𝐂𝐚𝐩𝐢𝐭𝐮𝐥𝐨 4 - Loba de Gevaudan

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Clara

Theo: Loba de Gevaudan. - fala olhando fixamente para mim.

Os olhares se alternam entre mim e o moreno.

Como é que ele sabe? Literalmente quase ninguém sabe sobre a outra parte da lenda da Besta de Gevaudan.

Segundo essa segunda parte, se a Besta se apossar-se de uma pessoa na qual conseguisse controlar o desejo de matar na primeira lua cheia, conseguiria ser a Loba — ou o Lobo — de Gevaudan. Muitos acreditavam que seria um homem por ser mais forte — puro machismo — mas na lenda sempre deixou claro que seria uma mulher, ou melhor, deixou pistas.

Minha mãe, Talia, contava essa lenda pra mim e pro Derek. Eu lembro que eu amava muito.

Quando eu tinha 13 anos, tinha saído junto com Derek em uma noite apenas para passear pela floresta — uma burrice, eu sei. Tinha uma casa bem no meio da floresta e mais afastada da antiga casa dos Hale, eu e Derek ficamos curiosos e decidimos entrar nela. Derek foi o primeiro a entrar, mas quando eu fui a porta tinha se fechado sozinha.

Derek para de brincadeira! Abre a porta e me deixa entrar! - grito batendo com força na porta.

Derek: Eu não fechei. Não estou conseguindo abrir, Car! - grita de volta e percebi a maçaneta se mechendo.

Quebra! Tá tudo escuro aqui, Der.

Quando fui tocar a maçaneta senti um arrepio em minha espinha. Tudo tinha se apagado, parecia que eu tinha fechado os olhos. Fechei e abri os mesmo na intenção de ter sido realmente isso, mas nada adiantou, eu ainda estava no escuro. Girei meu corpo e vi duas luzes azuis. Não sabia o que era, só sei que fui me afastando mas a coisa se aproximava cada vez que eu tentava caminhar pra trás.

Tropecei e tudo voltou a se iluminar, quer dizer, mais ou menos. Vi Derek em cima de mim.

Derek: Você tá bem? Quando consegui abrir a porta você estava caída! O que aconteceu, Car? - pergunta me ajudando a sentar no chão.

Eu não sei... Eu estava em um lugar escuro e... e tinha alguma coisa lá, Der! Duas luzes azuis. O que era aquilo? - pergunto olhando para olhando para os lados.

Derek: Eu não sei. Vamos falar com a mamãe tudo bem? Vem, vamos voltar pra casa. - me ajuda a levantar e voltamos para casa.

Conversei sobre tudo com a mamãe e descobrimos que bom... se eu não matasse ninguém até a noite de lua cheia — que seria em 5 dias — eu me tornaria a Loba de Gevaudan. Foi muito difícil ficar 5 dias trancada no porão e tentando não matar ninguém. Eu mesma obriguei minha mãe a me prender, ela ia só me entregar comida e água com lágrimas nos olhos. Foi dias difíceis, mas aqui estou eu.

Era legal no início, ter força e mais algumas coisas, além de ter a cor dos olhos cor-de-rosa. Mas dois anos depois foi horrível! A pior coisa que eu queria ser naquele dia era um Lobisomem ou algum ser sobrenatural. Naquele dia eu só queria ser uma criança normal.

— Malia: O quê? Não é só uma lenda? - pergunta confusa.

Eu continuo olhando para Theo com os lábios entreabertos. Como eu disse antes, quase ninguém conhecia a segunda parte da lenda da Besta.

— Peter: Lobisomens eram considerados como uma lenda, Malia. Acho que toda lenda tem um pouco de verdade não é mesmo? - o mais velho diz com um sorriso debochado no rosto e leva uma olhada mortal de Derek.

— Como soube? - pergunto colocando o copo de água na bancada com as mãos trêmulas.

— Theo: Fácil. Eu sabia de toda a lenda. Achava interessante e teve todo aquele negócio dos Médicos do Medo e tal. - diz dando de ombros.

