O Abismo dos Desejos Proibidos

Capítulo 14-Decepção é quando a esperança leva um tapa na cara

NICOLE SCHILER

Sentada em uma cadeira de cinco dólares de uma delegacia decadente, a minha raiva aumenta ao assistir o covarde do promotor que tenta em vão cobrir a sua história. Porém ele está mentindo e a maneira como o delegado demonstra acreditar está me dando nos nervos.

— Seu pedaço de lixo, você sabe o real motivo por eu ter chutando seu traseiro.—Eu esbravejo.— Eu mostrei as fotos. Você viu delegado, esse verme espancou a própria esposa.

Ele franze a testa quando seus olhos se chocam com os meus. Exteriormente ele mantém uma calma controlada, mas eu posso imaginar vapor saindo de suas
narinas quando ele respira pesado e profundo. Nele, eu vejo uma escuridão em seus olhos, um homem sem remorso, sem
empatia que usa uma máscara.

— Que ousadia sua, garota. Me acusando de algo tão grave.—Ele late com um tom defensivo.— Não sei como conseguiu essas fotos, mas confirmo ser minha esposa e os machucados infelizmente são reais. Porém o que aconteceu de verdade foi que ela sofreu um acidente doméstico há alguns dias.

A confiança na qual ele diz isso me faz contrair os olhos conforme revolta começa a descer o sangue em minhas veias.

— Não foda com essa mentira. Eu tirei essas fotos hoje mais cedo após receber receber uma ligação dela pedindo ajuda. Quando a encontrei ela estava com um rosto machucado e costelas faturadas. E confirmou ter sido você o autor.

Ele olha para mim, apertando seu olhar enquanto os dedos raspam, antes de flexionar e apertar o braço da cadeira.

— Srta. Schiller, eu realmente não faço ideia do que você está falando.  Quando saí de casa hoje minha esposa estava de repouso como foi indicado pelo médico. Se você foi visitá-la hoje eu até entendo seu susto, mas dizer que teve uma confirmação que eu bati em Anna é uma mentira de tamanho escandaloso. Minha esposa não seria capaz de levantar algo tão falso assim, então só posso concluir que sua mente fantasiosa está precisando ser tratada.
— Wow, você não treme sequer um olho quando mente. Palmas para o ator que você é —Eu zombei batendo palmas.

Ele balançou a cabeça como alguém impaciente.

— Sabe, de início sua falsa acusação somente me intrigou e pensei que você apenas estava tirando conclusões erradas por ver os ferimentos da minha mulher. Porém agora estou começando a ficar extremamente ofendido. — Ele diz com cinismo — Mas para esclarecer melhor essa situação, eu posso ligar agora mesmo para Anna.

Ele puxa seu celular do bolso e disca rapidamente os números. Seus olhos espreitam e me sodam como um gato, me
convidando ao desafio.

— Olá, Aaron—Senti como se cristais de gelo houvessem se formado em minhas veias quando a voz de Anna soou através do auto-falante.
— Oi, querida. Eu sei que você provavelmente está descansando, mas eu preciso que você me diga o que aconteceu com você há dois dias?

A raiva atravessava seu rosto, e eu poderia dizer que ele não estava confortável quanto aparentava estar. Mas ele inalou uma respiração longa e apertou sua máscara no rosto quando a resposta dela veio, tão ensaiada quanto o cinismo dele.

— Eu tive um acidente com o limpador de neve. —Sua voz era controlada e teatral.

Eu poderia apostar que aquela não era a primeira vez que ele tentava aquele truque.
Anna também está lidando com sérios danos psicológicos já que seu agressor deve usar frequentemente táticas manipuladoras para manter sua vítima confusa e emocionalmente desequilibrada. Um agressor é sempre astuto, encontrando maneiras de justificar suas ações ou desviar a atenção dos outros para a verdade.

— Ok, querida. Só mais uma coisa, você recebeu a visita da sua chefe Nicole Schiller hoje?
— Uh..hmm...—Ela faz uma longa pausa — Sim, por que?
— Porque estamos na delegacia e ela insiste que você ligou pedindo socorro para ela e confirmou que eu agredir você.  —Ele diz com sua voz soando a mesma de quando conta um absurdo.— Eu estou realmente confuso sobre como essa mentira surgiu, você pode esclarecer essa situação de uma vez por todas?