Capítulo XVII

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Veja a música no começo do capitulo e prossiga com a leitura, ou a ouça enquanto lê.

O grande mercado fica distante da praça central e das guildas, ele se encontra em uma das extremidades da cidade, ao sudeste, assim como a maioria dos mercados neste também se vende de tudo, o que o difere de mercados menores é a organização e fiscalização meticulosa. O mercado é organizado por categorias, tem a área destinada a venda de roupas, sapatos, assessórios, itens de decoração, souvenirs, e serviços associados a essas coisas, também tem a área onde ficam artigos de ferraria, armas, móveis, panelas, prataria e afins, tem a área onde são vendidos alimentos como verduras, frutas, legumes, grãos, ervas, sementes e produtos semelhantes, em outra área fica o lugar onde são vendidas carnes de animais tanto de caça e pesca, quanto daqueles criados em cativeiro, numa outra área ficam animais destinados a serem vendidos vivos, como os cavalos, as galinhas, e aves mensageiras, por exemplo.

O chão é calçado com pedras para evitar o acúmulo de lama, incluído o interior dos currais e as baias destinadas aos porcos e caprinos. As barracas são feitas de ripas e tábuas de madeira em sua maioria e muitas delas são cobertas com telhas de resina, mesmo os sextos ficam sobre caixotes para evitar o contato direto com o chão, o povo daquele ducado é tradicionalmente limpo e isso se dá muito a boa influência da família aristocrata que zela por essa terra, em especial a duquesa, conhecida por estar sempre limpa e perfumada. A duquesa ordenou que as principais ruas fossem pavimentadas, ela era uma estudiosa dedicada e acreditava que o aparecimento de doenças estava ligado a falta de higiene, muitos diziam que era exagero da parte dela, mas outros não só viram razão em seus estudos, como também aderiram aos seus métodos e começaram a pavimentar suas ruas, tudo acorreu a tal ponto que na capital dificilmente se encontra uma rua sem calçamento.

As crianças caminhavam bem próximas a Heinrich, olhavam com curiosidade para todas as barracas em busca de algo com que gastar seu suado dinheirinho.

– Então... – Felix se aproximou um pouco mais de Erna, estava desconcertado.  – Como é que funciona o dinheiro mesmo? 

Erna o encarou com desaprovação.

– Como é que você não sabe? – Inquiriu ela. – Está brincando?

– Fale mais baixo. – Pediu com um misto de desespero e vergonha. – Não é como se eu recebesse salário pelo meu trabalho na casa Falter. 

A menina se sentiu um pouco mal pelo rumo que a conversa tomou, ela olhou de esguelha para Frieda e a irmã estava fingindo muito bem que estava alheia aquele diálogo.

– Vou te ensinar, trate de lembrar. – Disse Erna. – Neste reino tem três moedas, a de bronze que é a de menor valor, a prata que é de valor intermediário e a de ouro que é a de maior valor. – Ela levantou um dedo para cada moeda mencionada. – Uma moeda de prata é o equivalente a cento e cinquenta moedas de bronze. 

– Tudo isso? – Ele estava consternado. 

–  Sim, tudo isso. – Confirmou. – Uma moeda de ouro equivale a cento e cinquenta moedas de prata. 

– Pelos deuses, desse jeito só rico vai ver moeda de ouro na vida. – Comentou Felix. 

– Nem sempre, a depender do trabalho, alguns mercenários, traficantes ilegais ou prestadores de serviços especiais a nobreza, recebem algumas dessas moedas. – Externou a menina. – Contudo, é fato que muitos jamais possuirão uma moeda de ouro na vida. Dito isso, é importante que você entenda o valor do dinheiro nesse mundo. 

Felix a encarou por um momento. 

– Você está falando como uma adulta outra vez. – Disse o menino. 

Wanderfalke: A batalha contra os Haidu.Onde histórias criam vida. Descubra agora