Capítulo 17-Quem se expõe ao perigo procura a sua perda.

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NICOLE SCHILER

Conforme eu dirijo, meu coração vai se acelerando mais e mais. As ruas passam em um borrão ao meu redor, e quando finalmente chego a casa de Anna eu estaciono o carro com pressa. Quando saio do veículo, meu olhar percorreu o quarterão ao redor da propriedade. O cenário é silencioso e vazio, sem sinal de qualquer pessoa por perto. A madrugada era alta e enquanto todos provavelmente estão dormindo eu sinto uma tensão palpável pairando no ar, aumentando minha apreensão. Caminhando cautelosamente em direção à entrada da casa, estou atenta a tudo que meus sentidos podem captar. A ausência de movimento ou qualquer manifestação de presença humana é perturbadora. E quando encontro a porta da frente entreaberta, balançando levemente ao sopro do vento, sinto calafrios.

Coragem, Nicole. Coragem!

Com passos cuidadosos, adentro a casa, sendo recebida por um silêncio ainda mais pertubador. Cada passo ecoa pelas paredes, intensificando a sensação de solidão. Meus sentidos estão em alerta máximo, atentos a qualquer sinal de perigo iminente. Enquanto percorro alguns cômodos, novas ondas de arrepios percorrem minha espinha. Não há sinal de presença humana, mas em cada parte há vestígios de violência. Eu encontro até manchas de sangue que me deixam ainda mais alerta. E á medida que continuo minha busca, minha apreensão se mistura com o prenúncio de perigo. É então quando um ruído distante chama minha atenção e eu sei que a segurança de Anna definitivamente está em jogo. Ouço vozes abafadas ecoando pelo corredor, aumentando gradualmente. Meu coração dispara enquanto me aproximo cautelosamente da origem do som. Eu procuro me manter discreta, me escondendo em um ponto de observação privilegiado quando chego ao que parece ser um escritório. A porta está aberta, e a cena que se desenrola diante dos meus olhos é desconcertante.

Há um homem, com traços que lembram os de um militar, mantendo o promotor Ferguson imobilizado no chão, pressionando seu pé firmemente contra o rosto dele. O promotor, por sua vez, luta para se libertar, mas parece incapaz de se mover sob o peso e a força do outro.

— Eu fui claro quando disse para você cuidar de tudo pessoalmente— O homem grita, visivelmente irritado. — Você tinha apenas uma maldita coisa para fazer e você falhou.

Suas palavras são carregadas de tensão, deixando claro que alguma situação complicada está em andamento.

— E-eu já disse, eu tive um contratempo. — O promotor choramingou do chão.— E eu acreditei que meus homens poderiam lidar com a situação.

Sangue escorre do nariz do promotor, mas o agressor mantém a pressão implacável com a sola da bota, ignorando completamente as mãos que tentam desesperadamente afastar o sapato que o oprime.

— Eu não me importo com seus problemas fodidos, Aaron. Nós tínhamos um acordo simples. Você cuidava do sequestro da vadia e te dariamos a vaga de Promotor distrital.

Escuto com apreensão as palavras do homem, sua voz cheia de raiva e desdém. O promotor, choramingando, tenta se explicar, argumentando que cumpriu sua parte no acordo, cuidando do sequestro da pessoa em discussão.

— Eu fiz minha parte, eu cuidei do sequestro.

O outro homem ri de forma sarcástica, ignorando as palavras do promotor. Elevando seu pé ligeiramente, ele o deixa cair com força, acertando a bota no rosto de Ferguson. O impacto é brutal, fazendo com que mais sangue jorre do seu nariz.

— Você contratou homens de merda para cuidar do serviço e o resultado é a fuga daquela maldita vadia.— O homem continua a impor sua autoridade— Então você que estragou tudo e você que irá resolver. Nem que você precise vasculhar aquela mata toda, você vai encontrar aquela vadia. Estamos entendidos?

O Abismo dos Desejos ProibidosOnde histórias criam vida. Descubra agora