Quando chegaram em Kamelie tudo parecia normal nas cidades, vilas e vilarejos pelos quais passaram, tanto Kamelie quanto a capital real eram de longe os locais que menos estavam sofrendo com ataques Haidu mesmo diante de uma crise na qual mal estavam conseguindo defender a fronteira e suprimir as aparições repentinas em todo o reino. As pessoas dali já estavam tão habituadas com a presença dos Cavaleiros Sagrados que sequer paravam para ficar olhando Frieda e Heiko passarem, por outro lado, foi ao chegar na Catedral que a estranha surpresa veio. Nas janelas dos andares superiores, nos caminhos e pátios internos, das pessoas que dedicam suas vidas inteiras à fé até os Cavaleiros Sagrados de guarda, não houve uma única alma que não tenha olhado para a dupla com intensa curiosidade. Não foi difícil para Frieda discernir que apenas as pessoas comuns desconheciam os boatos de que algo aconteceu na sepultura da princesa e que uma Santa podia finalmente está para surgir e aplacar toda aquela escuridão que os assolava.
– Eu já esperava que os boatos iriam começar a surgir. – Disse Frieda.
– Na verdade é surpreendente que tenham conseguido evitar que ele se espalhasse para além do âmbito militar e da nobreza. – Comentou Heiko.
– De qualquer forma, espero que isso facilite um pouco as coisas. – Externou a mulher. – É inconveniente ter que pedir permissão para entrar na cripta toda vez.
– Fazer o que se são as regras? – Heiko deu de ombros.
– Então vamos experimentar a extensão do poder desse boato.
Dito isso, Frieda rumou na direção na qual se encontrava a cripta, os olhares sobre ela eram intensos, mas ninguém se colocou em seu caminho ou a repreendeu, apenas a observaram de modo a não perder nenhuma de suas ações.
– Tem a sua resposta. – Falou Heiko. – Acredito que certas ordens já foram dadas e você está livre para usar o lugar.
Frieda apenas assentiu de maneira despreocupada e se resignou ao silêncio.
– Divindades... – Heiko não escondeu suas ansiedades e preocupações. – Elas não são nossas amigas, você sabe disso então não se deixe enganar, não importa o que ela te diga e te ofereça.
– Vou ter cautela. – A mulher respondeu displicente.
– Frieda... – Reclamou o rapaz. – Essas... criaturas, elas praticam a arte de enganar a muito mais tempo que nós, é dito por aí que divindades não podem mentir, mas isso apenas deve nos colocar em alerta máximo, já que uma vez que não podem mentir elas sabem bem como manipular a verdade ao seu favor. – Expôs. – Só tenha cuidado, certo?
Frieda se aproximou do garoto e estendeu as mãos, ele prontamente deixou sua cabeça ao alcance dela e a mulher afagou os seus cabelos.
– Eu vou ficar bem. – Disse durante o gesto carinhoso.
Heiko assentiu a contragosto e assistiu sua irmã lhe virar as costas e adentrar a cripta sem hesitação.
A Cavaleira Sagrada caminhou brevemente pelo corredor escuro e em dado momento se deparou com uma porta brilhando em verde fosforescente a sua direita. O caminho que fez até ali foi muito mais breve que o da primeira vez e ela nunca tinha visto aquela porta antes, tudo isso a levou a concluir que o caminho e o método de entrada mudava a cada vez e que quem quer que tentasse chegar aos deuses jamais conseguiria o fazer a menos que a divindade estivesse de acordo em recebê-lo. Frieda estendeu a mão, mas antes que tocasse a superfície, a porta se abriu revelando seu interior escuro. A mulher não podia ver nada, mas rapidamente reconheceu que estava no mesmo lugar onde falou com a divindade na primeira vez e tomou a decisão de caminhar apenas um pouco para dentro, se sentar no chão a fim de meditar e aguardar a boa vontade de seu anfitrião. A porta se fechou atrás dela.
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Wanderfalke: A batalha contra os Haidu.
FantezieQuanto vale a liberdade? A resposta é: depende. Para ganhá-la vale uma moeda de ouro, mas para perdê-la vale uma moeda de prata. Os mais éticos diriam que é absurdo, que liberdade não tem preço, ou ainda, que liberdade é direito de todos, entretant...