Pov Enid
Abri um sorriso saudoso ao fitar a mulher em minha sala de estar, parecendo esperar por mim, assim como por meu papa.
- Mamãe! -exclamei feliz, indo em sua direção, ansiando por um abraço.
- Não Enid! -retrucou, impedindo que eu a tocasse- vai amassar meu vestido! Este tecido é muito sensível! -explicou, sem se importar em me magoar.
- Ao menos alguma coisa em você é sensível! -sussurrei amargurada, sem deixar que ela escutasse.
Sentei-me no sofá, aguardando consigo, e a mesma pediu para que dona Marie lhe service uma taça com um pouco de vinho.
Todavia, em seu primeiro gole, sua expressão se tornou irritada.
- Que droga é esta? Eu não bebo bordo! Somente tinto! Acaso não consegue ser prestavel o suficiente para me servir uma simples taça? -rosnou contra a senhora e eu me senti mal, por não me prontificar a defendê-la.
- Perdoe-me senhora Sinclair, o senhor pediu para que comprasse somente este -respondeu com mansidão e fracamente.
- Obviamente pediu! -a mulher resmungou, massageando a raiz de seu nariz- e você, sente-se como um dama Enid! Você é uma Sinclair, comece a agir como tal! -ordenou, revirando seus olhos.
Arrumei minha postura e abaixei o cenho, me sentindo a pior pessoa do mundo. Nunca seria boa o suficiente para mama, ou para ser uma verdadeira Sinclair.
Felizmente, depois do episódio, meu pai surgiu apressado, alegando que iríamos nos atrasar.
Ao chegarmos no evento, inúmeros paparazis cercavam a entrada, assim como algumas emissoras televisivas cobriam o momento ao vivo.
Inspirei fundo, me preparando psicologicamente para enfrentar aquele teatro, e abri meu maior sorriso, desfilando no tapete vermelho junto de meus pais, recebendo ondas de perguntas.
Suspirei em alívio quando adentramos o evento, sorrindo diabolicamente ao avistar Divina. Me dispersei de meus pais, seguindo em sua direção, e então, quando um ingênuo garçon passou entre nós, esbarrei em si propositadamente, fazendo-o derrubar champanhe no vestido da outra.
- Desculpe! Eu deveria ser mais atenta! -pedi em um tom inocente, todavia, Divina tinha ciência sobre minhas reais intenções.
Aquele foi o único momento interessante da fests, pois, ao decorrer da noite, eu quase não suportei o tamanho tédio.
A manhã do dia seguinte foi silenciosa, afinal, meus pais regressaram a sua rotina normal, ignorando minha existência e se focando em seu trabalho.
Felizmente, meu dia na escola passou de modo veloz, e eu agradecia internamente por isso, tendo em conta que não estava com paciência o suficiente para lidar com qualquer um. Ao menos voltar caminhando para casa seria um momento de plena paz.
- Hei! Olhos azuis! -o chamado simpático destruiu minhas expectativas de solidão e eu fitei a menor com incredulidade.
Ainda assim, a mesma continuou a se aproximar de mim, sem medo.
- Bom te ver novamente! -comentou, dando-me um sorriso e eu pisquei seguidas vezes.
Revirei minhas íris, mal acreditando no que acontecia, e lhe dei as costas, retomando meu caminho e a ignorando.
- Eu a vi sozinha e pensei que seria legal lhe cumprimentar -explicou, dando de ombros, e apertando seu passo.
Parei inesperadamente, em frente a uma sorveteira, não me importando com a atenção das pessoas próximas, e fiquei de frente para si, expressando irritação.
- Quem você pensa ser, para dirigir a palavra a mim? -indaguei com punhos fechados.
- Wednesday Addams, prazer olhos azuis! -me respondeu, parecendo não se intimidar.
Eu inclinei levemente meu tronco, nos deixando mais próximas, e encarei suas pupilas que, diferentemente dos demais, não se dilataram em pavor.
- Você está me provocando? -questionei com fúria, sentindo nossas respirações se misturando.
- E se eu estiver? -retrucou com ousadia. Seus castanhos jamais abandonavam meus azuis.
- Então, vou fazer com que se arrependa do dia em que cruzou meu caminho! -a ameacei com rigidez.
- Estou pagando para ver, princesa! -resmungou, com evidente sarcasmo.
Por alguns segundos, um silêncio se instalou em nosso meio, enquanto eu tentava processar as palavras de Wednesday.
Lhe surpreendendo, me afastei abruptamente de si, abrindo um sorriso ladino e roubando o copo de milk-shake de um rapaz ao nosso redor. Não pensei duas vezes, antes de despejar o sorvete em sua cabeça, observando-o escorrer por seu corpo e arrepia-la.
Segurei em seu queixo, levantando seu cenho e aproximando meu rosto do seu.
- Eu lhe avisei, plebeia! -sussurrei em seu ouvido, de modo rouco e arrastado.
A soltei, com um sorriso divertido e sem dentes, piscando para si, para, por fim, prosseguir em meu caminho.

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A Princesa e a Plebeia
FanfictionEnid podia se parecer com um ser celestial, todavia, a verdade impolida, era que a menina dos fios dourados era a personificação do mal, repleta de arrogância, e um sorriso prepotente. Sinclair era o sol, todos orbitavam ao seu redor, e isso era usu...