Eu não conseguia falar nada. As palavras haviam sumido da minha boca, da minha cabeça. Acho que dava até pra ouvir meus batimentos acelerados.

— Derek: Você está bem? - pergunta a mim.

— Stiles: Como ela pode não estar? Você é literalmente uma lenda Clara! Porque não contou antes? - fala animado.

Ela sabe o fardo que eu carrego?

— Porque não gosto do que sou e tenho meus motivos pessoais. Vamos... falar sobre outra coisa. - falo e olho para Derek, ele sabe mudar de assunto melhor do que eu.

— Derek: O que acham de uma festa? Comemorar a chegada da minha irmã mais chata do mundo? - diz dando um sorriso debochado para mim.

Em um piscar de olhos todos já estavam animados na sala conversando sobre a festa que teria hoje de noite. Adolescente gosta mesmo dessas coisas né? Pois eu também, apesar de não ficar bêbada.

— Eu compro a bebida. Do que gostam? - pergunto me levantando e pegando a chave do meu carro.

— Theo: Cerveja.

— Peter: Vodka.

— Vinho. - Lydia e Kira falam juntas.

— Malia: Qualquer coisa. - diz dando de ombros.

— Beleza. Alguém vem comigo? Não sei qual marca gostam. - digo apertando o botão do elevador e Theo se levanta .

Balanço a cabeça e entro no elevador junto com o moreno. Não falamos nada até chegarmos no último andar e sairmos. Apertei o botão para o carro destravar e vi o garoto ao meu lado abrir a boca. Porque a surpresa?

— Theo: Caralho! Você tem uma Ranger Rover. Meu Deus. - fala animado enquanto entra no banco do passageiro e coloca o cinto.

— Tenho outra preta. - digo dando uma piscadela para o mesmo e ligo o carro já dando partida e saindo do estacionamento.

Ligo o som e começa a tocar uma música da Rihanna, Umbrella. Amo essa mulher como amo as músicas, podia, inclusive, postar um álbum novo.

— Theo: Então... Foi difícil os dias? - pergunta receoso?

— Que dias? Ah... É foi um pouco difícil. Mas só foram 5 dias então foi meio que um pouco fácil também. - digo dando de ombros. —Onde compra as bebidas?

— Theo: Naquele bar ali. Vou ficar aqui porque sou menor de idade, se me verem não vão vender. Pega o dinheiro. Meu e Lydia. - diz apontando para um bar na esquina e tirando a carteira do bolso.

Deixei o carro ligado devido ao ar e desci do carro sem pegar o dinheiro. Eu disse que comprava, mas com o meu dinheiro.

— Theo: Clara! - escuto ele gritar mas não dou ouvidos.

Entro no bar e peço uma grade de cerveja, cinco vinhos e cinco vodkas. O homem olha pra mim de cima a baixo e reviro os olhos sem que ele veja.

— Quer ajuda a colocar no carro? - o velho pergunta com um sorriso idiota e malicioso. Filho da puta.

— Não. Valeu tio. - digo com um sorriso cínico e levo para o carro primeiro os vinhos e as vodkas.

Coloquei no banco de trás e voltei para pegar a grade de cerveja colocando no chão do carro. Volto para o banco do motorista. Quando ia dando partida Theo pigarreia.

— O que foi? - pergunto olhando pra ele.

— Theo: 'Cê deixa eu dirigir? - pergunta me olhando esperançoso.

— Se bater meu carro faço você dar o cu até pagar o estrago. - digo e saio do carro indo para o outro lado.

Entro e ele já estava com as mãos no volante. Coloco o cinto e ele da a partida indo para o loft.

߷߷߷

NOTAS: Um pouco sobre a história da Clara :)

Total de palavras: 1206

𝐒𝐎𝐔𝐋𝐌𝐀𝐓𝐄𝐒, 𝐒𝐭𝐢𝐥𝐞𝐬 𝐒𝐭𝐢𝐥𝐢𝐧𝐬𝐤𝐢Onde histórias criam vida. Descubra agora