08|A MORTE DE QUEM AMAMOS

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—|CORTE NOTURNA|—

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—|CORTE NOTURNA|—

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—|Rhysand levantara da cama naquele dia desanimado, sentindo todo o peso do mundo em suas costas. As promessas que fizera para ambas quando ainda era um feérico jovem permaneciam presentes em sua memória, assim como seus rostos. Mas havia uma nebulosa falha onde antes ficara o som das suas vozes, seus trejeitos e suas risadas. Não havia mais lembrança disto.

Ao lado de Feyre, Rhysand conseguira retratos de seus rostos, os quais guardava com muito cuidado e carinho dentro dos armários do escritório. Em algum momento dos séculos, Tamlin guardada suas asas penduradas na parede do escritório — e Rhysand preferia não pensar nisso; não queria alimentar o ódio que já sentia naturalmente pelo macho. Ele aprendera que ódio era uma emoção perigosa.

Agora, Rhysand guardava seus rostos — apesar de não conseguir pendurar os quadros, gostava de saber que elas estavam lá. Que não foram esquecidas, e jamais seriam.

Um murmúrio chamou sua atenção. Era Nyx, seu pequeno Príncipe Noturno de seis anos, testando o movimento de suas asas. Rhys sorriu, contido; mas um ano e estará voando pelos céus.

Logo seu sorriso morreu, conforme percebia o amor que tinha pelo filho, e quanto elas também amavam voar; e o quanto foram privadas disso.

O motivo do seu desânimo era a data de falecimento de sua mãe e sua irmã — Jadelyn e Haelyn. Hoje fazia exatamente quatrocentos e setenta e quatro anos desde que elas morreram. No meu lugar, sua mente traiçoeira e venenosa acrescentou. No meu lugar, ele próprio concordou.

Rhysand sabia que, depois de tantos anos, já deveria deixar a culpa de lado e focar naqueles que ainda estavam ao seu lado. Mas sua mente imortal não conseguia deixar de pensar em como seria caso elas estivessem aqui; caso Rhys não fosse jovem e tolo e ingênuo demais para acreditar que teria amigos além de Azriel e Cassian. Por que alguém seria amigo do filho de um dos Grãos-Senhores mais cruéis...

Seu pai era cruel, astuto e mesquinho. Usara da boa vontade e necessidade alheia para conseguir o que desejava e, quando isto não era o bastante, usava ameaças. Ameaçara seus inimigos com seu poder imenso e mortal, depois, os ameaçara com o poder da besta de seu filho mais velho, e, oito anos mais tarde, usara sua própria filha como espiã e como um prêmio de conquista.

Rhysand ainda se culpava pela quantidade de vezes que deixara Haelyn ser maltratada pelo pai. Era tolo, ingênuo e cego. Tão cego que não percebia as traições bem à minha frente. Sempre fui mais poderoso do que ele, podia protegê-la...

— Pobre e burro Grão-Senhor, acha que um dia verá sua família de novo... — Amarantha costumava ronronar no seu ouvido uma vez por ano, na Queda das Estrelas. — Você não sabe de nada, tolo Rhysand.

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