41 - Ferimento.

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[Pov - Muichiro Tokito.]

- você é teimoso. - cruzo os braços e me sento ao seu lado.

- é sério que vai me dar esporro? - Genya bufa.

- é claro, porque eu te avisei, não avisei?

- puta merda, Mui! Para de falar igual um velho!

- eu não vou cuidar de você!

- eu já cuidei de você várias vezes! É assim que retribui?

Reviro os olhos e vou contra o que eu disse, em quanto troco a gaze de seu ferimento na perna.

Tem uns nove centímetros e é um corte fundo, ele se machucou quando subiu em cima de uma grande árvore para atirar em um demônio e caiu.

Um caçador o encontrou caído no chão e o levou até a mansão, fui o segundo a ser comunicado já que Sanemi mandou ele ir à merda.

... Irônico foi que o Shinazugawa mais velho estava lá primeiro que eu.

Nós quase brigamos novamente mas decidimos manter a paz por Genya, que precisaria ficar em observação por um tempinho.

Agora, tudo passou e só preciso manter ele em casa e seguro, limpar sua ferida e ouvi-lo reclamar da vida.

- ... Eu não sei se consigo ficar parado por tanto tempo assim, Mui...

- Mas você precisa, Gen. - agora, falo com uma voz mais doce. - e eu também vou ficar em casa este tempo.

- vai ficar comigo? - ele sorri e também termino o curativo.

- vou, não quero sair em quanto você está aqui sozinho sem poder andar.

Ele sorri levemente e retribuo o ato antes que possa pensar.

- vai me ajudar em tudo agora, Mui?

- sim, no possível.

- ... As vezes esqueço que você é provavelmente mais forte que eu. - Gen murmura, pensativo. - você consegue me carregar?

Me levanto do sofá e o seguro estilo noiva na maior facilidade.

- você não é pesado. - respondo, dando de ombros.

- .... Uau. - ele sussurra, incrédulo.

Rio baixo e aproveito para levá-lo até nosso quarto.

- o que vamos fazer?

- vou colocar você na cama.

- mas já?!

- é, e o que vai fazer? Sair andando?

...Eu sou hilário.

[...]

[Pov -  Genya Shinazugawa]


 Okay, me lembrarei de não me acidentar mais.

Eu admito que nunca tive muito cuidado com meu corpo ou meu bem-estar na hora de matar algum oni, já acabei me machucando muito mas desta vez com certeza doeu muito.

Quando retomei a consciência e entendi o que havia acontecido, acreditei que poderia andar assim que saísse da Mansão Borboleta, mas parece que foi grave e se eu andar um passo que for, os pontos se abrirão e aí voltarei á estaca 0.

Recorri ao Mui no desespero:

[Flashback on]

- eu faço o que você quiser!

- Gen eu já disse, não vou pegar oni para você comer!

[Flashback off]

Se eu tivesse a carne, minha regeneração seria mais rápida, mas fico alterado quando como e tenho medo de ficar inconsciente igual foi da última vez.

E confesso que não é tão ruim assim ficar em casa, Muichiro está comigo, então tudo bem.

- o que... - o menor para de falar por uns segundos quando aperto sua cintura - o que quer comer hoje?...

- não quero pensar nisso agora... - murmuro em quanto ele toma cuidado ao sentar em meu colo.

- decida algo depois. - nem respondo já que sorrio e seguro seu queixo, puxando-o para um beijo.

Sei bem que ele disse "depois" porque não quer sair de perto de mim agora, e eu também não.

Sempre gostei de como sua boca é quente e se encaixa tão perfeitamente com a minha.

Seus lábios são os mais macios e hidratados que já vi, sou feliz de poder experimentá-los todo o dia.

Chegamos a nos separar pela falta de ar e não consigo deixar de retribuir o sorriso radiante de Tokito que me deixa nas nuvens.

- não me sinto tão confortável em ficar com você nesta posição com sua perna machucada... - ele ri baixo, recuperando o fôlego.

- mas o que você quer então, Mui? Que eu fique no seu colo?. - dou um ênfase em "eu", rindo ironicamente de começo.

- ...não é má ideia.... - Mui desvia o olhar para o lado, baixando um pouco a cabeça.

Abro a boca para protestar e dizer que sou muito grande para Muichiro, mas não foi este mesmo Muichiro que me carregou como se eu fosse uma pena?

Tenho que cair na real e aceitar que Tokito é forte até demais, mas sua aparência fofa e delicada convence meu próprio cérebro do contrário.

- então... saia de cima e me pegue no colo novamente. - preciso de muita coragem para não sussurrar ou morrer de vergonha, mas confesso não ter tempo de fazer isso já que sou pego no colo e em um piscar de olhos estou no colo de Mui.

Acho genuinamente adorável com o cuidado extremo que é tomado com minha perna.

Ela não dói, e admito que é bem pior quando coça.

- está com dor? - sua voz baixa me faz voltar á realidade, imediatamente discordo.

- não! está tudo bem.

Nos olhamos por um tempo e novamente fico sem reação quando seus braços contornam meu pescoço e sou envolvido em um abraço.

Não sei explicar, mas sinto meu coração palpitar muito mais rapidamente quando sou abraçado por ele.

Demoro, mas entrelaço sua cintura e retribuo seu toque.

- ei, eu já reparei que você fala mais informalmente quando está nervoso. - Muichiro comenta, do nada.

- ...eu falo?

- fala, vou tentar te lembrar deste momento quando você falar daquele jeito.

Rio levemente e assinto, nos separando apenas para poder encostar minha testa na sua.

- você realmente está com fome? - sussurro baixinho, descendo o olhar até sua boca.

- se pudermos ficar aqui o resto da noite, tenha certeza de que não estou.

Tiro os braços da cintura de Muichiro e levo uma das mãos até seu cabelo, acaricio suas madeixas até chegar nas pontas azuis que secretamente amo observar.

- quero logo melhorar para poder te dar outro banho. - as palavras saem de minha boca de forma tão automática que arregalo os olhos, em quanto sinto as bochechas queimarem.

E, como sempre, a feição tranquila que complementa seu sorriso leve me traz aquela calma enorme.

- bom, em quanto isso, quem vai te dar banho sou eu.

Para não parecer mais entregue ainda, desisto de tentar me expressar com palavras e decido usar minha boca contra a dele, e ambas parecem se juntar como se pertencessem-se há muito tempo.

Acho que quero ficar aqui para sempre.

[...]







Por favor, diga que me ama! - GenmuiOnde histórias criam vida. Descubra agora