—|BELA DOMADA, PASSANDO PELO CABO DAS AGULHAS, NO REINO HUMANO|—
{DOIS DIAS DEPOIS}
•••
—|Tudo estava absolutamente certo na mente de Lyall Kaida e seu corvo Leal, tão certo que não havia possibilidade de erro.
Eles começariam juntamente com o amanhecer, na sala da caldeira e espalhando o caos gradativamente até que todos os Servos dos níveis baixos se concentrassem em um único ponto; o último andar, o nível seis.
Seu corvo Leal cuidaria para que os guardas do convés deixassem seus postos — e talvez até mesmos alguns tripulantes cedessem a curiosidade — e fossem até lá embaixo. Deixando o caminho livre para a princesa e sua trupe fazerem o que precisavam fazer.
Lyall esperava, torcendo para a bondade que podia — devia — haver no coração dos guardas ignorantes a tortura que ocorria lá embaixo, que, quando eles e os soldados vissem o que acontecia, mudassem de lado e lutasse ao lado dela contra os outros Servos do Mar e guardas mais leais ao Capitão.
Silenciosos e ansiosos, os machos e fêmeas do segundo andar dos níveis baixos aguardavam ordens suas para começarem. Iniciariam a revolta no segundo andar, onde havia os Servos mais frágeis e de fácil manipulação, assim, conforme o caos aumentasse, os Servos do primeiro andar e terceiro seriam compelidos a virem e resolverem a revolta, deixando seus respectivos andares com poucos Servos.
Nesse momento, os machos e fêmeas do primeiro e terceiro andar iniciariam suas próprias revoltas, causando um efeito em cadeia de descontrole e caos.
O fato inegável era que havia muito mais prisioneiros do que os Servos do Mar e guardas comuns, e a única coisa que os impedia de dominar o navio era o juramento que foram obrigados a fazer ao Capitão. Mas Lyall podia dar um jeito nisso, mesmo que temporariamente.
Vendo-os encolhidos e maltratados, porém ansiosos para libertassem-se, Lyall suspirou fundo, caminhando até eles. Leal grasnou: "Morrer", "morrer", "morrer".
— Essa não é uma revolta armada — começou ela, com o tom de voz médio. — Começaremos com um pouco de discussões, protestos contra o modo como são tratados. Reajam com o meu sinal, para que tudo dê certo. Eu estarei escondida lá encima enfraquecendo os poderes do Capitão que, segundo minhas fontes, estarão mais fracos essa parte da manhã.
— Qual é o seu sinal? — perguntou Nulla, uma fêmea sem nariz que estava ali a mais de cem anos.
— Leal virá comigo. — O corvo voltou a grasnar. — Quando o virem, é por que o feitiço deu certo, e podem reagir. Lembrem-se de usar o elemento supresa; os Servos não estão esperando por nenhuma reação, nunca. Gelo — ela chamou o macho grande e forte —, você será o primeiro a reagir. Não esqueçam: acertem para matar, eles não hesitarão ao matá-los.
— E como nós vamos lutar? — perguntou Malia, segurando o ombro de seus dois filhos. Ambos fracos e pouco ágeis.
— É — concordou uma outra —, nem todas temos músculos. — Indicou com a cabeça a feérica chamada ironicamente por todos de Bela, que perdera a beleza anos atrás.
Bela possuía o corpo inteiramente cheiro de cicatrizes, assim como seu rosto que fora desfigurado depois de ser espancada. Além disso, faltava-lhe um seio, que, segundo histórias, precisara ser retirado devido a infecção causada pela mordida de um macho que, alem de violenta-lá, marata sua família. Apesar de tanto apanhar, Bela possuía força, coragem, esperteza e grandeza.
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Once, in Paradise
Fanfic•Há quase quinhentos anos atrás, Tamlin cometeu uma traição horrível com seu amigo íntimo, Rhysand. Essa traição desencadeou eventos trágicos e uma rivalidade que duraria por séculos. Mas excluindo o ego, o orgulho e a arrogância de ambas as partes...