Capítulo 38 - Amizade e desconfiança: forças opostas que se testam ao coexistir.

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BRUNO HUGHES

Assim que as portas se fecham atrás de nós, deixo meu corpo cair na cadeira e belisco a ponta do meu nariz. Minha cabeça fervilha com a pressão caindo sobre meus ombros, ao ponto que me sinto como um peso morto.

— Para onde pretende enviar ela?— Eu pergunto.

— Alaska.

Suspirei em meio a loucura de pensamentos que me enchem.

— Não sei se é uma boa ideia manter Nicole tão longe de nossa vista.— Eu digo.

— Eu concordo com Bruno. — Nicolas diz — Todos nós sabemos que ela não é a mais obediente, é difícil controlar ela aqui, imagine os tipos de merda que ela poderia puxar se ficar longe de nossa cobertura.

— Podemos ter Nicole no complexo, você sabe que podemos garantir a segurança dela — Dex diz

— Eu sei disso, mas seria arrastar essa merda sobre mais pessoas inocentes — Adam passou ambas as mãos pelos cabelos, parecendo frustrado e cansado. — Nós tivemos Nicole bem debaixo de nosso nariz e aquele desgraçado chegou até ela. E para isso ele causou um massacre naquele hospital. Estamos com uma bomba em nosso caminho.

Cada músculo em meu corpo se esticou, e um sentimento de impotência se arrastou até minha espinha.

— Além de Ferguson, não podemos esquecer que temos que lidar também com os federais.— Adam continua — Depois que o hospital foi soprado para o inferno pelos terrorista, eles vão fazer de tudo para chegar até Ferguson. E como eles não podem chegar através de Anna, pode ter certeza que vão vim atrás de Nicole.

— Vão querer usá-la como isca — Murmuro, esfregando as mãos no rosto.

— Enviar ela para o Alaska é a nossa melhor jogada. Para protege-la e também garantir a segurança de toda a família.— Adam diz.— Um de vocês vai com ela.

— Eu assumo isso. Eu vou com ela. — Deive diz.—Irei mantê-la na linha. Ela está assustada, não vai ser difícil.

Nicolas riu sem muito humor.

— Estamos falando de Nicole, quando algum de nós conseguiu manter ela na linha?

Um longo silêncio desceu sobre nós enquanto ninguém expressava o que todos estavam pensando. Finalmente Deive empurrou sua cadeira para trás com um barulho irritante.

— Eu posso fazer isso, nem que eu tenha que amarrar ela— Ele disse com firmeza. — Estou indo cuidar de tudo isso agora mesmo.

— Sente- se, Deive.

Deive olhou para o pai com uma expressão confusa.

— Você não precisa resolver nada, já tenho tudo organizado. Vou enviar Nicole para a propriedade de um velho amigo meu. Fomos para universidade juntos, mas ele acabou se juntando ao exército. Se aposentou das forças armadas e adquiriu uma casa em Sitka. A propriedade é bem protegida. O cara é teórico da conspiração, câmeras de segurança em todos os lugares, e armamento suficiente para lutar a terceira guerra mundial sozinho. Ele garantirá a segurança que Nicole precisa.

Fecho os olhos e minha testa martela com todo excesso de informação, minha cabeça correndo com pensamentos. Uma onda protetora me varre quando penso que Nicole não estará em meu alcance. Mas se eu quero a proteção dela, o plano de Adam é a melhor aposta. Mesmo que o pensamento de ficar longe dela alcance um lugar profundo dentro de mim e provoque uma emoção que não consigo nomear.

Droga.

Descanso meus cotovelos nos joelhos, esfregando a parte de trás do meu pescoço com a mão. Toda esta situação é uma merda.

O Abismo dos Desejos ProibidosOnde histórias criam vida. Descubra agora