Os filhos de Heinrich finalmente se encontravam no ponto inquerido, alguns já haviam chegado, esses certamente foram aqueles que ignoraram completamente o ataque Haidu e os gritos dos candidatos atacados, eles avançaram sem titubear rumo ao objetivo e sobreviveram as armadilhas e ataques efetuados periodicamente pelos examinadores. Frieda e os demais se dirigiram ao examinador responsável por tomar nota daqueles que alcançaram o outro lado com sucesso e receber dos candidatos a bandeira azul que lhes foi entregue antes de entrar na floresta, o sol ainda não tinha aparecido, após serem registrados eles foram se sentar ou recostar em algum canto próximo dali, quando mal tinham se acomodado apareceram alguns jovens trajados com uniformes azuis e uma faixa púrpura em volta da cintura, uniforme comum aos auxiliares, eles foram até cada candidato e lhes serviram pão e cidra, alguns receberam suco.
– Aqui está a parte de vocês. – Disse um jovem rapaz, ele trazia consigo uma bandeja e passou a servir a Frieda e seus irmãos o mesmo que estava sendo servido aos outros candidatos. – Eu ouvi sobre o que aconteceu dentro da floresta. – Comentou ele.
Apesar de sua fala ponderada e altivez, o rapaz era claramente mais novo que Frieda, seus cabelos pretos contrastavam com seus olhos azul arroxeado, suas orelhas estavam adornadas com brincos de hanafuda susuki, cujos desenhos lembram uma lua cheia em um céu vermelho, sua pele antes alva agora estava um pouco queimada pelo sol, sua estatura alta e musculatura nem um pouco exagerada lhe conferiam um porte elegante. Sua voz soava calma e gentil, e ele transmitia uma aura inatingível, certamente lapidada com a prática, seu olhar inteligente e afiado parecia esconder segredos que você adoraria descobrir... ou não. Ele se movia com graça e tinha fala modulada, aparentava ter recebido uma educação destinada à nobreza. Frieda sentiu uma certa familiaridade ao ver o rapaz, mas decidiu que não tinha tempo para tentar se recordar de cada pessoa que pode já ter visto algum dia.
– Eles se excedem todos os anos, me pergunto qual a necessidade de tanta dureza. – Falou o rapaz. – É fato que o mundo já é terrível para com os despertos e o simples fato de terem sobrevivido tanto tempo sem a ajuda da Ordem dos Cavaleiros Sagrados já é por si só um feito expressivo.
– Bom... é natural que nos testem, do contrário poderia haver alguém que chegou aqui por possuir muita sorte e essa sorte costuma ser diluída com o sangue no meio da guerra. – Argumentou Frieda.
O jovem ponderou um pouco.
– Faz sentido. – Disse ele ainda preso em pensamentos, mas rapidamente despertou e percebeu que faltou com a etiqueta. – Perdoem a minha grosseria, sequer me apresentei.. – Pediu ele. – Eu me chamo Heiko von Lenz, estudei na Academia de Kamelie e me formei a poucos meses, agora estou recebendo um treinamento à parte uma vez que sou um caso excepcional.
Foi impossível não ficar surpreso com a informação, mesmo para um grupo tão distinto.
– Espera... – Falou Leon piscando lentamente os olhos, se perguntava se teria ouvido direito.
– Quantos anos você tem? – Leona perguntou.
– Ah! – Heiko agora compreendia os motivos por trás daquelas expressões, ele sentia que jamais se habituaria a chamar tamanha atenção. – Eu tenho quatorze anos. – Respondeu. – Às vezes esqueço que não é comum existirem alunos formados nessa idade.
– Quatorze... – Johann repetiu pensativo.
Hansel olhou para seus irmãos se perguntando o motivo para tanta surpresa, ele se lembrava bem como os demais já eram bem fortes com essa mesma idade, e ainda que agora Frieda tivesse vinte anos, ainda era bem forte para alguém da idade dela, os outros não eram diferentes também. O rapaz se resguardou de tecer comentários.
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Wanderfalke: A batalha contra os Haidu.
FantasyQuanto vale a liberdade? A resposta é: depende. Para ganhá-la vale uma moeda de ouro, mas para perdê-la vale uma moeda de prata. Os mais éticos diriam que é absurdo, que liberdade não tem preço, ou ainda, que liberdade é direito de todos, entretant...