13 - férias.

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Pov - Muichiro Tokito.

— como assim você quer férias? - Himejima me pergunta, depois de me entregar um peixe que acabara de fritar na fogueira da qual estamos em volta. 

— eu nunca pedi férias, pelo o que me lembro. - digo, girando o palito que segurava o peixe.

— sim, nunca pediu desde que se tornou hashira. - ele tira outro peixe e já come um pedaço, com o rosto virado para mim, como se estivesse me olhando. -
— e isso que é estranho. Por que quer férias, do nada?

Dou de ombros, pensando na melhor resposta.

— ... Eu fiz um... Amigo. - minha voz saí mais baixa do que eu planejava. -
— eu fiz um amigo, e quero passar mais tempo com ele, vou chamá-lo para dormir na minha casa em quanto eu estiver com essas folgas.

Talvez esteja me precipitando em dizer como se já tivesse tido a permissão para não ir até as missões por um tempo, mas eu realmente quero isso, e nunca dei trabalho ao mestre, acredito que vá deixar.

— posso saber quem é esse seu amigo? - Gyomei sorri, colocando sua mão em meu ombro, por mais que não esteja nem a apoiando, eu sinto um peso.

—... Não é necessário. - como um pedaço grande do peixe, para não ter que falar mais nada, o ouço rir, nem tento olhar para seu rosto, o sol me cegaria.

— tudo bem, criança. Vou falar com o mestre, imagino que conseguirá uns quatro meses, já que nunca pediu nada assim. Vou te mandar as informações por carta.

Não consigo conter meu sorriso, me levanto e me curvo para o hashira da pedra, por mais que não possa me ver, sei que sente o que fiz.

— muito obrigado.

— pode voltar para a casa, descanse, depois, vou querer saber mais sobre este seu amigo.

[...]

Pov - Genya Shinazugawa.

Estou cozinhando quando ouço algo vir do quarto, nem olho para trás.

— você poderia bater na porta igual alguém normal. - digo, em quanto ligo o fogão e coloco ali a panela que ganhei de Kanroji.

— quem bate na porta é seu irmão, depois bate em você. - Tokito para do meu lado e sobe na bancada, se sentando ali.

— dessas coisas você não se esquece, né?!

— não me esqueço tanto das coisas quando você está no meio delas.

Paro e me viro, finalmente olhando o menor, ele está balançando as pernas, quando me olha de volta, tomba a cabeça para o lado, curioso.

— por que essa cara? - Muichiro questiona.

—... Nada, deixa para lá. - volto a prestar atenção na sopa que fazia, não quero acreditar que fiquei envergonhado com o comentário que fez.

— ah! Verdade, por um momento, esqueci porque vim aqui. - o ouço descer da bancada e parar atrás de mim, fica brincando com a barra da minha camisa em quanto fala, o que me deixa mais constrangido do que já estava antes.

Do mesmo jeito, disfarço.

— o que é? - pergunto, ignorando ao máximo sua proximidade, não olho em seus olhos, os fixo na comida e na colher que eu mexia a sopa.

— eu consegui férias. - sinto um tom de animação diferente em sua voz, o que me faz olhar para ele antes que eu possa me impedir. -
— vou passar mais tempo com você.

Tomo muito cuidado para não cair para trás, seus olhos mostram sinal de brilho, tem brilho em seus olhos, pouco, mas tem, vejo a felicidade que é imperceptível em Muichiro pairar sobre seus olhos azuis.

Sorrio quase imediatamente, e antes que possa pensar em qualquer outra coisa, meu corpo se mexe sozinho e o envolvo em meus braços, descanso a mão em sua cabeça e sinto novamente seu cabelo.

—... Isso tem algum porque? - ouço sua voz abafada, já que seu rosto estava em meu peito.

Dou de ombros.

— não, não tem nada demais.

[...]

Por favor, diga que me ama! - GenmuiOnde histórias criam vida. Descubra agora