Capítulo 25-O menor dos detalhes pode fazer uma grande diferença.

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BRUNO HUGHES

— Maldição — Eu murmurei com a visão da forma amassada.

Era uma mulher ajoelhada no pequeno espaço. Além de sangue, seu corpo estava
preto e azul com contusões. Alguém tinha acabado com ela. Era óbvio que ela havia sido deixada para morrer.

— Me ajude a tirar ela.

Deive submergiu na abertura do chão em direção à mulher. Então com cuidado ele começou a levantar ela para cima, para que eu pudesse pegá-la.

— Aaron — Ela sussurrou novamente, seu tom era de puro terror. Ela parecia prestes a explodir em pânico.

Eu empurrei os fios de cabelo do seu rosto.

— Não, eu sou Bruno Hughes. Eu e meu irmão viemos ajudar você.

Lágrimas brilharam em seus olhos e ela deixou escapar um grito de agonia que me gelou até o osso.

— Por favor, Aaron. Pare...—Suas palavras derramaram-se em uma corrida frenética em meio ao seu delírio.

Em seguida ela começou a se contorcer em  meus braços. Seus soluços sacudiam seu corpo e ela começou a brigar comigo, chutando e arranhando. Sangue vermelho brilhante começou a me sujar. Eu não conseguia imaginar como ela ainda tinha a força para lutar depois de tudo o que ela tinha passado.

— Droga!— Deive subiu novamente e se inclinou sobre nós.
— Rápido, nós precisamos imobilizar ela não só antes que ela me destrua, mas antes que ela sangre até morrer.— Eu berrei.

Então Deive puxou- a para si, deslizando um dos braços sob suas costas e outro debaixo das suas pernas. Quando eu estou indo para ajudar a imobilizar seus braços, ela surpreendentemente parou de se debater e afundou lentamente nos braços de Deive.

— Anna?— Ele chama e as pálpebras inchadas dela vibraram ao som da  voz.
— Sim— Ela susurrou.
— Ótimo, você consegue me entender, certo?
— Sim— Ela susurrou novamente.
— Perfeito, eu não estou aqui para te machucar. Eu vou te ajudar. Eu prometo.

Em reação as palavras, Anna abriu os olhos e encarou Deive. Eu pude ver uma mistura de emoções refletidas ali: medo, confusão, mas também uma sensação de alívio.

— H-heroi? —Ela pergunta com esperanças substituindo o sangue injetado em seus olhos.

Deive segurou ela com cuidado, reconhecendo a sensibilidade por trás de sua resistência anterior. Seus olhares permaneceram conectados por um instante, como se houvesse uma comunicação silenciosa entre eles.

— Não sou um herói, Anna. Sou Deive apenas— Ele diz e ao invés de decepção, isso parece trazer um pouco conforto— Deive Schiler.
— Nicole— Ela murmura, o sobrenome trazendo a lembrança.
— Isso, ela é nossa irmã. E enviou a gente aqui para tirar você daqui.

Um soluço sufocado forçou seu caminho para fora da garganta dela.

— Eu coloquei ela em peri....— Ela não consegue terminar a fala e faz uma careta de dor quando uma provável onda de dor invade seu corpo.

Me surpreende que ela ainda não tenha desmaiado de dor. Além das contusões, ela tem um ferimento feio na lateral da cabeça, e a quantidade de sangue que encharca seu cabelo diz que ela precisa de atendimento médico urgente.
— Deive, você precisa levá-la ao hospital agora. Eu cuido de tudo aqui.

Ele concordou, se levantando do chão com a mulher nos braços.

— Doi.— Lágrimas escorriam pelo seu rosto.
— Eu sei, mas vai ficar tudo bem, eu vou tirar você daqui.
— As crianças?
— Elas estão seguras, você poderá vê-las assim que estiver em boas condições. Agora preciso te levar para o hospital.

O Abismo dos Desejos ProibidosOnde histórias criam vida. Descubra agora