BRUNO HUGHES
Exaustão pesava sobre mim. Como Atlas, era como se o mundo inteiro estivesse equilibrado em meus ombros. Eu lutei para continuar acordado quando a falta de sono e o estresse sugaram minha energia e eu estava à beira do colapso. Nicole era a única coisa que me manteve empurrando
através da fadiga. Ela foi submetida vários exames para que os médicos entendesse a extensão dos seus ferimentos. Ela estava fraca, desidratada e ferida, mas todos os testes não detectaram sequelas ou qualquer coisa muito grave. Eram apenas alguns hematomas externos e uma torção do tornozelo, mas os médicos disseram que ela ficaria bem, apenas com dor por um tempo.— Já estamos esperando há horas porra, já era para ela acordar.— Deive reclama do banco ao meu lado.— Disseram que os medicamentos que precisaram administratar estariam fora do seu sistema em oito horas.
Eu concordei e passei minha mão sobre meu rosto. Tentar parecer calmo era uma tarefa impossível. Eu desviei o olhar das pessoas ao redor, pois não queria que percebessem o turbilhão de emoções que me consumia.
— Papai e mamãe estão com ela, eles irão avisar assim que ela acordar.
Assim que Luana termina de falar a porta do quarto se abriu, e meu coração quase saltou pela boca. Adam saiu com um semblante sério, e eu me levantei em um salto, pronto para ouvir notícias.
— Ela acordou?— Eu não consegui esconder a expectativa em minha voz.
— Sim, ela está consciente. — Ele respondeu, mas algo no seu rosto denunciava que algo não estava bem.
— Então podemos ver ela?Adam balançou a cabeça em negação.
— Ela não quer ver mais ninguém além da mãe.
Um suspiro coletivo escapou de todos nós. Não era a primeira vez que Nicole agia dessa forma. Sempre que se sentia culpada ou envergonhada por algo, ela se recusava a enfrentar sua família nos primeiros momentos. Noemi e eu éramos os únicos autorizados a vê-la nessas ocasiões, mas agora até eu estava sendo barrado.
— Nem mesmo eu?— Eu pergunto, sentindo um estranho aperto no peito.
Adam me olhou com uma sombra de pena nos olhos, e seu tom de voz refletia a compreensão da situação.
— Sinto muito, filho. Ela foi bem enfática em não querer ver ninguém além de Noemi.
Meu maxilar cerra e eu luto para ignorar a dor. Eu não a culpo. Realmente, eu fiz o caminho para isso quando decidi afastar ela. E eu sei que ela tem razões para não se sentir mais à vontade na minha presença.
— Pft, Nicole está grande demais para esse show — Luan resmunga com impaciência.
— E a situação que ela se envolveu não nos permite apenas ficar e esperar ela ter coragem de enfrentar. Ela não teve coragem para se arriscar? Terá que ter para enfrentar isso —Deive acrescenta com a centelha de raiva em seus olhos.Ele tenta entrar no quarto, mas seu pai o barra, bloqueando o caminho com firmeza.
— Não, Deive. Nós vamos deixá-la ter sua vontade feita —Adam diz, mantendo o tom calmo, mas firme em sua decisão.
Deive suspira e balança a cabeça, mostrando sua frustração. Ele parecia agitado, suas emoções oscilando entre a preocupação e a indignação.
— Esse é justamente o problema, pai. Por sempre deixarmos a Nicole tomar suas próprias decisões, ela acabou se envolvendo em uma situação desconfortável com o governo do país. Se ao menos tivéssemos interferido antes, talvez pudéssemos tê-la protegido disso tudo.
Sinto a tensão no ar enquanto Deive expressa suas preocupações. Eu também estava angustiado, compartilhando a sensação de impotência diante do que Nicole havia sido empurrada.
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O Abismo dos Desejos Proibidos
RomanceBruno Hughes é gostoso, elegante, engraçado, e tem um olhar que pode derreter aço. E Nicole Schiller tem uma queda pelo melhor amigo de seu irmão desde que se lembra. No aniversário de dezesseis anos dela ele faz uma promessa, e ela espera pacientem...