A 17° Lua

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MINA

Eu bati na cômoda de olhos arregalados, e para minha surpresa a comoda fez barulho ao meu corpo se chocar nela, Chaeyoung imediatamente parou olhando "para mim" com meu sangue escorrendo pelo canto da boca. Ela franziu o cenho e limpou o canto da boca enquanto parecia pensar em algo, ela voltou seu olhar ao meu corpo me fitando e então sua expressão mudou para surpresa e ela riu anasalado.

- Isso dói muito. - Ela disse num tom de voz rouco. - Você teria gritado. Mas você não está aqui não é? Ou melhor. - Ela voltou o olhar para onde eu estava ainda paralisa perto da comoda. - Você está sim, mas não no seu corpo.

Eu fiquei tensa quando ela se levantou e caminhou até a cômoda. Ela não está me vendo está? Ela parou com uma minima distância e deu um sorriso ladino mas parecia estar fazendo algum esforço interiormente.

- Conversamos sobre isso amanhã, Mina. Quando você estiver no seu corpo.

E então sem mais nem menos ela saiu do quarto. Eu suspirei, Chaeyoung conseguia me dar calafrios as vezes, caminhei até onde meu corpo estava agora com meu pescoço sangrando e me deitei por cima de mim mesmo fechando os olhos. Optei que por hoje não sairia vagando por ai.

Acordei num pulo da cama, meus batimentos cardíacos mega acelerados e meu rosto suado. Passei a mão pelo meu próprio corpo para ter certeza que agora eu estava em modo carnal e dei um suspiro aliviado ao constatar que sim. Olhei para o relógio que marcava 12:00.

- Puta que pariu! - Eu exclamei pois tinha perdido a aula.

Me levantei e fui ao banheiro escovar os dentes e então me toquei que hoje era sábado, ri anasalado por ter me esquecido desse detalhe e comecei a fazer minha higiene. Ao olhar para o espelho vi duas marquinhas no meu pescoço bem discretas na verdade e então me lembrei do que vi.

- Chaeyoung... - Eu balbuciei e senti meu corpo estremecer.

Eu precisava falar com ela, precisava de respostas, preciso saber o que ela é e por que fez isso comigo, era disso que ela falava quando disse que era a vilã da história era is...

Meus pensamentos foram interrompidos por batidas frenéticas na porta. Soltei meu cabelo do coque que havia feito e saí do banheiro descendo as escadas até a porta e assim que abri dei de cara com Momo.

- Pra quem tem o carai do celular se não atende? - Ela disse nervosa e eu apenas sorri e a puxei para um abraço.

- Moguri... eu estava preocupada. - Eu disse a apertando.

- Ok...só não precisa me esmagar! - Ela disse com a voz sofrega e eu a soltei puxando-a para dentro. - Você acordou agora?

- Sim, acho que devo ter deixado o celular no silencioso.

- Ótimo! Por que eu trouxe aquele lanche que você adora! - Ela disse levantando a sacola na minha frente.

- Momo, você é a melhor!

Fomos para a cozinha e Momo colocou o lanche em pratos e eu fiz um suco rápido. Nos sentamos na ilha e começamos a comer.

- Você sumiu. O que aconteceu? - Eu perguntei enquanto mastigava.

- Aconteceram umas coisas, Seulgi esteve comigo. - Ela tomou um gole de suco e me fitou séria. - Mina, preciso te contar uma coisa mas preciso que você tenha uma mente aberta e não surte. - Eu deixei meu lanche no prato a olhando preocupada.

- O que foi? Você está me deixando nervosa.

- Somos melhores amigas e não existe segredo entre nós. - Ela pensou um pouco aparentemente procurando as palavras certas para continuar essa conversa. - No dia que Chaeyoung te ajudaria eu fui para casa tirar um cochilo mas enquanto dormia sonhei que meu quarto pegava solto e eu acordei com a voz de Seulgi me chamando e chamas para todo lado. Meu quarto realmente estava pegando fogo. Você lembra qual era a paranóia da minha tia em relação a mim?

Eclipse | Michaeng G!POnde histórias criam vida. Descubra agora