Pov Enid
Eu mal podia acreditar no quão ousada aquela garçonete era! Tamanha a insolência daquela plebeia irritante, que pensava ser digna de falar comigo.
Todavia, não podia negar que, havia gostado de fixar meus azuis naqueles castanhos intensos. Pela primeira vez, uma pessoa me fitou de igual para igual, sem qualquer medo.
- O que tem perturbado seu coração? -a voz curiosa da senhora Elizabeth soou e eu voltei a realidade.
- Como? -indaguei meio confusa e ela sorriu divertida.
- Enid, você nunca errou uma nota sequer em todos estes anos que lhe ensino, contudo, hoje parece distraída demais -comentou e eu suspirei, lembrando-me das seguidas vezes que errei o a nota de sol.
Fitei a professora de piano e pensei sobre sua questão. Não sabia exatamente o que estava me incomodando, mas sentia meu pensamento longe desde a discussão com a plebeia.
- Eu não tive um bom dia! -dei de ombros, fingindo não me importar.
- Nossa aula pode se encerrar um pouco mais cedo, se for do seu agrado -sugeriu com preocupação e eu me obriguei a lhe dar um sorriso.
- Se a senhora não se importar -suspirei e ela negou, retribuindo.
Em poucos minutos, a mais velha recolheu seu material e se despediu. Sendo assim, abandonei a sala de estar, encontrando mama no caminho para meu quarto.
- Mamãe! Oi! -saudei alegremente, contudo, a mesma desviou de mim.
- Você não deveria estar praticando piano? -resmungou e eu engoli a seco.
- A aula terminou mais cedo -dei de ombros, com o cenho desanimado.
- Continue assim e sempre vai ser uma incompetente garota mediana Enid! Quando vai começar a se portar como uma Sinclair? -bradou com desgosto, se retirando depois.
Suas palavras se prenderam em minha mente durante toda a noite, madrugada, e manhã. Somente as ignorei quando pisei na academia, vestindo meu manto de rainha de gelo.
Como se soubesse meu mal estado de espirito e quisesse o piorar, Bianca Barclay marchou em minha direção, exalando fúria em cada célula.
- Por que fez aquilo Sinclair? -grunhiu contra mim, enquanto eu revirava minhas íris, massageando a raiz do nariz.
- Barclay, poderia ser mais clara, eu não sou advinha! -revidei, sem disposição para lidar consigo.
- Estragou o vestido de Divina! -disse ríspida, parecendo pronta para me agredir, e eu ri baixo.
- A pobre Divina correu em busca do seu socorro? -satirizei, passando a ponta de meus dedos pela franja, me importando mais com minha aparência do que com a revolta de Bianca.
- Você é uma babaca fria! E sem coração! Assim como sua mãe! -me provocou e eu inspirei fundo, tomada de raiva.
- Vai se arrepender de suas palavras Barclay, eu prometo! -concluiu com a voz rouca e arrastada, quase em tom maligno, deixando suaves tapinhas em sua bochecha e me retirando.
Eu possuia ciência sobre o quão fria e sem coração mama era, entretanto, escutar de outros conseguia me atingir em certos aspectos.

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A Princesa e a Plebeia
Fiksi PenggemarEnid podia se parecer com um ser celestial, todavia, a verdade impolida, era que a menina dos fios dourados era a personificação do mal, repleta de arrogância, e um sorriso prepotente. Sinclair era o sol, todos orbitavam ao seu redor, e isso era usu...