Shup up and Listen

•14•

            Assim que Aidan parou o carro em frente a casa, Marjorie foi a primeira a abrir a porta e saltar para fora do carro. Aidan seguindo seus instintos abriu a porta tão rápido quanto ela.

         — Marjorie! — A chamou, porém foi ignorado por ela que entrou em casa e foi para seu quarto.  — Que droga!

        — Eu avisei que era perigoso.

        — Sadie, eu não sou o culpado. Só fui idiota, mas não tinha como saber — A ruiva revira os olhos se encostando no carro. Aidan respira fundo olhando para ela, é uma boa oportunidade para conversarem sobre a relação, se existir uma. — O que rola entre a gente? — Sadie o olha, mas não diz nada. — Eu gosto muito de você, não tivemos muito tempo a sós e eu entendo se estiver confusa em relação a gente; mas eu adoraria que você deixasse claro o que tá rolando. Se eu fui um idiota em algum momento, me desculpa, tá?! Eu quero ficar com você e… 

        — Aidan, você não fez nada idiota, só que nós somos diferentes. Eu não gosto das mesmas coisas que você e você nem sabe do que eu gosto. Como eu já te disse, as vezes você fala mais com a Marjorie do que comigo; não tô insinuando que goste dela, mas demostrar interesse em alguém é muito mais do que só elogios.

          — Por favor, eu não gosto da Marjorie.

        — Eu sei que não. O problema é que você demostra mais ódio por ela do que demostra interesse em mim. —Aidan desvia o olhar de Sadie, ela realmente não o quer e tem bons argumentos para isso, além dos próprios sentimentos. — E… eu que fui uma idiota com você. Fiquei com um menino enquanto você estava com sua mãe.

Aidan levou alguns longos segundos para reagir aquilo.

       — Você foi uma idiota mesmo, achou certo me fazer de bobo? Eu fui uma piada pra você, Sadie. Meus amigos tentaram abrir meus olhos em relação a tudo e eu dizia "Não, ela só deve estar confusa", ficou muito confusa na boca de outro!

       — Não me trata como uma vagabunda, sinto muito se acabou se iludindo, mas nem tínhamos nada sério mesmo! — O ponto final para Aidan ficar mais mal — Eu vou para casa, tenta dar uma força para Marjorie, tá?!

      Aidan ficou alguns minutos ao lado de fora da casa e mais alguns bons minutos na sala da casa pensando se tinha algo a fazer, Rob e Diana ainda não tinham chegado. Ele não sabia se subia para ver Marjorie ou se deixava ela sozinha. Optou por subir; parou em frente a porta do quarto da garota, não estava fechada, apenas encostada. Marjorie se encontrava com um pijama e sentada na cama.

Bateu na porta…

      — Posso entrar?

      — Não. — Mesmo assim entrou. — Eu não tô legal para brigar com você, Gallagher.

       — E conversar? — Ela olhou para ele, era notável seus olhos inchados de choro. Como não disse nada, Aidan se senta ao lado da garota. — Eu te odeio, mas não queria que algo ruim te acontecesse. Eu iria me sentir um lixo se tivesse acontecido algo mais grave, não te levei por ter me trancado na sala de música e por ter dito aquelas coisas no dia que ia ganhar o carro, não imaginava que chegaria na balada daquela maneira… Por favor, me diz que ele não fez nada com você!

      — Só fiquei daquela maneira porque ele me deixou assustada. — Disse dobrando os joelhos e os abraçando, encostando a cabeça em seguida. Os dois ficaram em silêncio e Aidan pôde observar bem seu rosto e notou a bochecha vermelha da garota. Derrotado contra si mesmo, o garoto leva a mão até a bochecha de Marjorie. — Aii! Não faz isso!

       — Quer ir a delegacia? Ele bateu em você e…enfim. — Passou a mão de novo, só que dessa vez mais delicado. — Podem prender ele.

       — Como eu vou provar? Não tinha ninguém mais no local, eu quero deixar isso quieto, minha mãe vai ter um surto e eu não quero que isso aconteça — Marjorie coloca sua mão em cima da mão do garoto. — Você tá sendo legal agora, o que é um milagre. Tenho que agradecer por isso?

      — Você quer fazer isso? — A garota levanta a cabeça o olhando — Eu devo te pedir desculpas?

       — Adoraria ouvir um pedido de desculpas saindo dessa sua boca — Marjorie olhou para a boca do rapaz, foi automático — Mas espere sentado um agradecimento, ser legal agora é o mínimo de sua parte.

Disse de forma implicante, Aidan tirou a mão de seu rosto e se levantou, já fez o mínimo…

       — Espera sentada um pedido de desculpa. E se serve de concelho, lava seu rosto com água gelada, ajuda a passar a dor.

       — Não quero seu concelho, pode sair do meu quarto. — Aidan caminha até a porta. — Não conta nada pra minha mãe.

       — Tudo bem. Tenha uma péssima noite de sono.

       — Isso se eu conseguir dormir, minha mãe tem calmante, mas não sei onde estão — Aidan a olhou, ele sabia onde estavam, Rob tinha lhe dado um quando o garoto soube do acidente de Lauren. Marjorie o olhou — Sonhe com lindos diabinhos, insuportável.

      — Se já está boa, eu irei terminar de assistir minha série que é mais importante, chata do caralho.

      Assim que Aidan saiu do quarto, Marjorie foi até o banheiro lavar o rosto. A água poderia estar mais gelada, mas daquela temperatura já estava bom tamanho; ficou alguns minutos no banheiro. Quando saiu de lá olhou para a cômoda do lado da cama e viu o calmante de sua mãe ao lado de um copo de água, com o remédio poderia dormir…
       Mais tarde, Aidan voltou ao quarto de Marjorie conferir se ela havia tomado e se já estava dormindo, o garoto se sentiu menos culpado ao ver que sim.