Konoha High School - Nossa Geração

Aproximação

 Já havia se passado mais de uma semana desde o incidente com Hinata e Naruto. Os ferimentos da garota já não apareciam mais, mas os dele ainda eram notáveis. Desde que aquilo havia ocorrido, o loiro estava tratando Hinata como se fosse um bebê. Se tinha uma coisa que ele odiava eram pessoas como aqueles caras. E não conseguia entender o que uma pessoa dessas tinha na cabeça.

A sala 101 estava no laboratório de química, Naruto, Hinata, Shino e Sasori estavam em uma das bancadas. O professor Izumo havia colocado diversos frascos, que continham ácidos e bases espalhados pela bancada. Eles deveriam medir o PH de cada um e depois organizar do mais ácido para o mais básico. Hinata pegou um dos frascos na mão para fazer a medida.

- Cuidado para não se machucar Hina. - Naruto disse preocupado.
- Não se preocupe Naruto. - Ela falou sorrindo pra ele.
- Ei cara... - Sasori falou baixinho chegando perto de Shino e atraindo a atenção do rapaz de óculos. - Esses dois namoram?
- Creio eu que não. E mesmo que namorassem, agora não é hora de você querer falar sobre isso. - Shino respondeu no seu tom habitual e Sasori apenas revirou os olhos.

Enquanto isso a sala 103 estava recebendo os resultados da prova de geografia sobre vegetação. Lee havia tirado 7, Ino 6,5 e Shikamaru 9

- Como esse preguiçoso tirou 9? - A loira resmungou.
- Não devia tirar conclusões precipitadas Barbie. - Shika disse.
- A força da juventude fará com que eu vá melhor na próxima prova. - Lee disse risonho.
Depois de entregar as provas, o professor Asuma parou do lado de Shikamaru.
- Estou impressionado com a sua nota. Foi a maior da sala, você é o alunos mais preguiçoso que já tive, mas parece o mais inteligente. - Lee sorriu feliz pelo amigo, Ino bufou.
- O melhor lugar para estudar é deitado na cama. - Shikamaru falou com sua cara de cansado de sempre.

Asuma apenas deu um sorriso de lado, como é que esse garoto consegue ir tão bem nas provas? Pensou o professor. Ele se dirigiu até a frente da sala e começou a passar o novo conteúdo.
Na sala 102, o professor de literatura Jirayia estava animado. O assunto daquela aula era classicismo e o velho adorava essa época da literatura. Apesar de todos os alunos perceberem que o professor fazia jus ao apelido que Naruto havia dado, sábio tarado, ele conseguia prender a atenção de todos durante suas aulas.

- Agora preciso de dois alunos voluntários. - Ao dizer aquilo, muitos levantaram a mão, mas ele escolheu dois que fizeram questão de deixar a mão bem baixa. - Kiba e Tenten. - Os dois reviraram os olhos e Neji só riu de canto. - Página 113, cada um vai ler um verso do poema de Camões, Tenten você começa.

A garota bufou e revirou os olhos, mas vendo que não ia adiantar, começou a ler.

- Amor é um fogo que arde sem se ver. - Ela leu sem nenhuma expressão ou entonação na voz.
- É ferida que dói e não se sente. - Foi a vez de Kiba ler também sem expressão e entonação na voz.
- PAREM. - Jirayia gritou. - O que pensam que estão fazendo? Isso é um poema de Camões, é pra ser lido com sentimento, comecem de novo e coloquem todo o sentimento, toda paixão e dor que tem dentro de cada um, e enquanto não fizerem isso vão continuar lendo e relendo.
- Amor é um fogo que arde sem se ver. - A garota colocou tristeza na voz.
- É ferida que dói e não se sente. - Kiba falou sério e com certa raiva na voz.
- É um contentamento descontente. - A tristeza se intensificou.
- É dor que desatina sem doer. - Ele leu com uma mistura de tristeza e raiva.
- É um não querer mais que bem querer.
-É um andar solitário entre a gente.
- É nunca contentar-se de contente. - A cada verso a tristeza na voz dela se intensificava.
- É um cuidar que ganha em se perder. - Ele lia com um misto de sentimentos na voz.
- É querer estar preso por vontade. - A tristeza na voz dela passou a ser dor, e todos os que ouviam se sentiam tocados.
- É servir a quem vence o vencedor.
- É ter com quem nos mata lealdade.
- Mas como causar pode seu favor... - Ele lia com bastante sentimento na voz.
- Nos corações humanos amizade... - Ela lia se lembrando se várias coisas que havia passado.
- Se tão contrário a si é o mesmo Amor? - Ele leu com o máximo de sentimento que pôde.
- Perfeito. - O professor falou batendo palmas e fazendo a turma fazer o mesmo. - Era isso que eu queria, todo esse sentimento, a sincronia entre vocês é perfeita.