25 - Shinobu.

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[Este capítulo é a continuação do capítulo 24.]

Pov - Genya Shinazugawa.

Caminho pela trilha e à desvio, indo bem longe dos caminhos traçados com pequenas pedras a cada lado e entrando pelos arbustos e galhos de árvore que batem em meu rosto.

Seguro com mais força a katana que peguei antes de sair de casa. Se encontrar um oni vivo, não consigo mata-lo sem isso, e não posso (nem consigo) pedir um pouco dele emprestado.

Será que Nezuko me daria um pouco dela?...

Desvio estes pensamentos balançando a cabeça.

Não tenho medo do oni, tenho medo de encontrar algum caçador. Ou melhor, meu irmão.

Na verdade, encontrar qualquer um dos hashiras seria horrível para mim.

É sério, nunca vi tanta gente fofoqueira.

Lembro de uma vez em que Kocho viu Tomioka cair em um pedaço de madeira em quanto andava sozinho pela mata, ela saiu de lá e foi contar á todos sobre o ocorrido.

... Por que eles tratam Giyu desta forma?

Me arrepio ao lembrar que meu irmão tem uma das principais contribuições para isso. Bom, é meu irmão, não deixa ninguém surpreso.

Continuo andando em busca de qualquer som ou rastro.

Meu objetivo é só arrancar um dedo de algum oni, seria ótimo se ele já estivesse morrendo.

Me viro imediatamente quando ouço o barulho de uma katana bater contra algo, me escondo atrás da árvore e acompanho com os olhos algum caçador desconhecido matar um demônio, espero que ele vá e então vou até o oni.

Okay, isso foi mais fácil do que eu imaginava, quebro e arranco um dedo de sua mão.

— ei! Seu bosta! Eu já estou sendo decapitado e você ainda quebra meu dedo?! Enfia ele bem no seu... - sua boca se desfaz, virando pó.

Fingo não ouvir e encaro o dedo sujo com desgosto, fecho os olhos e o engulo antes que também se tornasse apenas pó.

Consigo reprimir o gosto, eu acho... Bom, a maioria dele.

É como comer uma folha seca que passou por um lago sujo de pântano.

... Sentirá isso se ignorar totalmente o osso que quebraria seus dentes.

Não demora muito para que as folhas e árvores comecem a se mexer de um lado para o outro, me apoio em um tronco e me sento na grama.

Já não penso direito, tento focar o olhar em algo simples mas meu corpo inteiro queima e arde como o inferno que ainda não conheci.

Fecho forte os olhos e pressiono os dedos na terra que logo se quebra em pedaços onde estavam minha mão.

A única coisa que ouço é um som tão agudo que parece rasgar meus tímpanos, levo as duas mãos contra as orelhas, tentando fazer com que isso pare.

Tento me acalmar em quanto controlo minha respiração.

Isso é normal, isso sempre acontece, não desmaie, não perca o controle.

—... Genya?!

Tento ver quem é, mas não preciso muito já que reconheço a voz da Shinobu de longe.

— você está bem? - ela pergunta logo quando me vê virar de costas á ela.

Isso me deixa mais estressado e faz com que a mudança seja mais lenta ainda, tento falar algo e controlar pelo menos o ar.

— Genya, está passando mal?

Não vejo nada além da minha visão escurecendo.

Fuja, Kocho.

Ou melhor... Não me mate, por favor.

— Genya?! - consigo á ouvir e consigo me sentir, meus sentidos são recobrados.

— Ko... Kosho! Me perfoe! -minha voz saí enrolada e com erros por ainda estar me acostumando.

Ela não é um oni, não á vejo como perigo ou como... Comida.

— o que está acontecendo com você?! - me levanto imediatamente quando á vejo tocar na bainha da espada.

— estou são! Por favor não me machuque. - ergo os braços, testando ao máximo não parecer um animal.

Com isso quero dizer que tento não babar ou respirar como um javali.

Kocho se aproxima com cuidado, dou total razão á ela quanto a isso.

— Genya... - sua voz é áspera.

— não, eu não sou um oni, por favor, me deixe explicar.

— como vai explicar isso?! - me assusto quando não vejo seu sorriso.

— tem uma explicação plausível! Mas eu não sou um demônio, eu juro que não.

—... Vamos. - não impeço quando Shinobu prende uma corda em meus pulsos, mas meu coração bate rápido só de pensar no quanto estou ferrado.

— não pode... Fingir que isso não aconteceu? - peço com uma voz suplicante em quanto sou amarrado.

— primeiro você vai até a mansão, não tem ninguém lá, não te verão. Mas saiba que não excitarei ao matar você caso você pare de se comunicar comigo desta maneira.

Respiro fundo, concordando com a cabeça.

Não sei como ela não me matou, não sei como ela me deixou explicar isso tudo, não sei o que vou dizer ao Tokito se ele aparecer de manhã me procurando.

É com esses pensamentos que Kocho me leva até a mansão borboleta.

[...]

Por favor, diga que me ama! - GenmuiOnde histórias criam vida. Descubra agora