Antes que qualquer um pudesse notar sete dias haviam se passado, Heinrich voltava finalmente para casa e decidiu passar na guilda para informar que havia concluído a missão, receber a recompensa e ver seus filhos. Naquela hora do dia eles certamente estariam no galpão de treinamento, então ele pegou seu pagamento e foi direto para lá. Ao chegar no galpão não se surpreendeu nem um pouco quando observou de longe que seus filhos já haviam se enturmado com os adultos que faziam uso do local, até a chefe foi capturada pelo charme das crianças, mas o que mais a deixou interessada foi o zelo que os filhos de Heinrich tinham pelo treinamento, eles aproveitavam e tentavam absorver o mais rápido possível cada coisa que ela ensinava e isso a deixava muito animada. Ela não precisou ensinar o básico para Erna e Frieda já que essas duas estavam mais avançadas que os demais, mas as outras três crianças não deixavam a desejar.
- Você tem filhos bem assustadores. - Comentou ela ao se aproximar de Heinrich. - Eles não pararam de treinar nem quando você chegou, estão mantendo bem o foco. Imagino que os tenha orientado.
- O que eles aprendem é mérito totalmente deles. - Respondeu o Meister.
- Concordo. - Disse ela. - Depois de vê-los me senti na obrigação de estudar mais sobre orações, eles são insaciáveis, podem ficar entediados se não lhes alimentar com ensino de qualidade.
- Você tem a minha gratidão. - Falou ele.
- Eu quem deveria estar agradecendo, faz tempo que não fico tão animada. - Disse ele. - Espero que não se importe caso eu decida fornecer treinos mais difíceis.
- Não espero menos que isso de você, Griselna. - Disse ele. - Espero bastante de alguém que já salvou a bunda de Benno várias vezes.
Griselna sorriu.
- Benno é honesto demais até quando está lutando, isso o deixava em maus lençóis quando enfrentava muitos inimigos ao mesmo tempo, acompanhá-lo não era mais que minha obrigação como segunda na linha de comando no nosso esquadrão. - Considerou ela.
- "Obrigação", né? - Comentou sugestivo. A mulher corou. - Imagino quantas pessoas pulariam atrás dele no campo de batalha para guardar suas costas ainda que em situação de desvantagem.
- Você pularia. - Argumentou ela.
- Parece que nós somos dois grandes idiotas. - Ele se rendeu. - Conto com você, não vou reclamar se não pegar leve, até porque, pegar leve não faz o seu estilo.
Ela o fitou, ele sabia o que ela queria dizer, qualquer amigo tentaria alertá-lo do perigo. O problema de manter tantas crianças despertas reunidas era óbvio demais.
- Eu sei. - Disse ele para o questionamento silencioso.
- Vou fazer o melhor para que elas não dependam tanto da sua força, quanto antes aprenderem a se defender sozinhas melhor. - Falou Griselna. - O treinamento acabou por hoje, pode levá-las, eu aviso ao Meine que elas faltarão nessa tarde.
- Obrigado! - Respondeu.
Griselna foi na direção das crianças para lhes falar que o treinamento estava encerrado. Ela era dois anos mais nova que Heinrich e Benno, tinha cabelos castanho bem escuro cortado bem curtinho, seus olhos também eram castanhos escuros, sua pele estava bem castigada pelo sol e havia uma cicatriz aqui e outra ali, a mulher era uns sete centímetros mais alta que Benno, seu corpo era esguio, mas a musculatura estava bem definida, um brinco pendular prateado enfeitava a orelha direita seguido de um brinco braçadeira no segundo furo, na orelha esquerda usava um brinco de ponto. Seus motivos para deixar a ordem incluíam o fato dela ter ficado em estado de quase morte em seu último embate, isso a inutilizou por meses, sem contar que o incidente danificou seu núcleo de heilig, em razão disso a mulher perdeu parte importante da habilidade de entoar orações mais poderosas ainda que fosse uma Vertraut( Cavaleiro de segundo grau. ) muito forte, atualmente ela depende quase que exclusivamente de sua habilidade na arte de mestre das armas e em entoar orações de terceiro grau.
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Wanderfalke: A batalha contra os Haidu.
FantasyQuanto vale a liberdade? A resposta é: depende. Para ganhá-la vale uma moeda de ouro, mas para perdê-la vale uma moeda de prata. Os mais éticos diriam que é absurdo, que liberdade não tem preço, ou ainda, que liberdade é direito de todos, entretant...