18 - Sanemi.

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(Este capítulo é a continuação do 17.)

Pov - Muichiro Tokito.

Bato na porta várias vezes, em quanto tremo de frio e de raiva.

— eu atendo, irmão! - Senjuro grita de lá de dentro, o sinto chegar até a porta e desembaraço rapidamente o cabelo com os dedos, tentando parecer apresentável.

— Tokito? - ele diz logo ao abrir a porta, também não excita em me dar passagem.

Entro, dando de cara com Rengoku.

— Muichiro! Meu garoto! - sou recebido com um sorriso enorme e um abraço bem sufocante.

— olá, Rengoku - digo, sem ar.

— o que está fazendo aqui com roupas tão finas? Você vai ficar doente novamente! - por mais que me dê uma "bronca", ainda sorri de orelha a orelha.

— é...

Eu e Genya combinamos de não dizer à niguém que começamos a morar juntos...

Ei! Eu estou bravo com ele! Não posso me esquecer disso.

— eu briguei com o Shinazugawa.

—.... - Senjuro me olha de cima a baixo, vai até minhas costas, procurando algo - mas você nem está quebrado ou coisa assim - ele diz, ainda atrás de mim.

— não aquele Shinazugawa! Estou falando sobre o Genya.

Os dois irmãos me encaram, desvio o olhar para o chão.

— como?.... - o mais velho tenta juntar as peças.

— estamos morando juntos a uma semana. - logo digo a verdade, sem muitos rodeios

— morando juntos?! - dizem em coro.

— sim! Por que isso é tão surpreendente?!

— você sabe o que significa quando alguém muda para a casa de outro alguém, não sabe, Muichiro? - Rengoku cruza os braços.

Suspiro antes de responder, já discordando com a cabeça.

— nós... Não somos um casal, ou coisa assim. Sei que é isso o que significa quando pessoas começam a dividir o mesmo lar. Por isso mesmo e por outras razões nós decidimos não contar para ninguém.

Não vou acrescentar a parte de que Sanemi desconta a raiva em Genya, este pensamento faz minha cabeça queimar.

Odeio me lembrar disso.

— primeiro, vá com Senjuro até o quarto dele, ele irá lhe emprestar umas roupas mais quentes e confortáveis, não viva toda hora com este uniforme, garoto. - o sorriso de Rengoku diminuiu um pouco, ele apenas me olha com um olhar acolhedor e um pequeno sorriso que não lhe mostra os dentes.

Não tenho escolha a não ser aceitar, apenas fico de cabeça baixa e digo Senjuro até seu quarto.

[...]

Pov - Genya Shinazugawa.

Depois de me vestir, abro a porta de casa e saio, paro na varanda.

Minha respiração está ofegante desde que Muichiro saiu depressa, sinto todo o arrependimento queimar meus ossos e estou suando por mais que esteja nevando.

Para onde ele iria?...

Minha atenção é tomada quando sinto alguém hem bem familiar passar, por puro impulso, coloco os braços na frente do rosto ao vê-lo, Sanemi parece perceber porque para e me encara.

— não sou como o papai. - ele diz, bravo.

— eu... Eu sei, me desculpa, Nemi. - respiro fundo, sem coragem de olha-lo.

— cadê seu novo namoradinho intrometido? - estranho mais o fato dele estar falando comigo do que o apelido que chamou Tokito.

— que?! Nós não namoramos!

— mas você gosta dele.

— não, não gosto.

— eu não sou imbecil, pirralho, eu te conheço.

—... - cruzo os braços, sentindo outro assunto que devo tratar comigo mesmo.

— então, onde ele está? - ele volta à pergunta.

— eu... - paro, olho para a casa do Muichiro, estou parado na varanda do Muichiro.

— você é tão imbecil assim? Eu já sabia que estavam morando juntos, não seja idiota. - Nemi se aproxima mais, sobe as escadas da varanda, vai até a última quando percebe que eu fico maior que ele quando estamos no mesmo degrau. Fico encolhido o tempo todo.

— achamos melhor não contar à ninguém para não acharem estranho... - tento, mas não consigo olha-lo nos olhos.

Isso parece o irritar, ele respira fundo e me dá um chute na perna, levo as mãos até o local, murmurando um palavrão.

— olhe para mim quando você estiver conversando, Genya.

— desculpe. - o olho, por mais que desvie o olhar para o chão algumas vezes. - o que... O que você veio fazer aqui, Aniki? - tomo coragem para perguntar, curioso.

— falar com você. - ele diz, me olhando bem nos olhos.

Sinto minha pele arrepiar pelo medo e meu corpo estremece, aperto as mãos que já tremem.

— sobre o que quer falar? - esse é um dos momentos em que desvio o olhar, e me pego pensando no que faria caso ele começasse a me bater.

Não ouvir nenhuma resposta é o motivo de eu olhar para Nemi, me assusto quando não vejo seu olhar bravo e sim seu olhar que era presente quando éramos crianças, o olhar que ele fazia em quanto conversava com nossos irmãos.

Ele desce um degrau, ficando no mesmo que o meu.

— pff... - solta um riso fraco logo após - você realmente está maior do que eu, que merda. Por que está crescendo tão rápido? - Aniki leva a mão até meu casaco, ajeitando o que estava amassado e a parte que deixava um pouco do meu ombro a mostra. - você vai ficar doente se usar roupas de forma tão desleixada, preste mais atenção.

Não consigo me mexer, ele fala baixo e tem um pequeno sorriso no rosto, o que está fazendo? Está brincando comigo?

— quer achar o Tokito, né?

Concordo com a cabeça lentamente.

— vamos. Eu sei onde ele pode estar. - Nemi logo saí e vai seguindo o caminho, não tenho tempo de processar o que aconteceu, apenas corro atrás dele, ficando meio atrás.

[...]

Por favor, diga que me ama! - GenmuiOnde histórias criam vida. Descubra agora