Konoha High School - Nossa Geração

Revelação

    Sakura recebia olhares por onde quer que passasse na escola. Aquilo a incomodava, só não mais porque tinha o apoio de todos os seus amigos e isso a tranquilizava. Mas pelo menos ninguém parecia julgá-la e isso se devia a diretora Tsunade que poucos dias antes da volta da garota promoveu uma palestra sobre depressão e ansiedade para que seus demais alunos se sentissem acolhidos e entendessem melhor essas doenças psicológicas.

A garota não podia dizer que estava feliz. Afinal, ainda estava sob efeito de alguns remédios, já que o médico havia receitados alguns de dose alta para que ela tomasse diariamente durante um mês. Mas com certeza se sentia melhor do que antes. Suas sessões de terapia já haviam começado e ela ainda se sentia meio receosa de se abrir, mas aos poucos isso ia melhorando. Ela nunca buscou terapia por achar que seus problemas eram ridículos demais para consumir o tempo de uma pessoa com eles, mas estava mudando esse pensamento lentamente. Afinal, essas pessoas têm diplomas e estão lá exatamente para ouvir os problemas dessas pessoas.

Sua vida aos poucos ia voltando ao normal. Ou tão normal quanto era possível. Ela andava incomodada com o fato de suas amigas não a deixarem sozinha por um segundo, se sentia vigiada. Entendia o motivo disso e não podia julgar, pois sabia que faria o mesmo, mas isso a incomodava demais. Por sorte, as férias não demorariam muito para chegar.

Depois do almoço ela foi para o quarto tomar um banho e trocar de roupa para a terapia. Era sexta feira, então os corredores estariam bem vazios, já que na sexta a maioria ficava dormindo no quarto ou tentando dar um jeito de sair para passear pela cidade. Ela respirou profundamente se sentindo aliviada com aquilo.

Já faziam quase três semanas que ela havia voltado. Nesse período ela percebeu Sasuke a encarando várias vezes, e percebeu diversos momentos em que ele tentava se aproximar, mas não conseguia por ela sempre estar cercada. Ela também havia notado que Naruto olhava para ele como se o convidasse a se juntar ao grupo, era óbvio que o loiro sentia muita falta do melhor amigo. Mas isso logo passava, pois agora namorando Hinata os dois ficavam em um chamego só, era até desconfortável ficar perto deles, às vezes.

Ela saiu do banho e se encarou no espelho dando um sorriso cansado, mas feliz. Ela estava voltando a aparecer com a antiga Sakura. Havia recuperado sua palidez natural e os cabelos tinham sidos tingidos novamente. Além disso, não tinha mais olheiras tão profundas e lábios ressecados. Só o peso que estava se mantendo, ela ainda não tinha conseguido voltar a comer normalmente, mas sabia que isso aconteceria em breve.

Depois de passar um lip balm nos lábios e escovar os cabelos ela foi em direção a sala onde acontecia a terapia. As meninas insistiram para irem junto, mas ela negou diversas vezes, disse que estava tudo bem e não havia perigo. Elas notaram verdade em seu olhar então cederam ao desejo da amiga.

...

Karin andava inquieta no quarto de um lado para o outro. Por sorte, suas colegas de apartamento não estavam presentes. Ela mexia nos cabelos ruivos devido ao nervoso. Então Sasuke havia contado tudo a Sakura e a garota não havia dado um pio para ninguém?

Ela já queria ter falado com a garota antes, havia ficado extremamente preocupada com o que aconteceu. Mas faltou coragem, ela tinha medo de ser julgada. Suigetsu ainda não tinha voltado a falar com ela, mesmo com suas inúmeras tentativas. E Juugo parecia mais aéreo do que nunca. Ela se sentia extremamente sozinha, mas estava disposta a mudar isso. A fazer novas amizades e sua primeira tentativa seria com Sakura. Não fazia ideia de onde a garota de cabelos rosas deveria estar, mas torcia que não fosse em seu quarto.

Assim, Karin saiu em disparada para os corredores da escola. Andou, andou e andou e nenhum sinal de Sakura. Estava com sede e já havia perdido as esperanças. Mas como estava perto de um banheiro com bebedouro na frente decidiu tomar uns bons goles de água e sentar um pouco no corredor. Ela só não esperava que assim que tivesse sentado a garota que tanto procurava aparecesse.