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Pov Enid

Eu fazia tudo o que estava ao meu alcance, todavia, inevitavelmente, meus pensamentos se prendiam a Wednesday Addams. De modo que, por alguns segundos, durante meu fim de semana, eu quase cogitei lhe ver na lanchonete.

Não compreendia o motivo, pelo qual, senti aquela necessidade, inexplicável, de lhe ver, no entanto, mantive a razão e me ocupei com outros ofícios para não tomar qualquer decisão precipitada.

O meu humor, naquela manhã de segunda, era radiante. Sendo assim, entrei na sala de jantar com meu melhor sorriso.

- Bom dia senhora Marie! -desejei com gosto, sendo retribuída pela mais velha, que deu um aceno contido.

- Não se pronuncie alto desta forma Enid! Lembre-se de agir como uma Sinclair! -a repreensão de mama estragou o clima leve do ambiente- qual o motivo do seu tamanho bom humor? -questionou, ainda focada na revista que lia.

Fechei o cenho e, inesperadamente, não senti medo de minha mãe, ao contrário, percebi que a única que merecia meu desprezo era ela. Eu estava cansada de implorar por sua atenção.

- Desde quando se importa? -retruquei ousadamente, pela primeira vez em minha vida, desafiando Esther.

Um silêncio fúnebre preencheu o cômodo, contudo, eu não me importei, somente apanhei uma maçã, me despedi de senhora Marie e segui com Eugene para a escola.

Assim que adentrei o prédio, avistei Audrey, seguindo em minha direção com passos pesados.

- Enid! Você não vai acreditar! -exclamou incrédula, andando ao meu lado.

- Seu pai retirou seu cartão novamente? -questionei, um tanto entediada.

- Barclay foi readmitida! -chiou irritada, com exacerbante indignação.

- Que bom -disse simples, com um pequeno sorriso satisfeito.

- Se sente feliz? -indagou confusa, me examinando detalhadamente.

- Estou, nunca foi a minha intenção causar a expulsão de Bianca! -afirmei, dando ênfase na minha vontade.

- Diretor imbecil! Deu sua palavra para a minha mãe, de que iria ser rígido com Barclay! -resmungou desgostosa e eu desviei o olhar para si.

- Nunca mais faça algo deste tipo sem me consultar! -exigi severa e ela se retraiu, murmurando um pedido de desculpas.

Felizmente, Audrey se dispersou de mim, sentindo-se sem graça com minhas duras palavras, e eu continuei minha rota sozinha, para a minha decepção, por poucos minutos.

- Sinclair! -o chamado de Barclay soou alto e eu suspirei, me virando para a encarar.

- O que você quer Barclay? -questionei friamente, sem paciência para consigo.

A mesma deu mais alguns passos, estando ainda mais próxima a mim, e substituiu a face amarga por um sorriso amigável.

- Eu quero te agradecer! -alegou, me pegando desprevinida- o diretor contou sobre a sua confissão -explicou, sem qualquer tipo de implicância.

Eu fechei a expressão e empinei levemente o nariz, arrumando meus fios dourados com os dedos.

- Se contar isto para qualquer um, vou fazer com que se arrependa! -ameacei com a voz rouca e arrastada, a intimidando.

Bianca somente riu baixo e negou com a cabeça, antes de soltar um suspiro divertido.

- Este vai ser nosso segredo Sinclair! Mas, me faça um favor, agradeça a pessoa que tem lhe tornado mais humana! Diga que ela possui meu respeito! -pediu, piscando em provocação e se retirando.

A Princesa e a PlebeiaOnde histórias criam vida. Descubra agora