37|A MORTE MORA AO LADO

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—|VELARIS, CASA DO RIO|—

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—|VELARIS, CASA DO RIO|—

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—|Aquela cama era incrivelmente mais... fofa do que o seu colchão no Olho de Corvo, tão macia e aconchegante que Kizzy precisou rolar nas primeiras duas horas de sono para conseguir adormecer. Ainda assim, acordou no meio da madrugada, sentindo-se sufocada pelos cobertores, o pijama que Feyre lhe dera e a porra do colchão macio demais.

A feérica levantou muito antes do sol raiar, colocou um velho sobretudo que usara na tarde anterior, suas botas velhas, e aventurou-se no telhado da casa. A sua janela ficava de frente para um rio belíssimo, de água cristalinas e correnteza forte naquela época do ano. Mais ao fundo, havia diversas montanhas cobertas pela neve.

Kizzy amanheceu observando aquelas montanhas, enquanto bebericava uma garrafa de rum barato — que tinha o melhor gosto na sua humilde opinião — que havia trago escondido na sua mala grande. Nem só de livros e joias roubadas vive os feéricos...

Quando finalmente amanheceu, Kizzy começou a ter aquela sensação incomoda e constante de estar sendo observada, o que a fez, instintivamente, levar a mão para a adaga na sua bota. Era a adaga de Hunter; ela nunca ficava longe demais da lâmina. Podia até mesmo deixar a espada mágica que controlava o navio escondida debaixo do travesseiro, mas a adaga de Hunter jamais deixava sua bota.

Discretamente, e com grande habilidade, Kizzy retirou a lâmina da bota e a deixou oculta entre seus joelhos e seus braços, apenas esperando por um ataque ou algo do gênero.

Mas é claro que nada aconteceu, e Kizzy sentiu-se imensamente burra e paranóica por possuir essa necessidade avassaladora de se proteger de tudo. Seu irmão havia falado o quão segura Velaris era, e mesmo assim ela pensara que estava prestes a ser atacada — e nem havia visto algo, apenas tido uma sensação.

Aborrecida consigo mesma, Kizzy retornou para o quarto, sentindo os olhos pesados. Apenas quando ela fechou a janela e as cortinas que a figura illyriana grande e musculosa tornou-se visível, em um telhado alguns prédios a frente.

O illyriano estava a caminho da Casa dos Ventos quando a viu sozinha no telhado, no meio da neve e do clima congelante com apenas um casaquinho para esquenta-la. Ele não queria invadir sua privacidade ou incomoda-lá, mas não resistiu a observá-la; não quando passara quase três meses esperando-a desde soubera do seu retorno, muito menos quando tinha séculos de saudades e luto em suas asas.

Depois de vê-la encolher-se em sua cama, em segurança e aquecida, Azriel lançou-se aos céus novamente, até a Casa dos Ventos; teria uma reunião com Rhysand na manhã seguinte.

—|Batidas suaves, porém firmes e insistentes, despertaram Kizzy de seu sono leve e frágil. Ela ergueu-se da cama em um pulo, ainda agindo como se precisasse estar sempre alerta.

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