Por favor, diga que me ama! - Genmui

49 - "Obrigado".

[...]

— Não foi um pesadelo, Genya. Muichiro está recuperando sua memória.

[Pov - Genya Shinazugawa.]

A frase que ouvi de Shinobu pouco antes de aceitar (de mau grado) os remédios que jurei não levar de volta para casa ainda está me deixando totalmente louco.

Enquanto caminhava, contestei comigo mesmo e refleti. Por que eu não posso só contar a verdade para o Mui? Não seria melhor? Ele aceitaria tomar os remédios se fosse para lembrar do seu passado, não é? Por que estou criando problema nisso tudo?!

Então, oficialmente tomei minha decisão. Vou chegar em casa e ser totalmente verdadeiro, sei que vai dar tudo certo.

[...]

[Pov - Narrador.]

Muichiro terminava sua sessão diária de treinamentos físicos quando Genya entrou, eles se observaram por um tempo, ambos falsamente inexpressivos.

Tokito estava sem a camisa e vestia apenas suas calças pretas, seu cabelo solto estava atrás dos ombros, ainda que uns fios grudassem em sua testa pelo suor.

— Aonde você estava? — Sua fala é rígida, curiosa e um tanto preocupada.

— Mui, nós precisamos conversar... — Shinazugawa parecia ansioso, segurava com as mãos o frasco de remédios atrás do corpo.

— Precisamos mesmo, eu não sabia que podíamos sair sem avisar e deixar o outro apreensivo, me esqueci deste acordo? — Conforme vai falando, também se aproxima sem vacilar.

Genya odeia ser pressionado, nunca gostou de ser obrigado a fazer ou falar qualquer coisa enquanto insistem, mas por algum motivo, as coisas são diferentes com Muichiro. Ele não se irrita porque sabe que o mais baixo tem total direito de questionar, eles namoram e moram juntos, certamente é estranho e repentino sair do nada sem dar nenhum aviso.

— Me perdoe. — As palavras saíam meio amargas na boca do caçador, que também se aproxima e passa o braço em torno da cintura de Muichiro, isso é o suficiente para fazê-lo engolir em seco e perder um pouco da postura.

Genya gosta disso, de como encontrou os pontos fracos do rapaz e também sabe como fazê-lo ficar quieto.

— Será que... Podemos falar sobre isso depois? — Segurava os remédios com uma mão só, ainda sem que o garoto soubesse. — Você 'tá tão bonito hoje que não quero perder tempo discutindo.

— Genya. — O tom autoritário na voz do hashira claramente diminuiu um pouco, suas bochechas coravam um pouco, mas nada muito explícito.

— ... Por favor? — Com um sorriso brincalhão, Genya insiste.

Muichiro estala a língua e então toma da mão de Shinazugawa o frasco de remédios, é claro que ele notou desde o começo que o rapaz o estava escondendo algo.

— Então depois falamos disso? — Com normalidade, e sobrancelhas levemente juntas, questiona ele.

— ... Sim, é claro. — Genya estava genuinamente surpreso com a facilidade da qual foi pego, chega até a se sentir idiota por achar que poderia esconder algo de seu namorado.

— Idiota. — Agora, o mais baixo sussurra, se solta e deixa os remédios sob a bancada da cozinha, volta a ficar na frente do maior e entrelaça os braços ao redor do pescoço do mesmo. — Sabe? Você tem sorte de ser bonito.

— Eu sei. — O sorriso maroto brota nos lábios de Genya novamente.

Então, sem demora suas bocas se encontram.