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MINA

Depois do incidente, Momo me levou de volta para a cantina para pegar outra refeição mas eu não sentia nenhum pingo de fome.

- Você não vai comer? - Momo perguntou colocando as duas mãos na cintura.

- Não estou com fome Momo. - Puxei uma das cadeiras da mesa do refeitório e me sentei vendo Momo fazer o mesmo. — Aquilo foi tão estranho... -  Falei me referindo ao incidente.

- Eu concordo. Aquela é a garota nova não é?

- Sim, estamos na mesma sala de biologia. - Abaixei a cabeça na mesa.

- O que!? Por que você não me disse nada!? - Momo falou emburrada.

- Eu nem pensei nisso... Mas isso não importa!

- Claro que importa! Não me diga que ela foi sua dupla. - O meu silêncio foi o suficiente para ela entender que foi isso mesmo que aconteceu. - Agora está explicado por que ela te salvou.

- Não, não está! - Falei levantando a cabeca e a encarando. -  Não trocamos nenhuma palavra sequer e não é como se ela ou eu tivéssemos criado empatia uma pela outra! - Falei com certa indignação e Momo apenas me olhava surpresa por eu ter me alterado do nada, na verdade até eu estava já que pouquíssimas coisas me irritam. - Qual é? Ela nem estava lá! Como me pegou tão rápido!? - Momo sorriu maliciosa.

- Te pegou é?

- Momo eu tô falando sério!

- Ok, ok. - Ela levantou as mãos em sinal de rendição. - Tenho que admitir... Ela realmente não estava por perto, não faz sentido ela ter chegado tão rápido e justamente quando ia acontecer. É como se ela... Soubesse que ia acontecer... - Completei a frase e senti meu corpo estremecer.

- E então... A sensitiva aqui é você!

- Eu não sou sensitiva!

- Quem se vê dormindo aqui é você, não eu. - Respirei fundo para me acalmar. - De qualquer forma você deveria agradece-la. - A olhei como se ela estivesse falando o maior absurdo de todos. - Não me olhe assim Mina! Sendo ela estranha ou não, ela te salvou, aquela lampada de LED ia quebrar em você, ia fazer um grande estrago e sabe-se lá se você ficaria viva. Sinceramente me sinto um pouco decepcionada, você sempre foi um amor de pessoa apesar da timidez e agora esta julgando não só essa garota como todo o grupinho dela. — As palavras de Momo foram como um choque de realidade. - Eu engoli em seco. Ela estava certa eu nunca fui assim.

- Você está certa... Eu agi mal. - Suspirei. - Eu vou agradece-la, só preciso de coragem. - Momo sorriu.

- É isso ai. - Ela se levantou. - Vamos andando daqui a pouco bate o sinal.

Me levantei e seguimos para fora do refeitório. Esta vamos andando pelo corredor quando eu a vi, ela estava com um dos meninos, eu parei de repente por alguns minutos a observando, eles conversavam mas quando o garoto olhou para mim, eu voltei a andar. Olhando para frente notei os olhos dela em mim, nossos olhos se conectaram e de repente parecia que eu estava presa naquela imensidão negra, seus olhos penetrantes não desviaram nenhuma segundo dos meus, quando estávamos prestes a passar por eles vi que Momo iria abrir a boca para falar algo mais eu a puxei e passamos por eles andando rápido.

- Mina! Achei que iria agradece-la.

- E eu disse que ia quando criasse coragem e...

- Myoui! - Uma das inspetoras me interrompeu. - Falei com o diretor sobre o acidente e ele disse que você poderia ir para casa. - Olhei para Momo como se perguntasse o que fazer e ela apenas assentiu.

Eclipse | Michaeng G!POnde histórias criam vida. Descubra agora