𝐂𝐚𝐩𝐢𝐭𝐮𝐥𝐨 40 - O Outro Lado

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*Capítulo não revisado, propício a conter erros ortográficos. Se encontrar algum, me avise para que eu possa corrigí-lo. Boa leitura.

"Não precisamos fazer nada, nada mesmo, para morrer.

Podemos nos esconder em um armário debaixo das escadas a vida toda e ela ainda vai nos encontrar. A Morte aparece usando um manto invisível e mexe uma varinha mágica e nos leva quando menos esperamos. Ela apaga os traços da nossa existência nessa Terra e realiza todo o trabalho sem cobrar. Não pede nada em troca. Faz uma reverência ao nosso velório e aceita elogios por seu trabalho bem concluído e depois desaparece.

Viver é um pouco mais complexo. Tem uma coisa que sempre precisamos fazer.

Respirar.

Inspirar e expirar, todo dia, todas as horas minutos e momentos precisamos inspirar, gostemos disso ou não. Mesmo quando planejamos asfixiar nossas esperanças e sonhos, ainda respiramos. Mesmo enquanto definhamos ou vendemos nossa dignidade a um homem na esquina, respiramos. Respiramos quando estamos errados, respiramos quando estamos certos, respiramos mesmo enquanto caímos em um precipício em direção a uma morte prematura. Não pode ser desfeito.

Então respiro."

(Liberta-me)

Abro os olhos e a boca buscando por mais ar, sinto minha garganta queimar. Vejo um par de olhos verdes preocupados olhando para mim e vejo sua boca se movimentar falando palavras desconexas que não consigo entender e, muito menos, escutar. Acho que ainda preciso de mais oxigênio. Sinto um cansaço e quero fechar meus olhos novamente. Algo me diz que não devo, mas outra coisa diz que já está na hora. E essa segunda opção me parece bem melhor e requer menos esforço. Estou sem energia, estou sem motivação. Meu namorado, ou melhor, ex namorado tentou me matar por estar possuído, novamente.

Fecho meus olhos, finalmente rendendo-me a dona Morte.

Não sei por quanto tempo eu fico desacordada, inconsciente, mas sinto uma enorme vontade de abrir meus olhos. Vejo um azul incessante e uma claridade abundante, meus olhos doem com isso. Pisco várias vezes para me acostumar com essa luz.

Estou deitada, me sento rapidamente obtendo a atenção de que eu não estava no loft ou na escola, mas sim na floresta de Beacon Hills, estava na primavera, aparentemente. Minha cabeça lateja um pouco.

Certo, isso pode ser mais uma ilusão do Void.

Fico de pé e olho para todos os lados, não havia ninguém, eu consigo escutar apenas o barulho dos pássaros. E isso certamente me incomoda um pouco.

— Clara? - ouço me chamarem.

Demoro um pouco para virar o corpo, aquilo não poderia estar acontecendo. É meio... impossível. Mas eu com certeza reconheceria aquela voz em qualquer lugar possível! Então eu me viro, e a vejo. Belíssima como sempre, com seu rosto angelical e aquele sorriso de conforto.

Minha mãe.

Corro para abraçá-la. Ela abre os braços e me recebe de bom grado, sinto uma enorme vontade chorar. Ela me aperta ainda mais ao seu peito e eu consigo sentir seu cheiro, e como eu sentia saudade daquilo!

Nos separamos mesmo eu não querendo. Continuo com os braços em volta de sua cintura, ela tem suas mãos em meus ombros. Seu olhar estava altamente iluminado, não por lágrimas, mas por felicidade.

𝐒𝐎𝐔𝐋𝐌𝐀𝐓𝐄𝐒, 𝐒𝐭𝐢𝐥𝐞𝐬 𝐒𝐭𝐢𝐥𝐢𝐧𝐬𝐤𝐢Onde histórias criam vida. Descubra agora