11 - Feira.

4.1K 333 306
                                    

Pov - Muichiro Tokito.

- senhor? É... Senhor? - volto á realidade quando ouço o vendedor me chamar, pego o que pedi e continuo andando pela feira, as pessoas me encaram de forma estranha só porque eu vim com aquela camisa roxa que eu não lembro da onde tirei.

O que eu posso fazer? Está calor!

Sigo até a barraca de frutas e escolho umas, devo comer frutas, a Shinobu diz toda vez que me vê.

Continuam me encarando, passo a mão pelo rosto, para ver se tem algo errado.

- Já não passamos por aqui? - Genya pergunta, logo atrás de mim.

Ah, talvez estejam encarando Shinazugawa que não desgrudou do meu pé desde semana passada, o problema é que ele faz questão de parecer mais alto e mais ameaçador, fica encarando todo mundo com aquele olhar de morte que ele tem.

É literalmente, eu o mandei embora e ele começou a cobrar o concerto da porta que eu supostamente quebrei.

- mas eu disse que não fui eu! - fiquei bravo no dia.

- é claro, você vai dizer o que? Que esqueceu?!

Aí fiquei mais bravo ainda porque eu realmente não me lembrava.

Mas, como forma de pagamento, eu prometi que passaria a semana fazendo o que ele quisesse.

E, olha, o coitado é bem solitário normalmente.

- só mais seis dias... - sussurro para mim mesmo.

- vamos comer? Estou com vontade de comer algo doce, você pode comer doce, não pode?

- ... Eu não lembro, acho que sim.

O ouço respirar fundo, em quanto dá pequenas batidas em meu ombro, eu o encaro, confuso.

- hum?

- hum? - ele repete, sem olhar para mim.

- solte meu ombro. - falo.

- não.

- porque?

- porque eu faço o que eu quiser esta semana.

- ei, não pode ter uma excessão?

- não, você jurou que eu poderia fazer o que quisesse.

- jurei?

- sim, e disse que eu sou lindo.

Paro, e o encaro.

- sabe que é errado zoar o problema dos outros, né?

Vejo que Shinazugawa ri, e percebo que sorri, desvio esses pensamentos idiotas e volto a andar, ele logo volta a segurar meu ombro e andar ao meu lado.

- ei, lá está vendendo umas melancias, podemos pegar umas?

- você gosta? - continuo olhando para frente.

- ei, você nunca olha para mim quando conversamos, porque?

- porque será?! Está sol e você é grande, eu vou ficar cego!

- ... - ele para, e sei que está me encarando, cubro o sol com a mão e o encaro. Logo, começa a rir.

- Genya, vamos logo para as melancias.

Começo a andar e não espero, estou sendo muito humilhado, ele devia me respeitar.

- hum? Sabia que eram vocês! De longe, vocês parecem um filhote junto de um cachorro selvagem! - ouço a voz de Kocho atrás de mim, olho e vejo que conversa com Shinazugawa.

Abaixo a cabeça, à cumprimentando, ela está com uma cesta que imagino que tenha remédios e ervas medicinais.

- Tokito? Esta camisa não é do Genya?

Pov - Genya Shinazugawa.

- o que?! Não! É dele! É só parecida com a minha! - tento explicar.

Shinobu já me viu usando essa roupa, eu nunca peguei de volta porque Tokito fica melhor nele do que em mim, e como eu falaria isso?

- oi, Tokito, isso é estranho, eu sei, mas esta blusa é minha, a mesma blusa que você anda usando quando não está de uniforme, você pode me devolver?

- hum? Não, achei essa roupa quando.... - vejo que tenta se lembrar, me sinto meio mal, mas deixo isso para lá.

- eu tinha certeza que vi Shinazugawa vestindo esta camisa! - Kocho diz, rindo. -
- Bom, tenho que ir, agora, vejo vocês por aí! - ela se despede.

Tokito fica me encarando, vejo que dá de ombros e anda até a barraca das melancias.

Suspiro, aliviado, ainda bem que não se importou.

- uma melancia, por favor. - Muichiro diz a pessoa da barraca

É um senhor que não aparenta mais de sessenta anos, ele tem os cabelos grisalhos presos num pequeno rabo de cavalo, percebo marcas de expressão quando sorri e agradece Tokito pela compra.

Quero ser assim quando envelhecer.

- podemos ir para a casa? - ele chega e me pergunta, entregando-me a sacola com melancia dentro.

- você tem razão, acho que não tem mais nada para fazer aqui. - falo, me virando e começando a andar.

- finalmente! Vamos chegar e comer aqueles mochi.

- e depois a gente vai ajeitar seu cabelo, lembra?

Ele tomba a cabeça para o lado.

Suspiro, tirando um papel do bolso.

- ah, eu escrevi lá em baixo, mas

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.


- ah, eu escrevi lá em baixo, mas... Porque está... Riscado por cima?

- porque eu fiz aquela figura e você passou a tinta por cima, e depois tentou jogar mais na minha cara.

- eu sou legal. - diz, sorrindo.

[...]

Por favor, diga que me ama! - GenmuiOnde histórias criam vida. Descubra agora