22 - Tédio.

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[Dois dias depois.]

Pov - Genya Shinazugawa.

— quantos onis vocês já derrotaram? - Tanjiro pergunta com aquele clássico sorriso no rosto.

— vocês contam isso? - Zenitsu cruza os braços, curioso.

— VINTE E SETE! - Inosuke grita logo depois de engolir de forma bizarra um peixe inteiro.

— Inosuke, você não sabe contar.

— É CLARO QUE SEI, ZENAYU!

O Kamado apenas ri, discordando com a cabeça, ele tira outro peixe da fogueira e me entrega, seguro o palito, comendo um pedaço

—... Eu não gosto dele, ele tá' atrapalhando minha refeição.- o Hashibira aponta para mim.

— o que? Do nada?! - retruco, pensando seriamente em partir para cima dele.

— Inosuke! Não fale assim, Genya quis comer conosco hoje e devemos estar abertos sempre á novas companhias!

É incrível como Tanjiro tem o controle por suas mãos, e faz bom uso dela.

— é, Inosuke, cala a boca, na última missão demorada que fomos você comeu minha comida em quanto eu dormia.

Encaro aquele pessoal, bem incrédulo, me levanto.

— Genya? A onde você vai? Inosuke estava brincando, eu ele e Zenitsu te queremos aqui! Não é, gente?

Apenas vejo os comentados brigando, Inosuke pula em cima de Zenitsu e começa a gritar com ele, Zenitsu grita desesperadamente por sua vida.

O coitado do Tanjiro suspira, fazendo sinal para que eu vá.

— eu cuido disso, é melhor você ir. - ele sorri, sorrio de volta e então volto para dentro da mansão borboleta.

[...]

— ara ara, Shinazugawa! O que faz aqui?

— oi, Shinobu... Você nem me viu, como sabia que era eu? - entro em seu laboratório, me certificando de que não à nada na bancada antes de subir e me sentar nela.

— ah, só é extinto. - ela sorri para mim, em quanto segura dois pequenos copos com algo verde.

— o que é isso? - a ponto para o líquido.

— nada demais, estou fazendo experiências.

— ei, faça em mim! - digo da boca para fora, me encolhendo depois.

Ela me encara confusa.

— ignora... Ignora o que eu disse. Eu estou no tédio e também estou desesperado para fazer algo.

— por que não está em casa?

Os únicos que sabem sobre minha mudança para a casa do Mui é Sanemi, Rengoku, Senjuro, e Tanjiro (pelo o que ele me disse, provavelmente esqueceu alguém).

— eu... Não tenho nada para fazer lá. - esta mentira soou como uma verdade, eu realmente não tenho o que fazer em casa já que Muichiro voltou para suas missões e realmente não têm parado em casa.

— hum... - Shinobu chega a abrir a boca para falar mas uma daquelas três garotinhas vai correndo até ela.

— Shinobu, Shinobu! A Sumi não está bem, novamente! - a criança parecia meio desesperada.

— pobrezinha... - mesmo com toda a gritaria, Kocho fica calma. - Naho, diga á ela que já vou, tudo bem?

— mas ela não está nada bem! Ela não para de vomitar e não quer nem dar uma volta com a gente!

— desculpe-me Genya, tenho que ir e preciso de um favor, estes frascos podem explodir, mas caso isso aconteça, pule em cima deles e evite que façam um estrago maior, tudo bem?

Á encaro, incrédulo, me levanto e começo a me afastar até a porta.

— sinto muito, Shinobu, eu...

— por que não cuida da Sumi para mim? - ela sorri.

Cuidar de uma criança meio burra ou cuidar de líquidos preocupantes de procedência duvidosa?

— cara alto, cara alto! Cuida da Sumi, por favor!. - a garota se joga na minha perna, me agarrando em quanto chora.

—... Tá! Tudo bem! Eu cuido, tá?! - exclamo. - agora saia do chão!

— ara ara, muito obrigada, Genya! Você será de grande ajuda!

Abaixo a cabeça em reverência e peço licença antes de sair, percebo um peso no meu pé e luto contra a vontade de chutar a menina longe, seguro ela em meus braços e sigo.

— a onde ela está? - questiono á pequena, que já não chora mais e parece estar se aproveitando da "altura".

— lá na sala de artesanato!

Concordo com a cabeça, começo a andar mais rápido até parar bruscamente, quase derrubando-a no chão.

—... Onde fica essa tal sala de artesanato?

— nossa, você é um inútil! - a voz fina dela ecoa na minha orelha e respiro fundo, controlando todos os meus pensamentos considerados errados.

— pode, por favor, dizer onde fica? - pergunto com a maior calma que consigo, como resposta ela aponta para uma porta que está aberta.

Quando chego, a primeira coisa que percebo é em como esta sala é grande e bonita, tem vários pedaços de madeira em cima de mesas bem-feitas, a frente é aberta e dá vista ao céu e às flores e árvores que tem por toda a mansão.

A segunda coisa que reparo (ou melhor, ouço) é vários gritos, novamente.

Não consigo fazer muitas coisas ao mesmo tempo! Tem uma pirralha na minha perna e tem outra vomitando no lindo jardim que comentei agorinha.

— ei, moço, ajuda a Sumi! Ajuda ajuda ajuda ajuda ajuda!

DE ONDE VEIO ESSA OUTRA?

Tudo bem, são três, uma doente e outras mais escandalosas ainda.

— o que ela tem? - pergunto, indo até a menina doente e me sentando ao lado dela, ela está apenas sentada em quanto olha para o nada, está pálida.

— nossa, você é um inútil! - as outras duas dizem em coro.

— eu já entendi isso! - suspiro, estalando os dedos.

Eu sei que trabalho com monstros que são super ágeis, mas não consegui escapar quando Sumi suja minha roupa de vômito.

— Sumi!!! - Naho e a outra que eu não sei o nome correm até a doente, á abraçando.

Ainda estou meio em choque, prendo a respiração para manter a calma e para não sentir o cheiro insuportável que vai manchar meu uniforme.

Por que eu inventei isso?!

[...]

Por favor, diga que me ama! - GenmuiOnde histórias criam vida. Descubra agora