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Pov Wednesday

Sorri largo ao observar a limousine estacionando, pontualmente, em frente a minha casa. Eugene deu a volta no carro, me cumprimentando com um sorriso, e abriu a porta, do modo formal e chato que agradava minha mimada.

E eu perdi o fôlego, quando meus castanhos se encontraram com os magnifucos azuis. Examinei a maior de cima a baixo, todavia, travei meu olhar em seus sapatos.

- Perdeu algo plebeia?-resmungou ranzinza e eu fiz uma expressão confusa.

- São tênis? -questionei incrédula, enquanto a mais velha revirava suas íris.

- Não! São saltos com cadarços! -ironizou impaciente e eu fiz um bico ofendido.

- Desculpe! Pensei que seus pés só funcionavam a dez centímetros do chão!  -resmunguei implicante e ela suspirou, negando com a cabeça em diversão.

Enid abriu seu sorriso ladino, o qual, me fazia perder o rumo da vida, e se aproximou, segurando-me delicadamente pela cintura.

- Eu não preciso de saltos para me sentir nas alturas com você, Wendy! -sussurrou em meu ouvido, devolvendo a provocação.

Senti meu corpo estremecer e se arrepiar por completo, causando uma risada vitoriosa na Sinclair, que me deu as costas, adentrando o carro. Mordi o lábio inferior, contendo o sorriso, e segui para me acomodar ao seu lado.

Eugene deu partida no veículo e eu aproveitei para trocar alguns beijos singelos com minha princesa mimada, rindo gostosamente em todas as vezes que Enid me puxava mais para perto de si, como a manhosa que era.

A limousine estacionou em frente a um parque, longos minutos depois, e eu desci acompanhando Sinclair.

Eugene abriu a porta do passageiro e retirou a bolinha branca dali, que enlouqueceu quando me fitou.

- Oi bebê! Você veio também! -exclamei com uma voz fininha, a recebendo em meus braços, ganhando lambidas eufóricas.

Notei Enid fitando o relógio ansiosa e assisti Eugene estendendo uma toalha sobre o gramado esverdeado, depositando uma cesta sobre a mesma.

- Nid? O que estamos fazendo aqui? -questionei, acariciando Ice, enquanto sua dona observava o nosso entorno.

- Viemos fazer um piquenique! Mas falta uma pessoa! -alegou e eu franzi o cenho, quando ela sorriu ao ver o carro de Tyler.

Depositei o filhote no chão, que começou a correr até o motorista com seus brinquedos, e observei meu melhor amigo sair do veículo e acenar. Eu retribui e o mesmo deu a volta, abrindo a porta do banco traseiro.

Fui atingida em cheio por uma estupenda alegria e meu coração disparou forte.

- Willa! -o cumprimento animado de Pubert soou e ele correu em nossa direção, se lançando em meus braços.

- Oi meu amor! -saudei com lágrimas grossas escorrendo por minhas bochechas.

Pub se afastou minimamente, parecendo preocupado, e secou meu rosto delicadamente.

- Não chorei Willa! Eu vou ficar o dia todo com você! -argumentou e eu ri baixo, segurando em suas mãozinhas.

- Eu não estou triste Pub, eu estou muito feliz! -aleguei, apazinguando-o, e ele sorriu.

- Oi pequeno! -Enid se manifestou, se ajoelhando ao meu lado e recebendo um abraço do menor.

- Oi rainha de gelo! -ele respondeu e se afastou minimamente, encontrando Ice com Eugene.

Pubert deu um sorriso envergonhado, em um pedido mudo para ir brincar, e ambas concordamos. Com a permissão necessário, o rapaz correu em direção ao filhote e ao motorista.

- Como conseguiu? -questionei, ainda anestesiada, e ela sorriu ladino, levando minha mão aos seus lábios e beijando o dorso.

- Às vezes, ser uma Sinclair tem seus privilégios! -deu de ombros, se levantando e me puxando consigo para a toalha de piquenique.

Fitei por cima do meu ombro e recebi um grande sorriso de Tyler, que me deu um joia incentivador, antes de partir.

Enid se sentou, escorando-se em uma árvore, e eu me aproveitei disso para sentar no meio de suas pernas, me inclinando contra seu peito.

- Eu nunca vou conseguir lhe agradecer o suficiente por isso! -afirmei, assistindo Pubert correr com Ice, gargalhando tão gostosamente.

- Somente não se acostume! -implicou divertida, com um bico esnobe, e eu sorri, selando nossas bocas por longos segundos.

Eu me sentia tão feliz naquele momento, que nada mais importava. Estar dentro do abraço de Enid me fazia acreditar que tudo iria ficar bem e que, um dia, eu restauraria a minha família, com ela ao meu lado.

- Então, é desta maneira que a gente fica? -indagou vagamente, assim que nos separamos.

- Assim como? -perguntei confusa, sendo apertada com mais veemência e carinho.

- Com o coração acelerado e quentinho, e uma vontade enorme de sorrir! -explicou com a voz baixa- é desta maneira que a gente fica quando se sente verdadeiramente feliz? -repetiu mais claramente, com seus azuis brilhando.

Eu sorri apaixonada e concordei, ficando de frente para si, e sentando em seu colo.

- A rainha de gelo, com o coração quentinho? -impliquei com humor, rindo cúmplice consigo.

- Ironia do destino! Simplesmente não pude fugir, meu amor! -sussurrou e meus pulmões não conseguiram mais sustentar ar.

Parei de respirar e senti meu coração derreter dentro do peito. Pensei que aquele dia não poderia melhorar, mas então, ouvi minha Enid me chamando de seu amor! Seu amor!

A Princesa e a PlebeiaOnde histórias criam vida. Descubra agora