•Há quase quinhentos anos atrás, Tamlin cometeu uma traição horrível com seu amigo íntimo, Rhysand. Essa traição desencadeou eventos trágicos e uma rivalidade que duraria por séculos. Mas excluindo o ego, o orgulho e a arrogância de ambas as partes...
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—|EM ALGUM LUGAR A LESTE DA ILHA DE HYRBEN|—
•••
—|Uma clara mudança acontecera oito dias após Kizzy e Belwas conversarem sobre os segredos que ela guardava. Nesses cinquenta e seis dias a bordo do navio Desconhecido, Kizzy aprendera um pouco sobre coordenadas e a geografia do mundo — pelo menos daquela parte do mundo.
Dessa forma, sabia que, para atracarem na Ilha de Hyrben, no Porto da Glória, como o Imediato Franke dissera que fariam, teriam que navegar para o norte por pouco mais e um mês para, enfim, contornarem a costa da ilha até atracarem no Porto.
Cinquenta e seis dias já haviam se passado, e não houvera nenhum sinal de terra firme. Parte de Kizzy se encolhia de medo ao pensar na possibilidade de nunca a encontrarem, mas ao ouvir uma conversa entre dois comerciantes, seu coração se acalmara. O comerciante mais velho, de barba branca, careca e um olho branco, dissera:
— Passamos pela Costa Rochosa na hora da coruja, estaremos em Porto da Gloria antes do fim da semana.
O outro, porém, esboçara descrença:
— Estou dizendo que os cálculos não batem! Deveríamos estar passando por Porto Velho agora mesmo, mas vê... — ele apontara para o mar. — Não na terra alguma! Só o oceano pronto para nós engolir!
O comerciante mais velho praguejara, cuspira no chão e amaldiçoara o mais jovem mil vezes antes de alegar que ouvira tal informação do segundo Imediato, então, a informação era verdadeira.
Kizzy ouvira a conversa fazia três dias, agora fazia cinquenta e nove dias a bordo do O Desconhecido, e apenas dois dias para o fim da semana. Se o Caldeirão e a Mãe fossem bons, estaria vendo a terra firme em breve.
Mas eles não são tão bons, afinal, pensou Kizzy, vendo os três navios sem bandeiras que surgira no horizonte. Estavam a duas milhas dos navios. Os tripulantes estavam nervosos. Finalmente, depois de semanas, o Capitão deixara a sua cabine para dar ordens aos seus empregados.
— Levantar velas! A todo mastro! — ele gritava. Pretendia despistar os navios. — SE PREPAREM, SEUS IMBECIS!
Conforme os minutos passaram e ambos os navios ficaram mais próximos, os ânimos se agitaram mais ainda. Mães recolhiam seus filhos para dentro das cabines e machos preparavam suas espadas para a possível luta.
— Deve voltar para sua cabine também — sussurrou para Dyana, que protestaria, se a mais velha não houvesse acrescentado: — Agora.
Então, Kizzy a deixara para trás, descendo as escadas até o convés. Agarrou o primeiro macho que viu e questionou:
— Quem são eles?
— A Irmandade sem Bandeiras! — respondeu, já se afastando, tropeçando enquanto carregava várias espadas nas mãos.