26 - Perguntas que não têm respostas (ou as mesmas não podem ser ditas.)

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Pov - Genya Shinazugawa.

[Manhã depois do último capítulo.]

- se sente mais humano? - Kocho me acorda com um sorriso e uma fala calma.

Demoro um pouco para recobrar a consciência, meus olhos embaçados logo voltam a ver e percebo que estou deitado em uma das camas da mansão borboleta.

Em quanto me sento na cama, Kocho se senta na cama à frente.

É aí que sinto uma dor de cabeça horrível, e acabo me lembrando da noite passada.

- Shinobu, sobre isso... - Começo a tentar me explicar.

- Seu corpo não rejeita. - ela interrompe, cruzando os braços e olhando para o nada, sua voz parece preocupada e ela também tem isso no rosto. - seu corpo absolve absolutamente cem por cento da carne oni.

Fico quieto já que não posso negar que também sempre estive curioso para saber como consigo fazer isso.

- como você descobriu isso?

Desvio o olhar, abaixando a cabeça.

- eu... Tive um surto, fiquei fora de mim e fiz isso.

- entendi. - ela concorda com a cabeça. - bom, Genya, o que eu vou fazer é errado.

À encaro por baixo dos cílios, curioso.

-... Mas guardarei este segredo.

Sorrio, me levanto e reverencio.

- muito obrigado.

- melhor se apressar se quiser que Tokito ainda esteja dormindo.

Arregalo os olhos, lembrando-me também das crianças.

- certo!... Trarei as meninas hoje, obrigado novamente, Kocho! - vou correndo até a porta e saio, correndo também até minha casa.

[...]

Fecho a porta de casa e coloco as mãos nos joelhos, recuperando o ar.

Suspiro de alívio quando vejo que a casa parece estar em completo silêncio.

Sigo até nosso quarto e dou de cara com Muichiro.

- onde você estava, Gen?!

- Mui...

- você está estranho.

- Mui... - desvio o olhar.

- eu juro que vou te expulsar dessa casa e-

- por favor, Mui, coloque uma camisa! - finalmente tomo coragem para interrompe-lo.

Ele fica quieto, olha para o próprio peito nu e sorri de lado para mim.

- .. O que foi? - tento ir para o outro lado mas ele me segue, ainda bem á minha frente.

- eu estou com saudades. - diz, olhando nos meus olhos.

- mas eu estou aqui. - por mais que estivesse envergonhado, levo minhas mãos em seus ombros. - e eu também senti sua falta, muita mesmo.

Perco a noção do que estava fazendo quando Muichiro pega as minhas mãos e as leva até sua cintura.

- eu sei que está aqui, e também senti sua falta, mas eu ainda estou sentindo falta de uma coisinha em você. - sua voz saí num sussurro.

Por mais que tente, é difícil tirar os olhos de seu corpo branco e definido.

Tokito fica na ponta dos pés e segura a ponta de meu queixo, consequentemente me fazendo abaixar. Ele para quando consegue ficar perto do meu rosto e também com os pés completamente no chão.

- eu vou ficar com dor nas costas. - sussurro.

- eu te faço uma massagem.

É a última coisa que Mui diz antes de me beijar.

Me abaixo mais um pouco, mas agora para pegá-lo no colo, assim, ao menos, não fico com tanta dor.

Nossa diferença de altura me faz rir mas agora não estou conseguindo fazer isso.

Uma pequena preocupação surge em mim quanto as meninas, elas ainda estão dormindo, certo?

Perco totalmente minha linha de pensamento quando sinto sua mão em minha nuca, minha pele se arrepia e aproximo mais ainda meu rosto do dele, dando assim a chance de explorar mais sua boca.

O levo no colo até a pequena mesa que estava perto de todos os papéis coloridos, é ali que o faço sentar para que eu também possa usar as mãos.

Nos separamos por um tempo, mas não tiramos os rostos de perto um do outro, quando recuperamos o ar, ele agarra novamente minha nuca, juntando nossos lábios em uma sedenta sede, que eu também tenho.

Desço minhas mãos até sua cintura, que é onde ele havia posto, mas agora, aperto de leve. Vejo que ele ficou sem jeito.

Nos beijamos por mais um tempo até ouvir uma das crianças gritar da sala chamando por mim.

- acho que... - Mui tenta falar, mas ainda recuperava o ar. Por mais que eu estivesse da mesma forma, rio dele, achando fofa tal ação. - acho que você tem que ir...

- vou levá-las para a mansão daqui a pouco.

Ele concorda com a cabeça, o solto e vou indo até a porta, mas paro quando o ouço me chamar.

- Ei, Gen.

- hum? - viro apenas o pescoço, juntando as sombrancelhas ao ver que, do nada, ele parece mais sério e tenso.

- como seu ferimento simplesmente sumiu do dia para a noite?.

Ah, pronto. Posso declarar a morte.

[...]

Por favor, diga que me ama! - GenmuiOnde histórias criam vida. Descubra agora