Epílogo

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Pov Wednesday

Eu ainda me recordava nitidamente do sorriso de papa, quando ele estendia sua mão para mama, e a abrigava contra o seu peito.

Nossa sala de estar, então, era preenchida pelo suave toque de uma antiga vitrola, que cantarolava os doces versos de Paul Anka, enquanto os mais velhos dançavam em seu mundo.

E antes que a nota final soasse, mamãe deitava a cabeça em seu ombro, e sussurrava para o marido que, o amor verdadeiro era aquele que nem as dificuldades, a distância, ou o tempo conseguem apagar.

Eu nunca havia compreendido, de fato, o significado e intensidade de suas palavras.

De todo modo, minha atenção, como ainda a de toda a minha equipe, foi depositada sobre a espetaculosa limousine de cor escura e cromada, que acabava de estacionar, roubando-me um sorriso apaixonado.

Eugene deu um largo sorriso, me cumprimentando, antes de levar seu toque sobre maçaneta e abrir a porta. E eu senti que o mundo pareceu paralisar, se prostrando em um tipo de reverência.

O par de Stuart Weitzman, dourado como o ouro, tocou o chão com tamanha sutileza e elegancia, digna de uma nobre. E então, o meu magnífico anjo de fios loiros e olhos tão azuis, quanto o oceano, se fez presente.

Tudo em sua composição era perfeito! Desde suas vestes douradas, primorosamente alinhadas, até seu charmoso sorriso ladino, repleto de amor.

A maior me fitou com zelo e se aproximou mansamente, antes de perder o fôlego ao me examinar por completo. Era como se eu fosse o sol e ela orbitasse em meu entorno.

- Por Deus, minha plebeia! Se existe uma certeza em minha vida, é que o meu propósito neste mundo é te amar com todas as minhas forças! -ela sussurrou em um estado de frenesi, me roubando um suspiro devoto e envergonhado.

- Eu senti sua falta! -admiti, levando minhas palmas aos seus ombros e os acariciando, enquanto ela abraçava minha cintura.

- Sentiu? -repetiu em uma sutil provocação, com evidente humor em seu tom.

- Você sabe que sim! -retruquei, lhe envolvendo com mais necessidade e a apertando mais forte, deixando meu coração perto do de Enid.

Fazia dois meses desde que eu havia iniciado minha turnê e consequentemente meu relacionamento era afetado por isso, de modo que, eu não conseguia passar muito tempo com minha namorada.

A Sinclair compreendia isto, então, ela me visitava em todas as oportunidades que tinha e mantinha frequente contato online comigo.

Todavia, eu detestava estar longe dela e não poder sentir seus carinhos ou seu perfume. Sendo assim, eu estava aliviada, pois aquele iria ser o evento final antes de meu período de férias.

- Eu detesto atrapalhar! Mas estamos atrasados! -o tom preocupado e manso do meu irmão nos alertou e eu concordei, deixando minha mimada me conduzir ao carro e me acomodando ao seu lado.

Eugene não demorou a dar partida e sinceramente, permanecer meia hora com meus dedos entrelaçados aos de Enid foi reconfortante. Eu sentia que em cada pequeno gesto, minha princesa mimada refletia seu amor, cuidado, e suporte.

Quando estacionamos em frente ao Eldorado, um enorme e prestigiado teatro em Nova Iorque, milhares de flashes se principiaram, seguidos de clamores enlouquecidos dos fãs ali.

- Pronta? -Enid sussurrou, me observando com preocupação, ao perceber meu nervosismo.

Eu inspirei fundo e fechei as pálpebras por uma fração de segundos, antes de reunir coragem e sorrir para si.

A Princesa e a PlebeiaOnde histórias criam vida. Descubra agora