13|CINCO DIAS PARA PARTIR

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—|CORTE CREPUSCULAR|—

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—|Estavam, de fato, na Corte Crepuscular, cujo Grão-Senhor chamava Thesan. Ele era conhecido por ser um governante justo, sábio e reservado.

Mas não piedoso quando invadiam suas praias — Belwas, que navegara como pirada durante a juventude, informou-os.

Alguns dias passaram-se desde que chegaram na praia — quatro —, e eles estavam recuperados, na maioria dos aspectos, como esperava o Capitão. Foram abençoados por chuvas constantes e leves durante boa parte da madrugada, o que lhe rendia um alívio para as queimaduras e matava a sede que todos sentiam.

Apesar disso, Kizzy ainda era atormentada por dores, mas era devido a gestação de oito meses, então tudo que podia fazer era não exagerar no esforço físico e tentar não se estressar emocionalmente, não mais do que já estava.

Havia uma grande fonte de alimentação — pelos peixes e frutas e animais. Assim, as bochechas de todos ganharam um pouco de dor além da palidez doentia que se tornara habitual. Exceto por Dyana, que continuava um tanto abatida e fraga, provavelmente devido à exposição ao sol em exagero; ela apenas precisa

— Ela só precisa repor os nutrientes que perdeu — afirmou Kizzy, quando Ophelia perguntou se a pequena estava bem, depois de vê-la quase se jogar na areia de cansaço.

Com a recuperação da maioria, o Capitão julgou sábio que avançassem, pouco a pouco, no reconhecimento da floresta — assim que souberam que não estavam no Meio. Pois coisas sombrias vivem nas florestas do Meio, e não javalis e pés de banana, Emílio Mão-Boba fez questão de enfatizar.

E nesses quatro dias, Kizzy manteve-se ocupada na maior parte deles; auxiliando Nellya e Ophelia a construírem uma estrutura melhor para o abrigo frágil e improvisado — agora um pouco menos frágil —, aprendendo um pouco de pescaria com Gwen e Belwas, apesar de manter-se um tanto distante desde último depois da última conversa que estiveram sozinhos.

Nela, Belwas revelava que descobrira sobre sua verdadeira identidade e de Dyana, mas que não contaria para o Capitão. Ele não gosta de quem mente para ele, Kizzy se lembrou. A feérica ainda não sabia se o Imediato pretendia usar a informação como chantagem — o que não serviria de nada agora que Kizzy não estava mais "presa" dentro de um navio.

Ele não também havia mencionado nada a respeito, ou sequer a olhava atravessado. Na verdade, Belwas quase a ignorava tando quanto Kizzy o ignorava. O que não podia ser dito sobre Franke que, desde que amanheceram no segundo dia naquela praia, não se afastava demais dela.

Kizzy suspeitava que estava relacionado a sua gestação, já que percebera Franke encarando sua barriga grande vez ou outra com certa fixação. As vezes, ela tinha vontade de gritar que ainda faltavam dois meses — um pouco menos, na realidade. E que a criança não sairia de uma hora para a outra. Mesmo após as primeiras contrações, na maioria dos partos, ainda levava muitas horas para o feto nascer, principalmente sem acesso a uma curandeira.

Mas também não era como se ela não estivesse preocupada. Teria que estar estabilizada, em algum lugar, dentro de dois meses para conseguir ter o bebê em boas condições. O bebê de Venon, um arrepio passou pelo seu corpo. Apesar de não vê-lo há dois meses, Kizzy ainda sonhava com o macho, ainda acordava pensando que veria o teto de madeira velha da casa, passando a tarde sob os gritos de Madame Giza.

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