38 - "E se".

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ESTE CAPÍTULO UM CONTÊM UM FORTE GATILHO.

[Este capítulo ocorre três dias depois do capítulo 37.]

[Pov - Sanemi Shinazugawa.]

- sem chance. - Falo na lata.

- por favor! - Tengen cruza os braços, parece irritado. - sei que poucos daqui tem um histórico de bons sentimentos sobre Tomioka, mas precisamos mudar isso!

- quanto te pagaram para falar isso? - Iguro diz, sentado à meu lado.

- o mestre obrigou...

- não ajam como se eu não estivesse aqui... - Tomioka murmura baixo, cruzando os braços.

- se eu me rebaixar á isso, vocês me deixam livre? - me levanto e não espero resposta, seguro Tomioka pelo braço e o puxo até a saída.

[...]

[Pov - Muichiro Tokito.]

- Gen.

- hum? - Genya murmura, comendo um morango.

- quer namorar comigo?

Ele começa a engasgar e tossir, fico parado, o encarando.

- perdão? - ri de nervoso quando consegue se recuperar.

- você é tão idiota assim?!

- você é muito direto!

Me levanto e vou até a porta, vestindo os sapatos.

- Mui? Para onde você vai?

- embora.

- O QUÊ?!

[...]

[Pov - Genya Shinazugawa.]

..... O que acabou de acontecer?!

Por que o Mui saiu do nada? Eu disse algo errado?

Bom, não é minha culpa que ele fica me pedindo em namoro do nada!

Me jogo no sofá e encaro o teto, respirando fundo.

Obviamente já pensei sobre isso, a proposta

Mas da mesma forma, não sei o que dizer ou por onde começar.

Será que ele aguentaria me ouvir por duas horas apenas falando sobre meu amor?

Talvez eu já deva ter feito este pedido há muito tempo e isso esteja realmente magoando Tokito.

- tudo bem. - sussurro para mim mesmo, me levantando. - se ele quer que eu faça isso, eu farei.

Preciso apenas acha-lo.

[...]

[Pov - Muichiro Tokito.]

Okay, eu estou realmente enlouquecendo.

Eu realmente saí de casa só porque o Genya não entendeu o que eu queria dizer?

Não... Eu saí porque ele fingiu não entender sobre o que eu queria dizer.

Talvez eu esteja sendo precipitado?

Não! É claro que não! Vamos morrer em tipo, um ano. Estamos atrasados, na verdade.

Vamos morrer, e se não aproveitarmos rápido, morreremos em desgraça e arrependimento.

Tal pensamento me faz parar e me encostar em uma árvore para não cambalear, meu coração se aperta e pressiono a mão no peito, tentando fazer isso parar.

O que é isso?!

- c-calma... - sussurro, sem conseguir falar a palavra inteira já que minha garganta se fecha e parece que não consigo respirar.

Será que estou passando mal? Fui atingido por algo?

Preciso fazer parar, preciso que pare.

Passo a mão desesperadamente por meu corpo, procurando qualquer ferimento.

Minha cabeça dói, acabo caindo na terra e não consigo me apoiar nem por um tempo.

Fico no chão até conseguir usar as mãos e ficar sentado, é impossível captar qualquer coisa, não ouço nada, minha visão está embaçada pelas lágrimas que caem sobre meu rosto de forma tão genuína que nem percebo.

No desespero, bato diversas vezes na cabeça, socos, que doem.

Consigo recobrar parte da consciência ao sentir a dor, eu sou acostumado com isso, de certa forma. Mas é estranho que a dor que sinto com os socos aliviem a dor que sinto em meu coração.

Não basta, preciso de mais, preciso de mais dor.

Vários gravetos que estão por um fio no tronco da árvore me parecem bem pontudos.

E sinceramente, não estou pensando direito.

Engatinho até tal tronco e arranco o graveto, espeto-o várias vezes em minhas mãos, meus ombros, e meus braços.

Eu não quero que isso acabe, o que tenho com Genya, eu não quero, não posso, e se ele morrer hoje? E se morrer amanhã? E se eu me esquecer dele?

Solto tudo o que tenho em mãos em quanto sinto minha pele arder, está se avermelhando e pequenas linhas de sangue marcam meus braços.

Tiro o cabelo do rosto, meu rosto está suado e ainda choro, fungo e soluço.

Por que isso está acontecendo? O que eu fiz? O que eu fiz para merecer mais desgraça?!

Eu estou em uma floresta, eu quero ir para casa, eu quero relaxar, eu não quero sentir isso, por que estou sentindo isso?!...

Não dá, não consigo me acalmar, nada me acalma, nem os arranhões que começo a fazer freneticamente em meus braços.

Pare de chorar, pare de se machucar, se levante e vá para a casa! Seja racional, Muichiro!

- ... Mui?

A voz de Gen ecoa em meus ouvidos, me viro para trás rapidamente, vejo que ele corre até mim e me abraça, choro alto em seu ombro em quanto aperto forte suas roupas.

- eu não quero! Gen... Eu... Eu não quero te... Perder... Você não pode morrer!... - tento falar alto por mais que a voz saia travada e ofegante.

Se Genya disse algo, eu não sei, já que minha visão fica preta e desmaio ali mesmo.

[...]

Por favor, diga que me ama! - GenmuiOnde histórias criam vida. Descubra agora