28 - pensamentos ruins depois de algo bom.

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[Este capítulo é uma continuação do capítulo 27.]

Pov - Muichiro Tokito.

Novamente, e infelizmente, sou acordado com a luz que a cortina emana e da própria porta do quarto.

Disse infelizmente porque poderia ficar desta forma com Genya até morrer.

... Pesado demais?

Seus braços descem até meu quadril e seu rosto está em meu pescoço, estou com uma perna por cima dele e também o abraço, aproveito e faço um carinho em seu cabelo já que não conseguia muito bem olhar seu rosto.

É estranho, sinto algo no meu coração que me diz para não ficar tão feliz, não ainda. Será que é algo que devemos cumprir para finalmente podermos suspirar aliviados?

Esse "algo" com certeza é acabar com os onis.
Suspiro, todas aquelas perguntas invadem meu cérebro.

Será que vou precisar morrer para isso?

Bom, eu nunca tive medo de morrer, na verdade eu já conto com isso desde que me lembro de que sou uma pessoa (provavelmente quase toda a noite sozinho), mas agora, com Gen... Meu coração dói quando penso na ideia de ter que morrer por isso.

Eu sei que não posso deixar de dar minha vida por uma pessoa, já que sou um hashira e na verdade é para isso que sirvo.

O pior ainda é o sentimento do meu estômago estar sendo arrancado só de pensar em Genya morrendo.

Porque se eu não quero morrer por ele, eu obviamente não quero que ele morra.

Tipo, não é um "por favor, não morra", é um "por favor, não me deixe".

Isso realmente dói... E nem ao menos aconteceu! E não vai acontecer!... Certo?

Certo, este cara realmente mexeu comigo.

Sem nem ao menos perceber, passo a mão pelo rosto que está molhado.

As lágrimas caíram de um jeito tão involuntário que nem ao menos percebi? Limpo o rosto com a costa da mão mas Genya acorda, de primeira, ele apenas me encara confuso, mas logo fica com um semblante mais preocupado, ele põem a mão em minha bochecha e passa o dedo por minhas lágrimas, às limpando.

- o que aconteceu, Mui? - ele sussurra, talvez por ter acabado de acordar.

- ... você está com aquela voz estranha, novamente. - tento brincar mas ele não parece ouvir.

- o que aconteceu? - sussurra novamente, olhando em meus olhos com um sorriso fraco.

À este momento, já parei de chorar, ele apenas faz um carinho em minha bochecha, está apenas deitado de frente para mim, não está mais me abraçando e é louco como eu sinto falta disso sendo que fazem apenas minutos.

Gen limpa a garganta antes de perguntar novamente.

- Mui, o que aconteceu? - sua voz ainda é um sussurro.

-... Eu não sei. - murmuro, sem coragem para olha-lo nos olhos.

- mas você começou a chorar do nada? Diga-me, por favor.

- ... Eu só pensei demais.

- eu te aceitei, lembra?

A confusão que se espalha em meu rosto é o suficiente para que ele solte um riso fraco e entenda o que eu queria dizer antes mesmo de eu abrir a boca.

- quando conversamos no seu banheiro, e você me disse para te aceitar e aceitar sua ajuda, lembra?

[Flashback on.]

- você pode me aceitar? Pode aceitar minha ajuda, por mais que ela não seja grande coisa? Podemos trocar, tudo bem? Você me ajuda, eu te ajudo, a gente vai ficar bem, porque se não nos cuidarmos, viveremos desta forma para sempre, e... Eu quero viver.

- ... Eu também quero viver, muito mesmo.

[Flashback off.]

- ah... - sussurro antes de respirar fundo. - acho que me lembro um pouco disso.

Genya sorri, deixa uma mecha do meu cabelo atrás de minha orelha e passa novamente a mão por meu rosto, quase como um carinho.

- então ponha em prática. Quero que confie em mim mais do que em todos, Mui, você sabe que eu...

- eu também te amo. - completo antes dele.

- me perdoe, ainda não sei falar isso. - o olho quando percebo tristeza em sua voz e também em seu rosto.

- então eu vou falar por você toda vez, até você aprender. - sorrio, tentando aliviar o clima.

Shinazugawa sorri de volta antes de me abraçar novamente.

- tudo bem se não quiser contar o que aconteceu, mas você está bem?

Murmuro um "uhum".

-... É a puberdade - digo, tentando inventar uma desculpa.

Genya quase me assusta com sua risada que por sinal é meio maligna.

Ele nos separa o suficiente para me encarar, parecia confuso mas ainda ria.

- Muichiro, o que tem uma coisa a ver com a outra?!

- não... Não arrisque, okay?! Pode ser que tenha algo sim!

- por que você diz como se eu tivesse uns trinta anos? Eu sou só dois anos mais velho que você.

Dou de ombros.

- sua voz é a de um velho.

- o quê?! Ainda está estranha?

Agora, sou eu quem rio.

- não! Estava antes. Será que é o dedo de um oni que ficou preso na sua garganta que muda sua voz todo dia?

Seguro a risada quando ele me encara incrédulo.

-... Será?...

- POR DEUS, GENYA, NÃO. - desisto de segurar a risada, ele demora um pouco mas logo ri comigo.

Talvez agora eu tenha um motivo para viver?....

[...]

Por favor, diga que me ama! - GenmuiOnde histórias criam vida. Descubra agora