Capítulo 29- Pensar é fácil. Agir é difícil.

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BRUNO HUGHES  

Atendendo ao chamado do médico, Deive e eu deixamos o quarto de Nicole e seguimos para o final do corredor, onde Anna Ferguson estava. Havíamos combinado com o médico responsável que assim que possível gostaríamos de vê-la, e finalmente ela acordou. Ela é nossa principal esperança porque não temos nenhum sinal para o paradeiro de Aaron Ferguson. O desgraçado sumiu como fumaça. Não temos nada. Zero. Porra nenhuma. A esposa dele é a única capaz de ajudar a ligar as pontas soltas. Qualquer coisa que ela nos diga pode nos dar algo para correr atrás. Precisamos encontrar esse filho da puta, tirá-lo da rua, e, finalmente, dar a Nicole e as outras pessoas envolvidas um pouco de paz.

— Ela só pode falar aos poucos, então evitem perguntas que vão requerer muito esforço. Eu só posso dar a vocês o máximo de dez minutos, — O médico diz quando estamos prestes a entrar.

Deive e eu concordamos. Quando eu abri a porta, o estado que ela se encontra quase me faz pensar em recuar.  As duas pernas dela está engessada ,  sua cabeça enfaixada e hematomas e inchaço espalhados por praticamente toda parte.

— Ola, Anna. Eu sou Deive Schiller— Deive é quem se aproxima primeiro— Você se lembra do que aconteceu antes de você ser trazido para o hospital?
— Sim. — Sua palavra é apenas um sussurro doloroso.
— Então você pode responder algumas perguntas sobre seu marido Aaron Ferguson?

Sua testa se enruga e ela estremece.

— As crianças?— Ela pergunta, a voz trêmula.
— Suas crianças estão bem e em segurança, estamos cuidando de tudo.
— E a Srta. Nicole? — Ela continua perguntando, a ansiedade em sua voz.
— Ela quase morreu por causa dos negócios do seu marido, mas felizmente está bem. No entanto, para que possamos garantir que todos vão permanecer bem,  precisamos descobrir o paradeiro de Aaron Ferguson— Deive é direto, sem hesitar.— Ele é uma ameaça não somente a sua vida, minha irmã se expôs ao perigo também quando ajudou você.

Isso parece causar mais dor a ela do que seus ferimentos físicos. Um brilho de culpa queimou em seus olhos antes que um grito de agonia escapasse de seus lábios.

— E-eu sinto muito. Eu não queria que ela se machucasse. Eu não pensei que Aaron...oh eu fui tão tola. Coloquei todos em perigo, tudo minha culpa, por ser cega...E-eu sinto muito.

Seu queixo estremece quando um fluxo constante de lágrimas cai de seus olhos. Seus ombros tremem quando os soluços começam a rasgar através dela. E isso faz Deive e eu trocarmos um olhar preocupado, o tempo estava correndo e não era bom Anna estar tão nervosa.

—  Anna, olhe para mim— Deive diz suavemente 

Levou alguns momentos para ela se acalmar o suficiente para olhar nos olhos dele.

— Eu não quis dizer que você é a culpada de tudo. Você não fez nada para provocar essa violência, seu marido é um covarde maldito e ele é o principal culpado.  E pedir ajuda não foi errado, acontece que Nicole se envolveu em mais confusão do que deveria por sua própria conta. Você não é a única culpada. 

Com essas palavras, novas lágrimas escorreram pelos olhos de Anna, mas aos poucos os soluços foram parando. 

— E as coisas saíram do controle porque seu marido estava envolvido com criminosos. Ele tentou fugir do País mas deu errado, a última pista de sua localização indica que ele é ainda está aqui na cidade, e isso representa um perigo para sua vida e da minha irmã. Esperamos que você possa nos dar informações valiosas para ajudar em nossa busca.

Ela respira fundo e enxuga as lágrimas de suas bochechas. Então assentiu antes de começar a contar.

Ela conta sobre toda a besteira que ela viu ao longo dos anos.

O Abismo dos Desejos ProibidosOnde histórias criam vida. Descubra agora