Capítulo 36- Ele é tão escorregadio quanto sabonete

259 33 4
                                    

BRUNO HUGHES 

— Porra!

Eu observei ao redor da recepção do hospital. O enorme espaço parecia uma maldita zona de guerra. Os buracos de bala nas paredes, a fumaça engrossando o ar, vidro, destroços, corpos e sangue manchando o chão. 

— Os civis foram evacuados?

— O maior número possível. Os federais lidaram com isso quando o atirador iniciou o ataque.— Dex informou.

— Ótimo. — Murmurei enquanto deslizava a minha arma em punho.

E eu mal tinha um visão do perímetro quando num piscar de olhos o helicóptero voava muito baixo e próximo as grades janelas. Eu só peguei um borrão de movimento, uma figura masculina debruçada na cabine aberta, mas mal tinha absorvido a visão quando a figura levantou uma  MP5 e desencadeou uma saraivada de rodadas de balas. Os projetis  atingiram o que sobrou das vidraçaria das janelas, enviando pedaços de ferro e cuspindo vidro em todas as direções.

— Precisamos cuidar desse pássaro, porra! — Rosnei.

— Estou nisso, — Killer disse. E agarrando o fone que estendi, ele saiu correndo e desapareceu na fumaça que vinha da escada

— Casper e Ethan, dêem cobertura a Killer. 

Os outros assentiram, seus olhares determinados refletindo a seriedade da situação. Virando ligeiramente a cabeça, Dex berrou outras ordens para os outros dois Knights que seguiram para fora da recepção também, prontos para cumprir suas missões designadas. Clicando no meu fone, busquei estabelecer contato com os líderes das minhas equipes.

— Johnson. Smith. Williams. Ramirez. Patel. Estão me ouvindo?

Uma vez que todos eles estavam conectados, ouvi a resposta de quatro deles. 

— Sim, senhor.

— Me atualize sobre a localização de vocês.

— Equipe Fúria a na entrada inferior Oeste, pronto e aguardando.

— Equipe Bravo no telhado Sul, posição confirmada.

— Equipe Ranger posicionada nos andares superiores, tudo sob controle aqui.

— Equipe Alpha na entrada inferior Leste, sem sinais de movimento até o momento.

— Johnson?

Sem resposta.

— Equipe Mcall?

Silêncio.

Mal-estar tomou conta de mim. Merda. Johnson restava com Deive quando eu deixei a sala de emergência, e Deive não entrou em contato nem uma vez desde que o ataque com bombas começou, e eu não conseguia me lembrar de quando fora o último contato de rádio de Johnson.

 Onde diabos estava o cara?

Tive minha resposta quando finalmente a voz sombria de Deive encheu minha orelha.— Johnson e sua equipe estão mortos.

A respiração de alívio que estava presa em mim não ficou mais leve ou se libertou ao ter um sinal de Deive. Na verdade ela ficou alojada em minha garganta até que meus pulmões queimavam e o peito doía.

Johnson era um velho amigo de Adam Schiller, e foi um extraordinário mercenário, conhecido como o homem que nunca sorria. E foi um dos primeiros que aceitou se juntar a nós quando começamos a recrutar. E ele era tão espinhoso quanto os mais espinhosos dos homens. Mas sua idade e experiência havia conquistado o respeito de todos em nossa organização, até mesmo meu e de Deive. Ele possuía algo que inspirava lealdade entre sua equipe e os de outras equipes também.

O Abismo dos Desejos ProibidosOnde histórias criam vida. Descubra agora