdade de mil inimigos, mas era em prol da sua família, da Corte que vivia. Ele não saía por aí matando pessoas a esmo, roubando o pouco que tinha e estuprando mulheres.
Mas outros feéricos faziam tudo isso — e muito mais — com prazer.
Espere até ver, ela dissera para ele, quando ainda era um pobre feérico verde como a grama do verão.
Ver o que, perguntou, confuso, mau humorado e distante, afiando sua espada. Nessa época, todos se preparavam para a guerra que explodiria a qualquer momento.
O que uma pessoa pode fazer com a outra.
Quando Azriel finalmente compreendeu o que ela quis dizer com a frase, era tarde demais. Tarde demais mesmo.
Encarando o território destruído de Hyrben — que posteriormente pertenceria à Rainha Avalon, uma parente distante do antigo rei que, apensar do parentesco, era deveras gentil —, Azriel suspirou uma terceira vez. Odiava esse trabalho. Era Cassian quem visitava as famílias das vítimas, devolvia os corpos dos cadáveres — quando podia — para o enterro e consolava os parentes vivos. Mas Cassian estava ocupado demais com Nestha e com os próprios illyrianos mortos, deixando o trabalho para o espião.
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Once, in Paradise
Fanfiction•Há quase quinhentos anos atrás, Tamlin cometeu uma traição horrível com seu amigo íntimo, Rhysand. Essa traição desencadeou eventos trágicos e uma rivalidade que duraria por séculos. Mas excluindo o ego, o orgulho e a arrogância de ambas as partes...