O grupo retornou para a guilda em segurança, Erna e Felix foram examinados, mas estava tudo bem apesar de alguns ferimentos leves, ao que tudo indica Erna fez um bom trabalho quando curou a si mesma, depois de terem seus ferimentos tratados, lhes foi recomendado repouso. Frieda foi a que estava em estado mais crítico, contudo, graças aos primeiros socorros prestados por Griselna ela ficaria bem, no fim lhe restaria apenas uma sutil cicatriz esbranquiçada no local em que recebera o golpe. Johann também foi examinado, mas tinha apenas alguns ferimentos leves, a maior ferida estava em seu emocional. Heinrich o registrou como um de seus filhos imediatamente, isso segundo a vontade do próprio Johann. O Meister foi então apresentar um relatório, aparentemente Benno não conseguia se conter e arrumou rapidamente uma desculpa para ver seu amigo o mais rápido possível. Heinrich estava exausto, mas sentiu que seria falta de consideração fazer pouco da preocupação de Benno, ele foi até a sala do chefe da guilda e após ser praticamente vistoriado pelo amigo que estava em busca de algum ferimento escondido, o Meister finalmente contou os acontecimentos. As expressões de Benno variava e quando ouviu que seu amigo havia arrumado mais uma criança santa para compor o que ele carinhosamente apelidou de "chamariz supremo de Haidu", ele de fato quase teve uma síncope. Apesar de tudo acabou por entender que não havia o que ser dito sobre isso e começou a pensar em como teria que contratar novos funcionários para fazer a segurança da Guilda, a fim de que as crianças tivessem um lugar seguro para se abrigar caso as coisas ficassem complicadas. O homem já estava com o coração amolecido, ficou ainda mais desde que as crianças de Heinrich passaram a chamá-lo de "tio Benno", no fim ele acabava fazendo os gostos de seus amados sobrinhos e antes que percebesse já os considerava família.
Após apresentar o relatório, Heinrich foi para a enfermaria ver como estavam seus filhos, ficou aliviado ao saber que o máximo que eles precisariam era de descanso. Após algumas horas todos receberam alta e fizeram o caminho para casa.
Ao chegarem em casa, Leona se atirou nos braços de Frieda e nos de Erna a seguir, Leon abraçou Felix e Ralf bagunçou os cabelos do irmão mais novo. O trio que havia ficado perguntava sobre como o trio que partiu para comprar um simples presente tinha voltado só os farrapos. Ralf olhou para Erna, mas seu olhar se demorou em Frieda, ele estava preocupado, notou que os lábios dela estavam opacos, o que indicava perda significativa de sangue, também percebeu que seu caminhar estava desuniforme e que seus ombros estavam levemente curvados. Ele foi até Frieda e começou a olhar toda ela em busca da causa, o rapaz percebeu que ela estava inconscientemente mantendo a guarda alta em relação a um de seus ombros, uma prática comum a um lutador machucado que quer tentar não apenas proteger uma área vulnerável, como também compensar a perda dela. Ralf segurou a manga da blusa, sob o olhar dos demais que agora estavam em silêncio, e puxou delicadamente para baixo, expondo o local onde jazia a cicatriz.
Leon e Leona se surpreenderam ao ver a cicatriz, os três seguraram a respiração enquanto seguiam emudecidos, mas Ralf não estava apenas surpreso, sua expressão era um misto de fúria e tristeza, ele travou o maxilar. Em busca de respostas, o rapaz lançou um olhar para Erna, mas ela apenas desviou o olhar levemente envergonhada e frustrada, ele olhou então para Félix e o menino se encolheu, Ralf não tinha percebido, mas sua expressão seguia raivosa. De repente, o garoto temperamental, sentiu braços cercando-o e um corpo menor indo de encontro ao seu, isso foi suficiente para dissipar qualquer sombra de raiva presente nele, ele se deixou levar por aquele abraço caloroso.
- Está tudo bem! - Disse Frieda. - Eu vou ficar bem. - Era como se ela acalmasse uma fera.
- Me... desculpem! - Pediu envergonhado com sua atitude anterior, ele sabia que os outros certamente tinham dado seu melhor para cuidar de Frieda. E ele sabia que, a essa altura, de nada adiantava desejar estar lá.
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Wanderfalke: A batalha contra os Haidu.
FantasíaQuanto vale a liberdade? A resposta é: depende. Para ganhá-la vale uma moeda de ouro, mas para perdê-la vale uma moeda de prata. Os mais éticos diriam que é absurdo, que liberdade não tem preço, ou ainda, que liberdade é direito de todos, entretant...