A 14° Lua

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SEULGI

Momo e sua tia me encaravam com um olhar preocupado e com razão, lembro-me que convivi muito pouco com Roseanne no inferno, já que ela sempre preferia ficar fora sendo uma espécie de Serial Killer aqui na Terra. Mas foi tempo suficiente para descobrir que ela é um demônio bem severo e impiedoso. Todas as vezes que nos aproximamos de um humano, ela fez o favor de matá-lo ou até mesmo tortura-lo. Não que tenhamos contato sempre com humanos, mas as poucas vezes que tivemos resultou nisso.

A verdade é que ela tem inveja de Chaeyoung por a mesma ser filha de Lúcifer e ser sempre bajulada. No começo eu não sabia quem era pior, se era Roseanne ou Chaeyoung, mas agora eu tenho certeza que é a Roseanne, já que Chaeyoung amoleceu um pouco por conta de Mina.

- Ela anda meio sumida. - Disse antes que elas se desesperassem de vez. - Na verdade faz séculos que não a vemos. Mas acho que agora ela vai decidir dar as caras, e acho que isso será um problema.

- Bom seja lá como for, Momo estará pronta. - A tia de Momo tomou a frente. - Amanhã você não vai a escola quero te levar a um lugar.

- O que exatamente essa Roseanne tem? Tipo ela é prima da Chaeyoung, entendi isso. Mas como?

- Lúcifer tinha um irmão, ele matou o mesmo depois que descobriu o envolvimento com uma humana. Então criou Chaeyoung e Roseanne juntas no começo, elas eram como irmãs mas depois que Lúcifer disse que Chaeyoung assumiria seu posto um dia, Roseanne pegou raiva. Ela queria isso.

- Tenso... - Momo comentou. - Quem é a mãe de Chaeyoung?

- Eu não sei bem... Pelo que me lembro Lúcifer se relacionou com um dos demônios que ele achava bonito, só que bom.... Digamos que o parto de Chaeyoung não foi normal e aquela demônia acabou morrendo. Mas já ouvi rumores que ele engravidou uma bruxa que fazia magia negra e rituais. Sei lá. - Dei de ombros. - Nem Chaeyoung sabe exatamente quem é a mãe dela, mas ela também não liga.

- Que confuso.

- Seulgi. - A tia de Momo chamou minha atenção. - Amanhã nos acompanhe no lugar que Levarei Momo.

- Claro...

• • •

No dia seguinte bem cedo, avisei Chaeyoung que não iriamos a escola, ela não retrucou por que prometi contar para ela e Jungkook depois.

- Vamos? - A tia dela disse aparecendo na
porta.

Assentimos e fomos em direção a um cemitério que tinha na cidade.

- Hum... Tia por que estamos no cemitério?

- Apenas me siga!

Caminhamos em silêncio cemitério a dentro e chegamos numa parte onde havia uma espécie de casinha feita de concreto meio escondida. Entramos e a tia de Momo falou algumas palavras que eu não entendi nada e uma escada se abriu no chão.

- Vamos. - Ela disse e começou a descer as escadas.

Momo me olhou meio receosa, então eu peguei em sua mão entrelaçando nossos dedos e lhe dando um sorriso.

- Ao menos agora eu sei por que você é tão gelada. - Ela disse com humor e eu lhe roubei um selinho.

Ela sorriu meio surpresa e então começou a descer as escadas, enquanto descíamos senti uma energia estranhas porém conhecida. Assim que terminamos de descer nos deparamos com uma sala grande, com uma mesa de concreto no meio e estantes cheias de livros empoeirados e teias de aranha.

- Aqui tem muitos espíritos. - Momo me olhou surpresa. - Posso senti-los.

- Achei que era só eu. - Ela comentou.

- Aqui estão os espíritos de todas as bruxas antepassadas das nossas famílias. E cada um desses livros contem feitiços diferentes, parecidos ou iguais. - A tia dela disso caminhando até uma prateleira e pegando um livro tirando seu pó com a mão. O colocou na mesa e chamou Momo. - E você precisa aprender pelo menos os básicos.

Momo se aproximou lendo todas as palavras estranhas para mim.

- São só feitiços, nem eu sei exatamente o que dizem. Só as citos para poder fazer uma boa magia. - A tia dela explicou e eu assenti.

- Posso tentar a levitação e teletransporte? - Momo perguntou.

- Vamos deixá-la sozinha para se concentrar.

Eu e sua tia saímos para fora nos sentando na escadinha do lado de fora. Ficamos em silêncio por alguns minutos até ela o quebrar.

- Você tem uma alma boa.

- Como sabe disso se sou um demônio? — Perguntei.

- Por isso queria que viesse. - Ela disse colocando um sorriso cínico no rosto. - Os espirito jamais deixariam uma alma podre entrar aqui. Se fosse seu caso você queimaria até virar cinzas.

- O que!? - Eu disse indignada. - Eu poderia ter morrido! - Ela soltou uma gargalhada.

- Não seja tão dramática. Ao menos agora sei que posso confiar em você quando se trata da minha sobrinha.

- Ao menos isso. - Eu sorri. - Estou preocupada... Não estava em nossos planos cruzar com elas.

- O destino é traiçoeiro querida, ele muda o tempo inteiro. - Ela passou a mão carinhosamente em meus cabelos. - Mas talvez dessa vez, ele não tenha sido tão traiçoeiro assim com vocês. Momo e Mina são ótimas, talvez elas sejam a chance de um recomeço. - Eu a encarei e ela me olhou com ternura. - Eu sei que vocês não tiveram escolha e que apenas se entregaram ao papel que lhe foi dado e....

Ouvimos o baque de algo caindo na nossa frente e era Momo soltando uns gemidos de dor.

- É.... - Ela nos olhou levantando tirando a terra da roupa. - Acho que o de teletransporte eu já consegui. Da próxima vou garantir um colchão no pouso.

Eclipse | Michaeng G!POnde histórias criam vida. Descubra agora