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Pov Enid

Eu havia preparado um discurso extenso para Wednesday, explicando o porquê não deveríamos mais nos beijar.

Pensei que iria arrasar em meus argumentos, todavia, no instante em que me deparei com aqueles castanhos brilhosos, esqueci meu próprio nome.

Tentei utilizar da indiferença, para voltar a focar no que importava, contudo, quando menos notei, estava me declarando para aquela plebeia teimosa.

Eu esperava por um sorriso largo ou uma resposta fofa, no entanto, a ousadia de Wednesday transcendeu.

Sentir sua boca contra a minha, novamente, foi o paraíso! Meu corpo estremeceu e meu coração começou a bombear de maneira irregular.

Seu gemido manhoso, no instante em que mordi seu lábio inferior, me roubou uma arfada sem sanidade.

Levei minhas palmas a sua cintura e a trouxe para o meu colo, aproveitando para chupar sua língua com certa pressão, nos dando ainda mais prazer.

Todo o meu medo simplesmente desapareceu e meu foco era exclusivamente os lábios carnudos que eu estava beijando. Nada mais importava.

Cada parte do meu corpo reagia de forma diferente ao seu toque e nossa harmonia era única no mundo, eu tinha certeza sobre. Em adição, o seu sabor me fazia ansiar por mais.

Eu desejava poder parar o tempo e aproveitar com calma todas as sensações que aquele contato me causava.

Tentei prolongar o máximo, todavia, Wednesday quebrou o beijo, o finalizando com um selinho calmo.

Encostei nossas testas, sentindo-a tão ofegante quanto eu, e seus dedos acariciaram minhas bochechas com ternura.

Juntei coragem e fiz o que não havia feito da primeira vez. Abri meus azuis lentamente e permiti que se encontrassem com os castanhos, me perdendo dentro deles.

Sua boca estava vermelha e levemente inchada, o que a deixava ainda mais linda.

- Isso foi ousado demais! Até para você! -sussurrei, com um sorriso ladino, e ela me roubou outro selinho.

- Roubar um beijo não é um privilégio somente seu Sinclair! -pontuou em implicância, rindo depois.

Contive o sorriso e me forcei a acalmar meu coração. Não querendo demonstrar o efeito que ela possuía sobre mim.

- Não se acostume garçonete! -provoquei, com uma expressão esnobe.

- Não se preocupe, seu beijo nem foi tão bom! -retrucou, dando de ombros, me deixando incrédula.

- O seu idem! -rebati ranzinza.

- Se você não gosta, tem quem goste! -confirmou prepotente e tudo em mim entrou em estado de irritação, apertando sua cintura com mais força- por que esta reação? Vai querer exclusividade senhorita Sinclair? -sussurrou, testando minha estabilidade emocional.

- E se eu quiser? -indaguei rudemente, a surpreendendo, enquanto a limousine estacionava em frente a sua casa.

- Então, eu também quero! Pode começar dispensando o Walker! -mandou, em um tom autoritário, e eu ri, achando fofo o modo como ela pensava ter poder.

- Pessoa alguma é capaz de mandar em mim Addams! -aleguei com humor e a mesma arqueou as sobrancelhas, parecendo não gostar.

- Então, se acostume com a ideia de não ser a única a provar desta boca! -sentenciou, se levantando e atiçando a minha parte odiosa.

Eu puxei a mesma de volta para o meu colo e uni totalmente nossos corpos, estando próxima de seu ouvido.

- Eu faço sumir do mapa o boçal que se atrever a te beijar! -ameacei, com a voz arrastada, e sorri ao notar sua respiração falhar.

A mesma virou seu rosto para o meu e roçou nossas bocas, de modo tentador.

- Dispense o Walker! -concluiu, mordendo e puxando meu lábio inferior, para, por fim, se retirar.

Eu suspirei forte e insatisfeita, concluindo que, aquela ousada iria me enlouquecer! Com toda a certeza!

A Princesa e a PlebeiaOnde histórias criam vida. Descubra agora